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Cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter perde 0,0088% da massa a cada milhão de anos e já encolheu um terço desde a origem do Sistema Solar

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 04/10/2025 às 10:31
Cientistas confirmam que o cinturão de asteroides perde 0,0088% da massa a cada milhão de anos e pode desaparecer completamente.
Cientistas confirmam que o cinturão de asteroides perde 0,0088% da massa a cada milhão de anos e pode desaparecer completamente.
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Entre Marte e Júpiter, um anel de 1,9 milhão de asteroides está encolhendo lentamente. Estudo revela que o cinturão já perdeu um terço de sua massa e continua se desfazendo há bilhões de anos.

Orbitando entre Marte e Júpiter, existe um vasto anel de rochas espaciais que compõe o cinturão de asteroides, uma das regiões mais antigas e intrigantes do Sistema Solar.

Estima-se que ele contenha cerca de 1,9 milhão de asteroides com mais de 1 quilômetro de diâmetro, representando a maior concentração de rochas espaciais conhecida. Essa faixa marca a fronteira entre os planetas rochosos — como a Terra e Marte — e os gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno.

Formado a partir do material remanescente da criação dos planetas, o cinturão é um verdadeiro registro da história primordial do Sistema Solar. Mas novas descobertas indicam que ele está se desfazendo lentamente.

O impacto gravitacional de Júpiter

Entre todos os planetas, Júpiter exerce o maior impacto no cinturão de asteroides. Sua força gravitacional colossal tem um duplo efeito: em alguns momentos, puxa grandes rochas para fora do cinturão; em outros, arremessa novas rochas para dentro dele. Essa troca constante gera colisões e instabilidades que estão alterando o equilíbrio da região.

Um novo estudo publicado no servidor de pré-impressão arXiv aponta que esse processo está pulverizando gradualmente os asteroides.

À medida que colidem entre si, eles se fragmentam em pedaços cada vez menores. Com o tempo, essa destruição contínua pode levar ao desaparecimento completo do cinturão de asteroides.

O lento desaparecimento

De acordo com os cálculos da equipe liderada por Julio Fernández, cientista planetário da Universidade da República, no Uruguai, o cinturão perde aproximadamente 0,0088% de sua massa a cada milhão de anos. A pesquisa focou na porção mais ativa e sujeita a colisões, onde os asteroides menores se chocam e se dispersam com mais frequência.

Segundo Fernández e seus colegas, o cinturão já perdeu cerca de um terço de sua massa nos últimos 3,5 bilhões de anos. Eles estimam que 20% das rochas escapam para o sistema solar interno ou externo, enquanto os outros 80% são reduzidos a poeira cósmica.

Essa poeira alimenta a chamada nuvem zodiacal, uma espessa camada de partículas que orbita o Sol e pode ser observada da Terra em condições específicas.

Os cientistas destacam que, embora o cinturão esteja desaparecendo lentamente, sua taxa de perda tende a diminuir com o tempo, porque menos rochas significam menos colisões.

Implicações para a defesa planetária

As descobertas também trazem implicações importantes para a defesa planetária. Entender a velocidade com que os asteroides deixam o cinturão ajuda os cientistas a prever quais poderiam se aproximar da Terra.

Um exemplo marcante foi a missão DART da NASA, que em 2022 colidiu intencionalmente com o asteroide Dimorphos. O teste demonstrou que é possível alterar a trajetória de um corpo celeste potencialmente perigoso — um marco para a proteção do planeta.

Os pesquisadores ainda lembram que, antes que o cinturão desapareça por completo, a morte do Sol, prevista para ocorrer em cerca de 5 bilhões de anos, deverá destruí-lo definitivamente.

Além disso, a nova pesquisa reforça hipóteses antigas de que parte da água terrestre e até os blocos fundamentais da vida podem ter vindo de asteroides. Os dados ampliam a compreensão sobre o papel dessas rochas na formação do nosso planeta e iluminam uma nova perspectiva sobre a história antiga do universo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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