1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Cidade brasileira tem a maior floresta urbana do planeta: o Parque Estadual da Pedra Branca, com 12.500 hectares de Mata Atlântica e onças-pardas
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Cidade brasileira tem a maior floresta urbana do planeta: o Parque Estadual da Pedra Branca, com 12.500 hectares de Mata Atlântica e onças-pardas

Publicado em 04/10/2025 às 15:06
A maior floresta urbana do planeta fica no Rio de Janeiro: o Parque Estadual da Pedra Branca, joia da Mata Atlântica com trilhas, nascentes e onça-parda.
A maior floresta urbana do planeta fica no Rio de Janeiro: o Parque Estadual da Pedra Branca, joia da Mata Atlântica com trilhas, nascentes e onça-parda.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Com 12.500 hectares, o Parque Estadual da Pedra Branca avança pela Zona Oeste do Rio e abriga onças-pardas, nascentes e um mosaico raro de biodiversidade urbana.

A maior floresta urbana do planeta está no Brasil e fica dentro da cidade do Rio de Janeiro. É o Parque Estadual da Pedra Branca, um maciço verde de 12.500 hectares (125 km²) que corta bairros da Zona Oeste como Jacarepaguá, Vargem Grande, Guaratiba e Bangu, funcionando como regulador climático, berçário de nascentes e refúgio de fauna típica da Mata Atlântica.

Mais do que um “pulmão verde”, a área é infraestrutura natural essencial: reduz ilhas de calor, amortece enxurradas, protege mananciais e oferece lazer e turismo de natureza a uma metrópole de 6,7 milhões de habitantes. A escala e a contiguidade da Pedra Branca sustentam o título de maior floresta urbana do planeta, frequentemente confundido por leigos com outras áreas verdes notórias do Brasil.

Pedra Branca em números: onde fica e o que protege

Cidade brasileira tem a maior floresta urbana do planeta: o Parque Estadual da Pedra Branca, com 12.500 hectares de Mata Atlântica e onças-pardas
Pedra Branca, o gigante verde esquecido: floresta urbana maior que a Tijuca sofre com invasões, incêndios e a pressão da especulação

A maior floresta urbana do planeta se distribui por encostas, vales e cumes do maciço homônimo, com altitudes que passam de 1.000 m e uma rede de trilhas, riachos e cachoeiras.

O núcleo florestal é contínuo, algo decisivo para conservar processos ecológicos e permitir o deslocamento de espécies de médio e grande porte.

No sub-bosque e no dossel, a Mata Atlântica aparece em diferentes estágios de regeneração.

Jequitibás, quaresmeiras, angicos e palmeiras nativas compõem o cenário, ao lado de epífitas e bromélias que indicam boa qualidade do ar e umidade elevada.

As nascentes que brotam no maciço alimentam reservatórios como Camorim e Pau da Fome, com efeito direto no abastecimento urbano.

Biodiversidade de peso: onça-parda e um “ancião” da floresta

A fauna do parque inclui onça-parda (Puma concolor), topo de cadeia que sinaliza um ambiente ainda funcional em plena metrópole.

Há registros também de cutias, macacos, aves raras e insetos polinizadores, peça-chave para a regeneração natural.

Em 2025, ganhou destaque a descoberta de um jequitibá-rosa com cerca de 500 anos e 40 metros de altura, um “arranha-céu” de copa larga que reforça o valor da área como santuário de espécies ameaçadas.

Árvores antigas estocam carbono, estabilizam o microclima e sustentam cadeias alimentares complexas, benefícios difíceis de replicar com plantios recentes.

História e criação: por que o parque nasceu

O avanço do desmatamento entre os séculos XIX e XX degradou encostas e mananciais da Zona Oeste.

A criação formal do Parque Estadual da Pedra Branca, em 1974, respondeu a um problema clássico do Rio: proteger água e solo em uma metrópole em crescimento acelerado.

Desde então, o parque passou por momentos de baixa estrutura e fiscalização limitada.

Quando a proteção sai do papel e chega à trilha, a floresta responde: trechos se regeneram, a fauna volta a circular, e o serviço ambiental prestado à cidade se multiplica do conforto térmico ao controle de cheias.

Serviços ecossistêmicos: clima, água e segurança hídrica

Em ondas de calor, o maciço reduz temperaturas de bairros vizinhos e cria um “ar condicionado natural” para a cidade.

A maior floresta urbana do planeta atua também como esponja hídrica: infiltra chuva, alimenta aquíferos e aplana picos de vazão que causariam enchentes.

Essa “engenharia natural” custa menos do que obras cinzas equivalentes e traz co-benefícios: ar mais limpo, ruído amortecido, polinizadores ativos e áreas sombreadas de lazer que impactam diretamente a saúde pública.

Uso público e economia local: trilhas, mirantes e trabalho

A Pedra Branca tem rede extensa de trilhas do Pau da Fome à Pedra do Telégrafo, mirantes e quedas d’água pouco conhecidas.

Guias credenciados, condutores de turismo e negócios de base comunitária podem transformar visitação em renda, desde que ordenada e compatível com a conservação.

Para isso, sinalização, manejo de visitantes e combate a atividades irregulares (como cobrança não autorizada de serviços e lixo nas trilhas) são medidas básicas.

Quando o uso público é qualificado, ele ajuda a proteger: amplia pertencimento e vigilância social.

Ameaças e governança: o que ainda trava a proteção

Como toda área de conservação urbana, o parque sofre com ocupações irregulares, incêndios e especulação imobiliária.

A borda é a linha de frente: onde a cidade pressiona, a floresta perde. Também há espécies exóticas competindo com a flora nativa e fragmentação por vias de acesso.

A resposta passa por fiscalização contínua, recuperação de bordas degradadas e integração com política habitacional.

Sem governança, perde-se capital natural; com governança, a floresta vira política de clima, água e saúde pública.

A articulação entre gestão estadual, prefeitura, universidades, Fiocruz, Embrapa, ONGs e comunidades do entorno é decisiva.

Pedra Branca x outras florestas: por que o título importa

Há décadas, parte do público confunde o título com áreas como Tijuca (também no Rio) e Cantareira (em São Paulo).

A diferença central está no recorte e na contiguidade dentro do perímetro urbano. No caso da Pedra Branca, os 12.500 hectares formam um bloco florestal contínuo encravado na cidade, critério que sustenta a classificação de maior floresta urbana do planeta.

Esse reconhecimento não é mero troféu. Ele orienta prioridades de investimento, pesquisa e adaptação climática, e ajuda a atrair recursos para manter a floresta de pé o que, no fim, barateia a vida urbana e aumenta a resiliência.

Como visitar com baixo impacto: o básico que faz diferença

Leve só o necessário e traga de volta todo o seu lixo. Evite atalhos e não alimente animais, para não desregular o comportamento da fauna.

Prefira guias locais credenciados em trilhas mais técnicas e informe-se sobre condições de tempo e fogo antes de ir.

Pequenas escolhas somam: sua pegada importa numa área sensível como a Pedra Branca.

Você mora perto do parque ou já percorreu alguma trilha da Pedra Branca? Percebe diferença de temperatura no seu bairro? As nascentes e cachoeiras chegam limpas?

Conte nos comentários que trecho precisa de sinalização, onde há pressão por ocupação, e quais trilhas você recomenda para iniciantes. A maior floresta urbana do planeta é casa de muita gente e sua experiência real ajuda a priorizar o que cuidar primeiro.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x