General Motors confirma o fim do CarPlay e Android Auto em sua linha global, apostando em um sistema próprio com login Google e integração total ao veículo. Mudança gradual deve atingir também os carros mais vendidos da marca.
A General Motors (GM) confirmou que vai eliminar gradualmente o suporte ao Android Auto e ao Apple CarPlay de toda a sua linha global, incluindo veículos a combustão.
A medida, anunciada recentemente pela CEO Mary Barra, já vinha sendo adotada nos modelos elétricos e agora será expandida para os demais.
No Brasil, o impacto será sentido em futuras gerações de carros populares da Chevrolet, como Onix e Tracker.
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O que muda para o motorista
A montadora passará a utilizar um sistema próprio, baseado no Google Automotive Services, que dispensa o espelhamento direto de smartphones.
Com isso, o motorista não precisará mais conectar o telefone para acessar navegação, chamadas ou música, pois as funções estarão integradas ao software do veículo.
O uso do sistema, no entanto, exige login em uma conta Google, o que envolve compartilhamento de alguns dados com a empresa.
Segundo a GM, o novo modelo oferece maior integração entre hardware e software, além de atualizações automáticas e melhor desempenho.

A empresa argumenta que a experiência será mais segura e fluida, com menos distrações e interrupções durante a condução.
Quando a mudança começa
O fim do suporte ao CarPlay e ao Android Auto não será imediato.
A GM afirmou que os modelos atuais continuarão compatíveis por um “futuro previsível”, e que a substituição ocorrerá de forma gradual, à medida que novas plataformas forem introduzidas.
A montadora ainda não informou o cronograma exato para a transição em mercados específicos, como o brasileiro.
Situação no Brasil
Por enquanto, Onix e Tracker seguem à venda no Brasil com espelhamento sem fio de Android Auto e Apple CarPlay.
A retirada da função deve ocorrer apenas com a chegada de novas gerações ou plataformas totalmente reformuladas.
A GM também esclareceu que não pretende desativar o recurso de carros já vendidos.
Justificativas da montadora
Em entrevista ao podcast Decoder, do site The Verge, a CEO Mary Barra afirmou que parte dos consumidores relatou insatisfação com o funcionamento do CarPlay nos veículos da GM.
Segundo ela, “não era perfeito e, em alguns casos, poderia ser uma distração ficar indo e voltando entre funções do telefone e do carro”.
O diretor de produtos da empresa, Sterling Anderson, comparou a situação ao uso de aplicativos de celular em computadores, dizendo que cada dispositivo deve oferecer uma experiência nativa mais completa.
Para a montadora, o novo sistema permitirá melhor desempenho, segurança e conectividade.
Dados e privacidade
Com a adoção do Google Automotive Services, o acesso a recursos como mapas, assistente de voz e aplicativos de entretenimento exigirá login na conta Google do usuário.
A GM informa que os dados coletados serão usados para melhorar a experiência de condução, com recomendações e atualizações personalizadas.
Especialistas em privacidade alertam que o compartilhamento de informações sobre localização, hábitos de uso e preferências de mídia precisa vir acompanhado de transparência e opções de consentimento claras.
Para eles, a medida amplia a dependência dos motoristas em relação aos ecossistemas digitais de grandes empresas de tecnologia.
Novos serviços e modelo de negócios

A GM afirma que sua estratégia faz parte da transição para veículos “definidos por software”, capazes de receber atualizações e recursos adicionais por meio da internet.
Analistas do setor apontam que, ao eliminar o espelhamento gratuito, a empresa pode abrir espaço para serviços pagos, como assinaturas de navegação, conectividade premium e pacotes de aplicativos embarcados.
Até o momento, não há informações oficiais sobre eventuais valores ou formatos de assinatura.
A montadora apenas destaca que os serviços conectados terão “ofertas personalizadas” conforme a região e o perfil do cliente.
Reação e comparação com concorrentes
A decisão da GM contrasta com a estratégia de outras fabricantes.
O CEO da Ford, Jim Farley, afirmou recentemente que a empresa não pretende eliminar o espelhamento de smartphones de seus veículos, por considerar que o recurso “faz parte da rotina digital dos motoristas”.
Especialistas em mobilidade avaliam que a retirada do CarPlay e do Android Auto pode reduzir a liberdade de escolha dos consumidores e encarecer a experiência digital dentro dos carros, já que parte das funções gratuitas pode se tornar paga.
Por outro lado, destacam que a integração nativa pode melhorar o desempenho e a estabilidade do sistema embarcado.
Impacto para o consumidor brasileiro
No Brasil, onde a conectividade é um dos principais atrativos de compra, a mudança pode alterar o comportamento do público nas próximas gerações de veículos.
Especialistas do setor afirmam que a GM tende a manter o foco na digitalização, mas enfrentará o desafio de convencer motoristas acostumados ao espelhamento tradicional a migrar para uma nova plataforma.
Para consumidores que valorizam privacidade, autonomia e custos previsíveis, o avanço dos sistemas proprietários será um ponto de atenção.
Já para quem busca maior integração tecnológica, o novo sistema poderá oferecer ganhos de funcionalidade e conveniência.
Com a retirada progressiva do CarPlay e do Android Auto, uma dúvida permanece: como os motoristas vão reagir à transição para sistemas cada vez mais fechados e dependentes de assinaturas?

 
                         
                        
                                                     
                         
                         
                         
                        

 
                     
         
         
         
         
        
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