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China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos, com US$ 2,2 bilhões em aportes em energia, tecnologia, mineração e infraestrutura no semestre

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/08/2025 às 13:33
China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos, atraída pela penetração digital de 90% dos lares e potencial de consumo online.
China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos, atraída pela penetração digital de 90% dos lares e potencial de consumo online.
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China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos. A entrada de capital chinês reforça setores estratégicos como energia, infraestrutura, tecnologia e mineração

A notícia de que China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos confirma uma tendência já consolidada nos últimos anos. Segundo análise de Túlio Cariello, diretor de conteúdo e pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), citada pela CNBC, o país asiático vê no Brasil um mercado estratégico pela combinação de recursos naturais, matriz energética limpa e um consumidor digitalmente conectado.

Nos primeiros seis meses de 2025, os aportes chineses chegaram a US$ 2,2 bilhões, ficando atrás apenas da Indonésia. Essa aproximação econômica reforça a presença da China no continente e amplia a dependência brasileira de capitais externos em áreas consideradas sensíveis para o futuro.

O que explica a escalada dos investimentos chineses?

De acordo com o CEBC, a China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos por fatores que vão além do comércio tradicional de grãos e petróleo. O interesse chinês se diversificou, alcançando energia elétrica, energia solar e eólica, tecnologia da informação, comércio eletrônico, indústria manufatureira e até serviços financeiros.

Outro ponto relevante é a matriz energética brasileira, a mais limpa do G20, que atrai empresas dispostas a investir em projetos sustentáveis. Além disso, a penetração da internet em mais de 90% dos lares desperta interesse em setores digitais, especialmente fintechs e aplicativos de serviços.

Mineração e minerais estratégicos no radar

A movimentação chinesa não se restringe ao consumo interno brasileiro. O setor de mineração e minerais estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras, também está na pauta. A China já é líder mundial no processamento desses insumos, essenciais para a produção de baterias e semicondutores, e busca ampliar sua presença no Brasil.

Hoje, as exportações brasileiras de terras raras ainda são limitadas, mas a expectativa é que a parceria sino-brasileira possa acelerar projetos em Minas Gerais e Goiás, colocando o país no mapa global da transição energética.

Infraestrutura e indústria: ocupando espaços deixados por outras potências

Outro fator que ajuda a explicar por que a China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos é a entrada em áreas abandonadas por empresas de outros países. Montadoras como Ford e Mercedes reduziram operações no Brasil, abrindo espaço para chinesas como BYD e GWM ampliarem suas fábricas e fortalecerem a indústria automotiva nacional.

Além disso, os investimentos chineses estão presentes em quase todos os estados brasileiros, de acordo com o CEBC, o que demonstra uma estratégia de capilaridade e influência que vai muito além dos grandes centros urbanos.

Contrapartidas e impactos no mercado brasileiro

A entrada maciça de capital estrangeiro sempre levanta questionamentos sobre contrapartidas. No caso da China, os benefícios fiscais concedidos pelo Brasil são semelhantes aos oferecidos a investidores de outras origens. O diferencial está na velocidade e intensidade com que os chineses ocupam os espaços disponíveis, o que gera críticas de setores que se sentem pressionados pela concorrência.

Ainda assim, especialistas avaliam que o movimento traz ganhos em geração de empregos, infraestrutura e modernização industrial, desde que o Brasil consiga negociar contrapartidas que aumentem sua participação em etapas de maior valor agregado da cadeia produtiva.

A confirmação de que China torna o Brasil seu segundo maior destino de investimentos reforça o peso da relação bilateral na economia global. O desafio agora é garantir que esses recursos não apenas reforcem a dependência de commodities, mas também gerem inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável em território brasileiro.

E você, acredita que o Brasil está aproveitando bem essa oportunidade ou corre o risco de se tornar excessivamente dependente da China? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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