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Chinesa Geely compra 26% da Renault no Brasil e vai usar fábrica do Paraná para produzir até 400 mil carros por ano

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 03/11/2025 às 12:02
A parceria entre Renault no Brasil e Geely transforma o setor automotivo no Paraná, impulsionando a eletrificação e a produção nacional.
A parceria entre Renault no Brasil e Geely transforma o setor automotivo no Paraná, impulsionando a eletrificação e a produção nacional.
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A entrada da Geely amplia a presença chinesa no setor automotivo e dá novo fôlego à Renault no Brasil, com produção prevista de até 400 mil veículos por ano no complexo Ayrton Senna, no Paraná, dentro da estratégia global de eletrificação e expansão industrial.

A montadora chinesa Geely confirmou a compra de 26,4% da Renault no Brasil, em uma operação que insere o país no centro de uma das alianças industriais mais estratégicas do setor automotivo global. O acordo, sem valores divulgados, permitirá à Geely utilizar a estrutura e o centro de engenharia da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, para fabricar modelos de baixa e zero emissão.

Com isso, o complexo Ayrton Senna poderá elevar a capacidade produtiva de 180 mil para 400 mil veículos por ano, tornando-se um dos maiores polos industriais da América do Sul em volume e diversidade tecnológica. A parceria também inclui integração de plataformas híbridas e elétricas, e deve reposicionar a Renault no Brasil como protagonista da transição energética no setor automotivo nacional.

Estrutura e impacto industrial

A Renault e a Geely já mantinham parcerias no exterior, como a Horse Powertrain, criada em 2024 para produzir motores híbridos e a combustão.

No Brasil, a cooperação ganha escala com a entrada direta da Geely no capital da subsidiária, consolidando um eixo industrial voltado à eletrificação e eficiência de produção.

A operação inclui acesso à rede de 250 concessionárias da Renault e à estrutura de engenharia localizada no Paraná.

O novo arranjo empresarial prevê a formação de um conselho conjunto e a mudança do nome da operação local, com presidência escolhida entre executivos da Renault.

A produção compartilhada no mesmo complexo industrial é inédita no país e permitirá otimizar linhas, reduzir custos e acelerar lançamentos.

Estratégia de expansão da Renault no Brasil

O plano de crescimento prevê dobrar a participação de mercado em cinco anos, superando o atual índice de 5%.

O reforço de capacidade e o acesso às tecnologias da Geely, que controla marcas como Volvo e Lotus, permitirão ampliar o portfólio de modelos híbridos leves e elétricos.

A Renault no Brasil se tornará também uma base exportadora para a América do Sul, aproveitando o potencial logístico do sul do país e a rede de fornecedores locais.

O complexo Ayrton Senna passa a operar como plataforma multiproduto, com sinergias em design, propulsão e software automotivo, alinhadas à estratégia global da Visão 2030 da Arábia Saudita e da própria China no campo da descarbonização industrial.

O papel da Geely e a integração tecnológica

A Geely, uma das maiores montadoras chinesas, busca expandir sua presença internacional após adquirir marcas como Volvo, Lotus e participação na Renault Korea.

No Brasil, o objetivo é introduzir veículos elétricos compactos e híbridos, combinando escala de produção e desenvolvimento local.

A integração com a Renault no Brasil permitirá usar plataformas flexíveis de múltiplas energias e implementar processos de manufatura digital e automação avançada.

A Geely traz domínio sobre sistemas de propulsão elétrica e arquitetura modular, enquanto a Renault oferece experiência consolidada em produção local e rede de distribuição.

Competição e transformação do mercado brasileiro

O mercado automotivo brasileiro vive um momento de transição.

A entrada das fabricantes chinesas, como BYD e Great Wall, já pressiona o modelo tradicional europeu de operação.

A aliança entre Renault e Geely é, portanto, uma resposta estratégica ao avanço da eletrificação e à busca por custos competitivos.

Executivos da Renault destacaram que a demanda por híbridos leves e elétricos cresce rapidamente, mesmo com a base ainda pequena.

A produção conjunta é vista como forma de preservar competitividade frente à chegada de novos players e manter relevância num mercado em que a inovação tecnológica será o principal diferencial.

A compra de 26% da Renault no Brasil pela Geely marca uma reconfiguração do setor automotivo nacional, alinhando o país a um eixo global de produção limpa e alta tecnologia.

A parceria amplia a presença chinesa, fortalece a indústria local e posiciona o Paraná como centro regional de inovação automotiva.

Você acredita que essa aliança pode redefinir o futuro da Renault no Brasil e impulsionar a eletrificação no país?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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