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Cientistas chilenos descobrem um crustáceo ‘predador’ ativo que habita profundidades superiores a 8.000 metros abaixo do nível do mar

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 13/12/2024 às 11:57
crustáceo
Foto: Reprodução

Cientistas chilenos identificaram um crustáceo predador ativo habitando profundidades superiores a 8.000 metros, revelando segredos sobre a vida extrema no fundo do oceano.

Na imensidão do Oceano Pacífico Sul, a grande descoberta científica recente revelou um dos predadores mais enigmáticos e adaptados às condições extremas do nosso planeta Terra. Conhecida como Dulcibella camanchaca, esta nova espécie de crustáceo desafia tudo o que sabemos sobre a vida marinha.

Segundo os especialistas, o animal pode ser descrito como um pequeno monstro de filmes de ficção científica. Ele consegue habitar o fundo marinho a mais de 8 mil metros de profundidade, um lugar onde a luz do sol nunca chega e onde há uma pressão esmagadora.

O significado de “Dulcibella”

As novas espécies descobertas podem ser a ponta do iceberg rumo a um mundo repleto de novos organismos a serem descobertos. Ilustração: Felipe Gamonal.

O nome do crustáceo, “Dulcibella”, tem origem nas línguas indígenas dos Andes e é traduzido como “escuridão”. Esse nome faz referência às condições extremas em que ele consegue sobreviver, estando localizado na Fossa do Atacama, onde os pesquisadores o encontraram.

O animal apresenta uma aparência incomum, quase translúcida, e não ultrapassa os quatro centímetros de comprimento. Destaca-se por sua capacidade de sobreviver em algumas das condições mais extremas do planeta Terra. Usando seus apêndices raptoriais, ele caça suas presas com a eficiência de um predador altamente especializado.

A expedição científica e a coleta do crustáceo

A descoberta do crustácel foi feita por cientistas do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) e do Instituto Milenio de Oceanografia (IMO), localizados no Chile.

A Fossa do Atacama, situada ao longo do Oceano Pacífico Sul, representa um ponto muito crítico para o estudo da biodiversidade marinha.

Este é um local isolado, onde, apesar das condições muito complicada, uma comunidade única de organismos endêmicos sobreviventes, adaptando-se a uma falta quase total de luz e a pressão intensa da água naquela profundidade.

A nova espécie foi coletada durante a Expedição Integrated Deep Ocean Observing System (IDOOS), de 2023, a bordo do RV Abate Molina.

A Fossa do Atacama ao longo da costa oeste da América do Sul (à esquerda), O círculo vermelho marca a estação do módulo de pouso da Expedição IDOOS 2023 (7902 m) e a localidade tipo de Dulcibella camanchaca gen. lis. sp. lis. (7902 m, 23°55′S, 71°27′W). Foto: Woods Hole Oceanographic Institution

Quatro exemplares da Dulcibella camanchaca foram capturados pelos pesquisadsores a uma profundidade impressionante de 7.902 metros.

Utilizando um veículo de pouso sem amarras, os cientistas transportaram os animais até a superfície, onde foram congelados e enviados para análises morfológicas e genéticas na Universidade de Concepción.

Essas análises confirmaram que a Dulcibella camanchaca não é apenas uma nova espécie, mas também representa um novo gênero, uma descoberta rara que amplia o entendimento sobre as criaturas que habitam as regiões mais profundas do oceano.

Uma Dra. Johanna Weston, ecologista Hadal do WHOI e uma das principais autoras do estudo, destacou a importância dessa descoberta para o campo da biologia marinha:

“O mais emocionante é que os dados de DNA e morfologia apontaram que esta espécie também é um novo gênero, enfatizando a Fossa do Atacama como um ponto crítico endêmico.

A ecologista ainda acrescentou que a pesquisa destaca o papel fundamental da Fossa do Atacama como um local de biodiversidade único no mundo, sendo essencial para compreender como a vida pode se adaptar aos extremos da Terra.

A importância da exploração contínua do oceano profundo

Além de revelar uma nova espécie, essa descoberta dos pesquisadores chilenos destacou a importância da exploração contínua do oceano profundo.

O estudo permitiu que os cientistas entendam da melhor forma como as pressões no fundo do oceano moldam a evolução e as adaptações incríveis dessas espécies

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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