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CNH sem autoescola? Entenda o que já está previsto: curso gratuito da Senatran, aulas práticas sob demanda, uso de carro automático e nova função da Uber

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/09/2025 às 18:12
Governo avalia CNH sem autoescola, com curso gratuito da Senatran, aulas práticas sob demanda e exame em carro automático.
Governo avalia CNH sem autoescola, com curso gratuito da Senatran, aulas práticas sob demanda e exame em carro automático.
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Governo federal estuda flexibilizar a formação de motoristas no Brasil, permitindo estudo autônomo, uso de aplicativos para aulas práticas e exame em carros automáticos. Proposta gera apoio pela redução de custos e críticas por riscos à segurança.

A proposta do Ministério dos Transportes, com apoio da Senatran, para tornar facultativa a frequência em Centros de Formação de Condutores (CFCs) nas categorias A e B avançou no debate público e no Congresso, mas ainda não tem texto final.

O governo detalhou diretrizes como manutenção dos exames teórico e prático, possibilidade de estudo teórico em plataforma digital da Senatran e fim da carga mínima de aulas práticas, com estimativa oficial de redução de custos de até 80%.

Em 2 de setembro de 2025, o tema foi discutido em audiência da Comissão de Viação e Transportes da Câmara, com posições divergentes de entidades e especialistas.

O que o governo já apresentou

Desde 1º de agosto de 2025, uma página oficial do Ministério dos Transportes reúne os pontos centrais da proposta.

O candidato poderia abrir o processo diretamente pelo site da Senatran ou pela Carteira Digital de Trânsito, estudar o conteúdo teórico no formato presencial, EAD credenciado ou digital oferecido pela própria Senatran, e escolher como treinar para a prova prática: com um CFC ou com instrutor autônomo credenciado pelos Detrans.

O governo também menciona o uso de plataformas tecnológicas para conectar alunos e instrutores, com agendamento, geolocalização e pagamento pelo app.

A mesma publicação reforça que os exames permanecem obrigatórios e que não haverá exigência de 20 horas-aula práticas.

O argumento é que a liberdade para o candidato dimensionar sua própria preparação traria competição, reduziria preços e ampliaria o acesso à habilitação — hoje ainda cara para grande parte da população.

Aulas práticas sob demanda e promessa de custo menor

No desenho apresentado pelo Executivo, a prática deixa de ter piso de carga horária e passa a ser sob demanda do candidato.

O governo fala em queda de até 80% no custo para as categorias A e B, resultado de formatos digitais na teoria e da eliminação da obrigatoriedade de horas mínimas na prática.

O objetivo declarado é combater a informalidade e trazer mais gente para o processo formal de habilitação, sem suprimir as avaliações finais.

Debate no Congresso e próximos passos

O tema chegou à Comissão de Viação e Transportes em 2 de setembro, em audiência pública com governo, entidades e especialistas.

O encontro expôs convergências quanto à necessidade de baratear o processo, mas também alertas sobre impactos na segurança viária e cobranças por estudos técnicos.

Ainda não há projeto de lei consolidado; a proposta está sob análise e deve passar por consultas e eventuais normativas do Contran para ganhar forma jurídica.

Carro automático e elétrico no exame prático

Uma das mudanças em discussão é permitir treinamento e exame prático em veículos automáticos ou elétricos.

O secretário nacional de Trânsito, Adrualdo de Lima Catão, disse que, mesmo realizando o exame em carro automático, o candidato teria a mesma categoria B, apta a conduzir veículos manuais, sem criação de subcategorias.

Trata-se de ponto sensível do debate e, até aqui, aparece como diretriz em entrevistas e explicações públicas, à espera de regulamentação.

Aplicativos no radar e a “nova função”

O governo cita plataformas semelhantes a aplicativos de mobilidade para aproximar instrutores credenciados e candidatos, com controle de credenciais pela Carteira Digital de Trânsito.

No debate público, a Uber foi mencionada como interessada em oferecer infraestrutura tecnológica para intermediar aulas práticas com instrutores autônomos.

Até o momento, não há acordo formal anunciado; a ideia permanece no campo de estudos e conversas descritas por autoridades.

Como ficam Detrans, autoescolas e sindicatos

Entidades do setor criticam a retirada da obrigatoriedade dos CFCs.

Feneauto e outros representantes argumentam que a medida não tem respaldo técnico suficiente, ameaça empresas e empregos e pode reduzir a qualidade da formação, elevando riscos em vias públicas.

A Associação Nacional dos Detrans (AND) também se manifestou pedindo diálogo e preservação de padrões de qualidade, sem posição unificada definitiva.

A resistência ganhou voz na audiência da Câmara e em manifestações públicas recentes.

O que segue em aberto

Mesmo com diretrizes públicas, não há texto final definindo procedimentos, prazos e detalhes operacionais — como credenciamento de instrutores, comprovação de prática, requisitos para veículos usados no treino e eventuais ajustes nos critérios de avaliação caso o candidato estude por conta própria.

O governo afirma que os exames continuarão a ser o filtro, mas especialistas cobram métricas, indicadores e evidências de que a flexibilização não produzirá efeito colateral na segurança.

Segurança viária no centro da discussão

Na audiência de 2 de setembro, especialistas relataram preocupação com possível aumento de acidentes se a formação perder consistência e supervisão.

O Ministério, por sua vez, sustenta que o foco deve estar na prova, não na quantidade de aulas, e que países com bons indicadores permitem trajetórias mais flexíveis de formação.

Falta, contudo, documentação técnica amplamente divulgada que modele cenários de risco e mitigação para o Brasil.

Enquanto o governo costura o desenho regulatório e o Congresso chama atores para a mesa, o futuro da formação de condutores dependerá de como o país irá calibrar custo, acesso e segurança.

A pergunta que fica é: com quais salvaguardas e quais responsabilidades compartilhadas essa flexibilização pode acontecer sem empurrar para cima os números de sinistros?

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Bell Jaskolski
Bell Jaskolski
19/09/2025 18:13

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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