Entre Marte e Júpiter, o asteroide Psyche brilha intensamente e intriga cientistas por conter metais preciosos e indícios de erupções metálicas. Avaliado em R$ 55 quintilhões, ele pode revelar segredos sobre a formação dos planetas e o interior do Sistema Solar
O asteroide Psyche, localizado entre Marte e Júpiter, tem intrigado cientistas há anos por sua composição e brilho incomuns. Avaliado em R$ 55 quintilhões, ele é considerado um dos corpos celestes mais valiosos do Sistema Solar, devido à alta concentração de metais como ouro, platina e cobalto.
Agora, um novo estudo sugere que o brilho metálico do Psyche pode ser resultado de erupções de metal derretido, um fenômeno raro chamado ferrovulcanismo.
Um corpo brilhante e enigmático
O Psyche reflete quase um terço da luz solar que atinge sua superfície, o que o torna pelo menos duas vezes mais reflexivo que a maioria dos asteroides conhecidos.
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Essa característica despertou a curiosidade dos pesquisadores, que buscam entender o que provoca tamanha luminosidade.
Segundo o estudo, o fenômeno poderia ser explicado por processos internos de solidificação e erupção metálica.
O resultado dessas reações seria a superfície extremamente brilhante, composta por material metálico expelido do interior do corpo celeste.
A teoria do ferrovulcanismo
O cientista planetário Samuel Courville, da Universidade Estadual do Arizona, explicou que o ferrovulcanismo funciona de maneira parecida com o vulcanismo comum.
“É como o vulcanismo normal, exceto que, em vez de rocha derretida, a ‘lava’ é metal derretido”, afirmou em entrevista à Live Science.
A hipótese propõe que o interior do asteroide começou a se solidificar de fora para dentro. À medida que o metal líquido se acumulava no núcleo, as diferenças de densidade e pressão poderiam ter forçado parte desse material a subir, provocando erupções metálicas na superfície.
Composição e origem do fenômeno
Os pesquisadores destacaram que esse tipo de atividade seria possível apenas em asteroides com determinadas composições químicas — semelhantes às de meteoritos raros que já caíram na Terra.
Esses fragmentos teriam fornecido pistas importantes para entender o comportamento do Psyche e confirmar a possibilidade de ferrovulcanismo fora do nosso planeta.
Além disso, o estudo reforça a ideia de que o Psyche pode representar o núcleo exposto de um planeta que nunca chegou a se formar completamente.
Essa possibilidade torna a investigação ainda mais relevante, porque poderia revelar detalhes sobre as primeiras fases da formação planetária no Sistema Solar.
Missão da Nasa busca respostas
Para verificar essas hipóteses, a Nasa lançou em 2023 a missão Psyche, um projeto ambicioso voltado a estudar o asteroide de perto.
A sonda homônima segue atualmente em direção ao corpo celeste e deve chegar ao seu destino em julho de 2029.
Durante dois anos, o equipamento irá fotografar a superfície e coletar dados sobre a composição e a estrutura interna do asteroide.
Essas informações poderão confirmar se o brilho do Psyche realmente vem de metal expelido durante antigas erupções.
A missão promete ser uma das mais importantes da agência no campo da geologia planetária.
Os pesquisadores esperam que ela forneça evidências diretas que sustentem as descobertas publicadas no Journal of Geophysical Research: Planets.
O valor astronômico do Psyche
Além de seu interesse científico, o Psyche atrai atenção por seu valor estimado. A abundância de metais valiosos levou à projeção de um valor de mercado de cerca de R$ 55 quintilhões — quantia que, se fosse possível extrair e trazer à Terra, ultrapassaria todo o produto interno bruto global.
Essa estimativa, embora teórica, mostra a dimensão da riqueza metálica do asteroide. No entanto, a mineração espacial de corpos como o Psyche ainda está muito além da capacidade tecnológica atual.
Mesmo assim, o estudo sobre sua origem e composição pode abrir caminho para futuras explorações. Afinal, compreender como o metal se comporta em ambientes extremos ajuda a decifrar a história dos planetas e pode inspirar novas tecnologias para missões espaciais.
O Psyche, portanto, não é apenas uma joia metálica flutuando entre Marte e Júpiter, mas também uma janela para entender os processos que moldaram o Sistema Solar há bilhões de anos.
Com informações de R7.