Extensão recorde da alga marinha preocupa cientistas e exige soluções sustentáveis para evitar danos ambientais e sociais
Uma descoberta ambiental de grande impacto global vem sendo registrada no Oceano Atlântico desde 2011. Trata-se do Grande Cinturão de Sargaço do Atlântico (GASB), uma formação de algas marrons que, em 2025, alcançou a marca impressionante de 8.850 quilômetros de extensão, segundo levantamentos da Universidade da Flórida e da NASA.
A longa faixa, que se estende da costa da África Ocidental até o Golfo do México, é tão visível do espaço que impressiona até os satélites da Agência Espacial Norte-Americana.
Investigações científicas revelam crescimento acelerado
Em maio de 2024, imagens de satélite registraram 37,5 milhões de toneladas de sargaço espalhadas pelo oceano Atlântico. Este volume representa uma das maiores concentrações já identificadas, de acordo com especialistas do Caribbean Sea Lab.
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Pesquisadores apontam que, embora o sargaço sempre tenha feito parte do ecossistema atlântico, sua primeira aparição em massa ocorreu em 2011, e desde então o fenômeno cresce quase todos os anos. O aumento constante preocupa cientistas internacionais, que enxergam no GASB um sinal claro dos impactos das mudanças climáticas e da poluição marinha.
Impactos sociais, econômicos e ambientais do cinturão
O sargaço desempenha funções ecológicas relevantes, como abrigar espécies marinhas e capturar carbono. No entanto, em excesso, provoca sérios desequilíbrios. Ao se acumular nas praias, a alga libera sulfeto de hidrogênio, um gás tóxico que ameaça tanto a saúde humana quanto a biodiversidade costeira.
Esse cenário gera prejuízos significativos ao turismo e à pesca, além de criar desafios sociais para comunidades que dependem diretamente da atividade litorânea. Cientistas alertam que o problema é global e exige respostas conjuntas.
Alternativas estudadas para conter os danos
Para transformar a ameaça em oportunidade, pesquisadores buscam soluções inovadoras. No Brasil, em 2023, cientistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) desenvolveram tijolos à base de sargaço, voltados para a produção de cerâmicas leves.
Esses materiais reduzem a exploração de recursos naturais e aumentam a eficiência energética na construção civil. Além disso, o sargaço já vem sendo testado em concretos mais leves, em lajes térmicas e até em jardinagem, segundo relatórios apresentados no Congresso Brasileiro de Sustentabilidade em 2024.
Consequências da expansão descontrolada
- Crescimento contínuo desde 2011, com recorde em 2025.
- Prejuízos diretos ao turismo, afetando destinos caribenhos e brasileiros.
- Riscos à saúde pública, com liberação de gases tóxicos nas praias.
- Impactos pesqueiros, reduzindo a atividade econômica de populações costeiras.
- Pressão internacional por soluções, envolvendo governos e universidades.
O futuro do Atlântico diante da crise do sargaço
Pesquisadores afirmam que, sem intervenção urgente, a proliferação deve continuar, impulsionada por fatores como aumento da temperatura da água, nutrientes em excesso e alterações nas correntes oceânicas.
Assim, o desafio é conciliar pesquisa científica, inovação industrial e preservação ambiental. Em paralelo, cresce a pressão para que governos, empresas e sociedade civil criem estratégias conjuntas para transformar a biomassa em recurso útil, sem ignorar os riscos ambientais e sociais que ela representa.
Enquanto isso, comunidades costeiras convivem diariamente com os impactos da invasão marrom, que já é considerada a maior do mundo em extensão contínua de algas flutuantes.
E você, leitor: acha que a prioridade deve ser acelerar o aproveitamento econômico do sargaço ou investir em soluções mais lentas, porém sustentáveis, para proteger o oceano e as populações costeiras?