A guerra comercial entre China e EUA se intensifica com novas tarifas e ameaças. Pequim reage à escalada de Trump. Confira os desdobramentos!
As relações entre China e Estados Unidos atingiram um novo patamar de tensão nesta quarta-feira (5), após o governo chinês declarar estar preparado para enfrentar “qualquer tipo” de guerra em resposta às crescentes tarifas comerciais impostas pelo presidente americano, Donald Trump.
A disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensifica e eleva o temor de uma guerra comercial de grande escala.
O governo Trump ampliou as tarifas sobre produtos chineses, afetando todas as mercadorias que entram nos EUA.
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Pequim reagiu rapidamente, impondo tarifas de 10% a 15% sobre produtos agrícolas americanos. A retaliação chinesa foi acompanhada por um forte posicionamento diplomático.
“Se é guerra o que os EUA querem, seja tarifária, comercial ou qualquer outro tipo, estamos prontos para lutar até o fim”, afirmou a Embaixada da China em Washington por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), reproduzindo um comunicado do governo chinês.
Escalada de tensão e aumento nos gastos militares
A declaração chinesa ocorre em um momento crucial, quando líderes se reúnem em Pequim para o Congresso Nacional do Povo, um evento anual que define diretrizes políticas e econômicas para o país.
Na terça-feira (4), o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou um aumento de 7,2% nos gastos militares, destacando que o mundo atravessa “mudanças nunca vistas em um século”.
Esse crescimento orçamentário reforça a posição da China em meio às pressões externas, especialmente no que diz respeito às relações com os EUA.
Pequim tem buscado projetar uma imagem de estabilidade e pacifismo, contrastando com a postura americana, que é frequentemente associada a intervenções militares no Oriente Médio e na Ucrânia.
No entanto, a China também precisa equilibrar sua retórica para evitar afastar parceiros comerciais globais.
Fentanil e guerra comercial: um novo ponto de discórdia
A tensão também se intensificou com a recente acusação dos EUA de que a China é responsável pela entrada da droga fentanil em solo americano.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês rebateu as alegações, classificando-as como “uma desculpa frágil” para justificar a imposição de novas tarifas.
“A intimidação não nos assusta. O bullying não funciona conosco. Pressionar, coagir ou fazer ameaças não é a maneira correta de lidar com a China”, declarou o porta-voz.
A retórica cada vez mais agressiva entre as duas potências reforça a percepção de que Pequim e Washington estão em rota de colisão, não apenas no campo comercial, mas também na esfera diplomática e estratégica.
Impactos econômicos e a estratégia chinesa
Diante desse cenário de incerteza, a China busca reforçar sua economia, que enfrenta desafios como queda no consumo, crise no setor imobiliário e aumento do desemprego.
O governo prometeu injetar bilhões de dólares para estimular o crescimento, e o Congresso Nacional do Povo tem sido palco para a apresentação de planos econômicos ambiciosos.
Atualmente, a China possui o segundo maior orçamento militar do mundo, com US$ 245 bilhões, mas ainda assim, muito inferior ao dos EUA.
Pequim destina 1,6% do seu PIB para o setor de defesa, percentual menor que os investimentos militares de Washington e Moscou, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.
Especialistas apontam que a China pode subestimar seus gastos militares para não alarmar a comunidade internacional, enquanto continua a modernizar suas forças armadas.