Em uma pequena cidade brasileira do interior do Rio Grande do Sul, a comunidade rural de Linha São Pedro concentra uma das maiores taxas de nascimentos de gêmeos do planeta, fenômeno que intriga cientistas há décadas e mistura genética, história e cultura local
No extremo sul do país, uma cidade brasileira de pouco mais de seis mil habitantes tornou-se um dos mistérios mais curiosos da genética moderna. Trata-se de Cândido Godói, município rural do Rio Grande do Sul onde o número de gêmeos é até 10 vezes superior à média mundial. Famílias com filhos idênticos convivem lado a lado, em um cenário tão peculiar que transformou a comunidade em objeto permanente de estudo e atração turística.
Durante décadas, a explicação mais popular girou em torno de um mito histórico: o de que o médico nazista Josef Mengele, fugitivo de guerra, teria passado pela região e conduzido experimentos genéticos. Mas após mais de 20 anos de pesquisas conduzidas por universidades brasileiras e estrangeiras, a ciência derrubou a teoria do mito e revelou causas muito mais plausíveis, enraizadas na biologia, na história e no isolamento da população local.
A cidade brasileira onde ser gêmeo é quase rotina
Em Cândido Godói, especialmente na comunidade rural de Linha São Pedro, a presença de duplas idênticas faz parte do cotidiano.
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A cada 10 nascimentos, um costuma ser de gêmeos, proporção que supera de longe os índices observados em qualquer outra localidade brasileira e ultrapassa em até dez vezes a taxa mundial média.
A população da região, formada majoritariamente por descendentes de imigrantes alemães, preserva hábitos rurais e laços familiares estreitos, fatores que os cientistas consideram determinantes para a concentração genética observada.
Mais de 100 pares de gêmeos documentados vivem ali, alguns em até três gerações consecutivas da mesma família.
O que a ciência descobriu sobre o fenômeno
Pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de outras instituições nacionais e internacionais apontam que o fenômeno é resultado de uma combinação de efeito fundador e isolamento reprodutivo.
Isso significa que a cidade foi colonizada por um pequeno grupo de famílias com predisposição genética à ovulação dupla, e, como o cruzamento ocorreu dentro de um grupo reduzido, os genes responsáveis por essa característica se tornaram mais frequentes.
Não há nenhuma evidência de manipulação genética, substâncias químicas ou fatores externos.
O solo, a água e o clima já foram testados diversas vezes, sem resultados conclusivos.
O consenso atual é que a hereditariedade, somada ao isolamento populacional, explica o fenômeno sem recorrer a teorias conspiratórias.
Como a cidade transformou o mistério em identidade
Em vez de negar a curiosidade mundial, Cândido Godói transformou sua fama em patrimônio cultural.
O Museu dos Gêmeos abriga fotos, registros e depoimentos de famílias que fizeram parte das pesquisas e do cotidiano da comunidade.
O local também organiza encontros de gêmeos, que reúnem moradores e visitantes em celebrações anuais.
O fenômeno atrai cientistas, jornalistas e turistas interessados na singularidade da cidade.
A presença constante de estudiosos e a visibilidade internacional impulsionaram o turismo rural e fortaleceram o sentimento de pertencimento entre os moradores, que encaram o tema com orgulho e naturalidade.
Mistério, genética e orgulho local
A história da chamada “Cidade dos Gêmeos” transcende o exotismo das estatísticas.
Ela fala sobre como heranças genéticas se perpetuam, como mitos ganham força diante do desconhecido e como uma comunidade pode transformar um enigma em símbolo de identidade.
Hoje, a população de Cândido Godói vive entre a curiosidade global e a rotina rural.
O fenômeno segue inspirando novas pesquisas, que buscam compreender não apenas por que há tantos gêmeos ali, mas o que esse caso pode revelar sobre a própria diversidade genética humana.
Você acredita que fenômenos como o de Cândido Godói mostram mais sobre a força da genética ou sobre o papel do ambiente? Conhece outras histórias em que a ciência derrubou mitos locais? Conte nos comentários como você interpreta o equilíbrio entre herança biológica e cultura em casos como o dessa pequena cidade brasileira que virou um dos maiores enigmas científicos do país.
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