Explosão em Chernobyl mudou o debate mundial sobre energia nuclear e obrigou a evacuação de centenas de milhares de pessoas na antiga União Soviética
Na madrugada de 26 de abril de 1986, o mundo testemunhou um dos piores desastres nucleares da história. Na cidade de Pripyat, na antiga União Soviética, uma explosão destruiu o reator número 4 da Usina Nuclear de Chernobyl. O acidente mudou para sempre o debate sobre o uso da radioatividade.
Explosão e liberação de radiação
Tudo começou com um teste de segurança. A equipe da usina, mal treinada, tomou decisões equivocadas durante o procedimento. O reator, que já tinha falhas de projeto, entrou em instabilidade.
Um aumento repentino de potência causou uma explosão de vapor. Logo em seguida, incêndios destruíram a estrutura e espalharam cerca de 5% do núcleo radioativo.
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A radiação foi lançada na atmosfera e viajou por várias partes da Europa. A contaminação afetou diretamente os moradores da região e provocou danos ambientais de longo prazo.
Vítimas e evacuação em massa
Na mesma noite da explosão, dois trabalhadores perderam a vida. Nas semanas seguintes, outras 28 pessoas faleceram devido à síndrome aguda da radiação.
O impacto não parou por aí. Anos depois, aproximadamente 5.000 casos de câncer de tireoide foram ligados ao acidente, com pelo menos 15 mortes confirmadas.
O desastre forçou a retirada de cerca de 350.000 pessoas. Pripyat, antes uma cidade modelo soviética, virou uma cidade fantasma. Até hoje, a região ainda enfrenta contaminação. A volta segura das populações afetadas segue muito longe de acontecer.
Lições e evolução da energia nuclear
Mesmo com os casos de Chernobyl e Fukushima, a energia nuclear continua em uso no mundo. A segurança avançou. A indústria adotou padrões mais rígidos para evitar tragédias.
Segundo registros, os reatores comerciais somam mais de 18.500 anos de operação acumulada em 36 países. Somente dois grandes acidentes foram registrados nesse tempo: Chernobyl e Fukushima.
Símbolo de advertência
A sala de controle da usina de Chernobyl, que antes era um símbolo do avanço soviético, se tornou um dos retratos mais marcantes da tragédia nuclear. Após décadas, o local ainda é lembrado como um alerta sobre os riscos da radioatividade e a necessidade de responsabilidade no uso da energia nuclear.
Segurança das usinas nucleares
Hoje, as usinas nucleares operam com padrões de segurança rígidos, usando múltiplas barreiras de contenção e sistemas automáticos para prevenir acidentes como os de Chernobyl e Fukushima.
Reatores do tipo PWR, como os de Angra, no Rio de Janeiro, nunca registraram falhas preocupantes. Os operadores passam por treinamentos de alto padrão e são licenciados por autoridades como a CNEN. Esses avanços tornaram a energia nuclear uma das mais seguras do mundo atualmente.
Com informações de Aventuras na História.