China reduz volume total, mas abre espaço maior para a carne brasileira
A China, maior importadora mundial de carne bovina, adquiriu 505 mil toneladas do produto em agosto, volume 5,3% menor em relação a julho, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas do país.
No acumulado de janeiro a agosto, as compras somaram 4,24 milhões de toneladas, uma queda de 3,6% frente ao mesmo período de 2024, segundo o Canal Rural.
Apesar dessa retração no total importado, o Brasil conquistou mais espaço no mercado chinês. As exportações de carne bovina brasileira para o país asiático saltaram de 106 mil toneladas em agosto de 2024 para 158 mil toneladas em agosto deste ano. Isso representa um crescimento expressivo de 50% nos embarques, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Perdas nos Estados Unidos e avanço da Rússia equilibram cenário
Enquanto a China puxou a demanda, os Estados Unidos seguiram na contramão. As vendas de carne bovina brasileira para o mercado norte-americano caíram de 15 mil toneladas em agosto de 2024 para cerca de 6,4 mil toneladas neste ano, uma retração de 58%.
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Já a Rússia mostrou força compradora, ampliando suas aquisições: foram 7,5 mil toneladas em 2024 contra 12,4 mil toneladas neste ano. Esse movimento ajudou a compensar parte das perdas nos EUA, mantendo o setor em equilíbrio.
Na prática, a maior demanda da China e da Rússia neutralizou o impacto negativo da queda nas exportações para os norte-americanos.
Brasil reforça protagonismo no mercado internacional de carne bovina
Mesmo em um cenário global de ajustes e disputas comerciais, o Brasil segue consolidado como um dos principais fornecedores de carne bovina para o mercado internacional.
O destaque fica para o papel da China, que assumiu de vez a posição de principal cliente, garantindo volume e estabilidade para os frigoríficos e exportadores brasileiros.
Esse protagonismo não é apenas numérico: ele revela a força do agronegócio brasileiro e sua capacidade de se adaptar a oscilações regionais. O crescimento das compras chinesas e russas demonstra que o país tem conseguido manter competitividade em um mercado cada vez mais disputado.
Com os Estados Unidos reduzindo a demanda e a China aumentando cada vez mais as compras, será que o Brasil não estaria se tornando dependente demais de um único mercado?
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