Decisão do governo chinês atinge companhias americanas estratégicas e reforça a escalada da disputa entre as duas maiores economias do mundo, segundo informações do UOL.
A China anunciou nesta quinta-feira (25) a inclusão de seis empresas americanas em listas de controle de exportação e de entidades não confiáveis. A medida amplia a tensão comercial entre Pequim e Washington em um momento de negociações delicadas sobre tecnologia e segurança, informou o UOL.
Entre as companhias afetadas estão gigantes como a Huntington Ingalls Industries, além de empresas dos setores de defesa, tecnologia e comunicação. Com a decisão, elas ficam impedidas de realizar importações, exportações e novos investimentos em território chinês, o que representa mais um passo da escalada geopolítica em 2025.
Empresas americanas na mira de Pequim
Segundo o Ministério do Comércio da China, três companhias foram incluídas na lista de controle de exportação, o que restringe a compra de itens de uso dual, como softwares, bens e tecnologias que podem ter aplicação civil e militar. Outras três foram classificadas como “entidades não confiáveis”, ficando proibidas de fazer negócios e investir no país.
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As afetadas são Huntington Ingalls Industries, Planate Management Group, Global Dimensions, Saronic Technologies, Aerkomm e Oceaneering International. Pequim justificou a decisão afirmando que as atividades dessas empresas ameaçam a segurança nacional e os interesses estratégicos de desenvolvimento chinês.
Contexto das negociações entre China e EUA
A decisão ocorreu em meio a conversas de alto nível entre autoridades chinesas e americanas. Delegações se reuniram em Madri nos dias 14 e 15 de setembro para discutir tarifas, tecnologia e segurança, inclusive preocupações ligadas ao TikTok.
Além disso, o presidente Xi Jinping conversou por telefone com Donald Trump em 20 de setembro, em diálogo descrito pelo republicano como “muito produtivo”. Ainda assim, Pequim fez questão de enviar um recado claro, cobrando dos EUA o cancelamento de tarifas consideradas “irracionais” e apontando que as restrições impostas unilateralmente por Washington continuam sendo o maior obstáculo à cooperação econômica, conforme destacou o UOL.
O que o Brasil tem a ver com isso
As disputas entre China e Estados Unidos têm repercussões diretas e indiretas no Brasil. Como maior parceiro comercial de Pequim e fornecedor estratégico para os americanos em setores como aço e alimentos, o país pode enfrentar tanto riscos quanto oportunidades.
Entre os ganhos potenciais, especialistas apontam a abertura de espaço para exportações brasileiras em mercados onde os produtos americanos perdem competitividade, além da chance de atrair mais investimentos chineses em infraestrutura, energia e telecomunicações. Por outro lado, há riscos de excesso de produtos chineses desviados para o mercado brasileiro, além da vulnerabilidade de depender de um único parceiro comercial em meio a tensões globais.
A estratégia brasileira diante da disputa
O Brasil tem buscado equilibrar suas relações com as duas potências. A diplomacia brasileira atua em fóruns como BRICS e OCDE para ampliar sua autonomia e adota um discurso de separação entre questões políticas e comerciais.
Esse posicionamento é visto como uma tentativa de “hedging” geopolítico: manter-se próximo tanto da China quanto dos Estados Unidos para evitar retaliações e, ao mesmo tempo, aproveitar oportunidades de negócios. Segundo analistas ouvidos pelo UOL, essa estratégia deve se intensificar em 2025 diante da escalada da disputa comercial.
A decisão da China de colocar seis empresas americanas em listas de controle reforça que a disputa com os EUA não deve arrefecer no curto prazo. Para o Brasil, esse cenário pode representar tanto riscos à indústria local quanto oportunidades de expansão comercial e de captação de investimentos.
E você, acredita que o Brasil deve se alinhar mais com a China ou buscar proximidade maior com os Estados Unidos? Qual caminho seria mais vantajoso para o futuro da economia brasileira? Deixe sua opinião nos comentários.