Rochas mais antigas da Terra revelam segredos escondidos em minerais com bilhões de anos.
No coração do norte canadense, repousa um dos maiores mistérios da geologia mundial: o Complexo de Gnaisse de Acasta. Trata-se de uma formação rochosa que abriga algumas das rochas mais antigas da Terra, com idade estimada em até 4 bilhões de anos. Localizadas em uma área remota do Canadá, essas estruturas milenares representam uma janela direta para os primórdios do planeta.
Por meio de sofisticadas análises científicas, pesquisadores têm conseguido extrair informações cruciais a partir de minerais microscópicos encontrados no interior dessas rochas, o que tem sido fundamental para compreender como e quando elas se formaram.
O poder do zircão: um cristal que desafia o tempo
Entre os minerais mais importantes nessa investigação, o zircão se destaca.
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Com espessura comparável à de um fio de cabelo humano, esse cristal é formado em rochas ígneas — aquelas criadas a partir do resfriamento do magma — e possui uma resistência extraordinária.
Capaz de suportar calor, pressão e até capturar elementos radioativos, o zircão atua como uma cápsula do tempo geológica.
Foi por meio de uma amostra desse cristal que cientistas conseguiram datar a rocha mais antiga já encontrada na Terra, no Cinturão de Rochas Verdes Nuvvuagittuq, também no Canadá.
O zircão continha vestígios de um elemento originado do samário 146 — elemento radioativo extinto — permitindo que os pesquisadores calculassem sua idade: cerca de 4,28 bilhões de anos.
Formação das primeiras rochas: do fundo do mar ao manto terrestre
Os estudos apontam que as rochas mais antigas da Terra tiveram diferentes origens.
Algumas se formaram no fundo de oceanos primitivos, com partículas finas compactadas em camadas de rochas sedimentares.
Outras emergiram diretamente do manto terrestre, como é o caso do complexo de Acasta, e solidificaram-se com o resfriamento do magma.
“Se eu tiver uma rocha metamórfica, posso usar os tipos de minerais e sua composição química para determinar as condições pelas quais ela passou ao longo de sua história”, explica o geólogo Darrell Henry, da Universidade do Estado da Louisiana.
Ele aponta que temperaturas de até 700 °C e pressões milhares de vezes superiores à atmosfera indicam que a rocha esteve profundamente enterrada em algum momento.
Essas descobertas, registradas inclusive no Livro dos Recordes, não são apenas um feito científico — são um verdadeiro relato físico dos primeiros capítulos da Terra.
Estudar os minerais presentes nessas formações é entender o início de tudo: a composição inicial do planeta, os ambientes onde a vida ainda era impossível, e os processos que moldaram a crosta terrestre.