Inspirado em tubarões, estudo liderado por Dr. Katsu Takahashi avança na criação de tratamento revolucionário com testes em humanos previstos para os próximos anos.
Uma pesquisa pioneira no Japão pode mudar para sempre o modo como lidamos com a perda de dentes. Liderado pelo cientista Dr. Katsu Takahashi, o estudo tem como objetivo o desenvolvimento de um remédio capaz de estimular a regeneração dentária em adultos, algo até então considerado impossível na odontologia moderna. Inspirado no mecanismo natural de regeneração de dentes de tubarões, o remédio que faz crescer novos dentes em adultos já apresentou resultados promissores em testes com animais e está prestes a ser testado em seres humanos, com a expectativa de que possa estar disponível para uso clínico a partir de 2030.
Um novo capítulo na odontologia: regeneração dentária por medicamento
Durante séculos, a principal solução para quem perdia os dentes era a reposição com próteses, dentaduras ou implantes dentários. Mas a abordagem do Dr. Takahashi é radicalmente diferente: em vez de substituir dentes perdidos, o objetivo é fazer crescer dentes novos a partir do organismo do próprio paciente.
O segredo da técnica está na inibição de um gene chamado USAG-1, que atua bloqueando naturalmente o desenvolvimento de dentes adicionais em humanos. Ao desativar esse gene por meio de um medicamento injetável, a equipe japonesa conseguiu estimular a formação de novos dentes em ratos e furões, sem causar efeitos colaterais notáveis.
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Japão anuncia que testes em humanos começam ainda em 2025
A pesquisa está agora pronta para entrar na fase de testes clínicos em humanos. O estudo será conduzido no Hospital Universitário de Kyoto, e os primeiros testes estão programados para agosto de 2025.
Na primeira fase, participarão 30 homens saudáveis, com idades entre 30 e 64 anos. O objetivo é avaliar a segurança do medicamento e monitorar os primeiros resultados do tratamento. A administração do remédio que faz crescer novos dentes em adultos será feita por via intravenosa.
Na segunda fase, os testes serão ampliados para crianças de 2 a 7 anos, que tenham pelo menos quatro dentes ausentes, condição geralmente causada por doenças congênitas. “Queremos atender às expectativas de pessoas que têm dificuldade de viver porque não têm dentes”, afirmou o Dr. Takahashi ao Japan Times.
Perspectivas para 2030: tratamento pode estar disponível
Se os testes clínicos forem bem-sucedidos e não apresentarem riscos à saúde humana, o remédio para regeneração dentária poderá ser aprovado e disponibilizado para uso médico por volta de 2030. A expectativa é que o tratamento possa ser aplicado tanto em adultos que perderam dentes ao longo da vida quanto em crianças com ausência dentária congênita.
Essa nova abordagem poderá beneficiar milhões de pessoas ao redor do mundo que sofrem com edentulismo (ausência de dentes), além de representar uma alternativa menos invasiva e mais natural em comparação com as soluções tradicionais da odontologia restauradora.
Dentes: por que o tratamento é tão inovador
Os dentes humanos se desenvolvem em três fases: os dentes de leite, os permanentes e uma terceira dentição que normalmente não se desenvolve. A pesquisa do Japão atua justamente na ativação dessa terceira dentição latente, algo que, até então, não era explorado de forma clínica em humanos.
A atuação sobre o gene USAG-1, conforme demonstraram os testes em animais, permite que esse potencial dentário seja reativado, gerando a formação de novos dentes funcionais.
Brasil e o mundo acompanham os avanços no Japão
A comunidade científica internacional, incluindo especialistas em odontologia, genética e biotecnologia, acompanha com interesse os desdobramentos do estudo. Países como o Brasil, onde a perda dentária ainda afeta uma parcela significativa da população adulta e idosa, veem na regeneração dentária uma alternativa revolucionária que pode tornar os implantes dentários obsoletos no futuro.
Japão destaca o impacto da regeneração dentária na qualidade de vida
A possibilidade de recuperar dentes naturais por meio de medicamento representa um avanço que vai muito além da estética. A ausência de dentes pode afetar a mastigação, fala, autoestima e saúde geral, especialmente entre pessoas com menor acesso a tratamentos odontológicos.
Com o avanço da nova tecnologia japonesa, a expectativa é que o acesso à regeneração dentária possa melhorar significativamente a qualidade de vida de milhões de pessoas, inclusive em regiões onde os tratamentos tradicionais são economicamente inviáveis.
Fonte: UOL