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Cidade brasileira vira refúgio natural com trilhas que levam a picos de mais de 2 mil metros e cachoeiras de 30 metros

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 14/08/2025 às 16:37
Descubra Aiuruoca, na Serra da Mantiqueira, com trilhas, picos acima de 2 mil metros e cachoeiras impressionantes.
Descubra Aiuruoca, na Serra da Mantiqueira, com trilhas, picos acima de 2 mil metros e cachoeiras impressionantes.
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Entre montanhas da Serra da Mantiqueira, uma cidade mineira combina natureza preservada, trilhas para picos elevados, quedas d’água impressionantes e história centenária, atraindo viajantes que buscam tranquilidade e aventura em um único destino.

No sul de Minas Gerais, Aiuruoca desponta como destino de natureza ainda discreto, cercado pela Serra da Mantiqueira e a 989 metros de altitude.

De perfil histórico e clima ameno, o município integra o circuito turístico Terras Altas da Mantiqueira e serve de base para trilhas que alcançam picos acima de 2 mil metros, além de cachoeiras de queda alta.

Em seu território e arredores está parte do Parque Estadual da Serra do Papagaio, unidade de conservação com 25.888 hectares e entrada gratuita, que protege remanescentes da Mata Atlântica de altitude.

Onde fica e como chegar com segurança

A cidade está a 6.233 habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE, e mantém ritmo interiorano mesmo sendo porta de entrada para aventuras.

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O acesso principal é pela rodovia AMG-1035, ligação pavimentada de cerca de 9 quilômetros a partir do entroncamento com a BR-267.

Esse caminho conecta Aiuruoca a municípios vizinhos como Baependi e Itamonte, além de balizar os deslocamentos para vales e atrativos naturais próximos.

Parque e conservação: trilhas, campos e altitude

O Parque Estadual da Serra do Papagaio se distribui por cinco municípios da Mantiqueira e concentra campos rupestres, matas de araucária e áreas de floresta densa.

Boa parte do território ultrapassa 1.800 metros, cenário que favorece trekking, escaladas e observação de aves.

A gestão estadual indica acampamento apenas em áreas rústicas delimitadas, sem estrutura de chalés dentro da unidade, e recomenda a contratação de guias locais para percursos de maior duração.

Cachoeiras emblemáticas da Mantiqueira

O entorno de Aiuruoca reúne mais de 80 cachoeiras, com destaque para a Cachoeira dos Garcias, de 30 metros de queda e poço amplo para banho.

O conjunto hídrico do vale inclui, ainda, quedas como Zé Pedro, Esperança e Tiziu, emolduradas por paredões de rocha e mata de altitude.

Enquanto isso, no Vale do Matutu, a Cachoeira do Fundo impressiona pela altura, registrada em cerca de 130 metros, formando corredeiras em meio à vegetação preservada.

Vale do Matutu: história viva e trilhas curtas

O Casarão do Matutu, construído em 1904, é patrimônio local e funciona como centro de informações da comunidade.

Ali, visitantes encontram produtos regionais — pães, bolos e café — e orientações para caminhadas às cachoeiras do entorno.

A partir do casarão partem trilhas curtas que levam a atrativos como a Cachoeira das Fadas e a Cachoeira do Meio, indicadas para quem busca banhos tranquilos e deslocamentos rápidos em terreno de montanha.

Pico do Papagaio: símbolo e desafio de 2.105 m

Cartão-postal do município, o Pico do Papagaio atinge 2.105 metros e oferece vista ampla da Mantiqueira.

A ascensão, feita por trilhas que cruzam campos rupestres antigos, demanda preparo físico moderado e costuma levar cerca de quatro horas na subida, dependendo do ponto de partida.

Os acessos mais utilizados são pelo Vale dos Garcias e pelo Retiro dos Pedros, dentro do parque.

Para montanhistas experientes, a região permite travessias de mais de um dia, com pernoite em áreas de acampamento rústico e rotas que conectam cumes vizinhos.

Quando ir: clima e condições de trilha

O outono e o inverno costumam ser os períodos mais favoráveis às trilhas, com menos chuva e temperaturas amenas, o que melhora a aderência do solo e a visibilidade nos cumes.

Em contrapartida, quem quer aproveitar os poços com mais volume d’água encontra cachoeiras mais cheias na primavera e no verão, quando o regime de chuvas aumenta.

Ainda assim, convém checar as condições das estradas de terra e evitar percursos longos em dias de tempestade.

Custos e estrutura local

A entrada no parque é franca, e muitas trilhas são gratuitas ou de baixo custo.

Na cidade e nos vales, pousadas e hospedagens rurais atendem perfis variados, e guias locais oferecem acompanhamento técnico em travessias e ascensões.

Não há cobrança para acessar as áreas delimitadas de acampamento dentro da unidade de conservação, mas é indispensável seguir práticas de mínimo impacto e respeitar orientações de uso diurno e de segurança em montanha.

Cultura, gastronomia e origem do nome

Com mais de 300 anos de história, Aiuruoca preserva ruas de pedra, antigas fazendas e festas tradicionais, a exemplo das celebrações da Semana Santa.

A culinária mineira aparece em restaurantes e vendas, com destaque para queijos e produtos caseiros.

A cidade tem ligação particular com o queijo prato, cuja produção foi impulsionada por imigrantes dinamarqueses nos anos 1920, e carrega no nome a referência tupi-guarani a “casa do papagaio do peito roxo”.

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Itinerários que combinam natureza e tranquilidade

Entre um banho de cachoeira e uma caminhada de crista, o visitante encontra um destino que alia proteção ambiental e vida rural.

Em poucos quilômetros, o roteiro combina o patrimônio do Casarão do Matutu com trilhas que levam a quedas d’água e a mirantes, culminando, para quem busca desafio maior, no cume do Pico do Papagaio.

A proximidade entre os vales facilita a organização de passeios de fim de semana, sem abrir mão da pausa para o café coado, da conversa com moradores e do céu estrelado típico da serra.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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