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Ceará decreta emergência após tarifaço de Trump: tarifas atingem em cheio a siderurgia cearense, e governo usa reserva de contingência para evitar demissões em massa

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 05/09/2025 às 16:14
Ceará decreta emergência após tarifaço de Trump: tarifas atingem em cheio a siderurgia cearense, e governo usa reserva de contingência para evitar demissões em massa
Foto: Reprodução
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Com 44,9% das exportações ligadas aos EUA, Ceará decreta emergência e libera recursos para sustentar empresas e preservar empregos.

O Governo do Ceará decretou situação de emergência em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O estado é um dos mais impactados pelas medidas e a decisão busca garantir recursos imediatos para enfrentar os efeitos da crise.

Decreto publicado e acesso a recursos

O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado e autoriza o uso de verbas de reserva de contingência. Essa rubrica orçamentária é específica para situações de emergência e permitirá executar medidas de apoio às empresas cearenses afetadas.

Segundo a Secretaria da Casa Civil, o objetivo é assegurar a manutenção dos empregos e minimizar os impactos econômicos.

O governo reforça que o acesso a essa reserva garante agilidade no repasse dos recursos e na aplicação das medidas.

Lei de agosto já havia preparado terreno

Antes do decreto, o governo estadual sancionou em 7 de agosto uma lei que autorizava diversas ações de apoio às empresas.

Entre elas estão auxílio financeiro, compra de produtos para uso em equipamentos do governo, antecipação de créditos e aumento de incentivos fiscais.

A mesma lei também criou um Comitê Estratégico para acompanhar a aplicação das medidas.

Já naquela época, o governo havia deixado claro que os custos seriam bancados com créditos extraordinários, ou seja, não previstos inicialmente no orçamento.

Alteração de artigo e nova fonte de recursos

Com o novo decreto, um artigo da lei de agosto foi alterado.

A mudança define que a execução das medidas será garantida por meio da reserva de contingência. Dessa forma, o estado tem segurança jurídica e orçamentária para viabilizar as ações.

Entre as primeiras iniciativas já em andamento está um edital lançado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). Ele prevê a compra de produtos agrícolas de empresas cearenses atingidas pelas tarifas americanas.

Dependência do Ceará em relação aos EUA

O impacto das tarifas é grande porque o Ceará mantém forte ligação comercial com os Estados Unidos. O principal produto exportado pelo estado é o aço e derivados.

A explica que a siderurgia responde por 76,5% das exportações cearenses destinadas aos EUA. Trata-se de produtos semi-acabados, lingotes e formas primárias de ferro e aço.

No primeiro semestre de 2025, o Ceará exportou mais de US$ 1,1 bilhão. Desse total, US$ 528 milhões foram do setor de siderurgia, quase metade de tudo que o estado vendeu no período.

Balanço de 2024 confirma padrão

De janeiro a dezembro de 2024, os números seguiram a mesma lógica.

Os principais produtos exportados do Ceará para os EUA foram ferro e aço (US$ 441,3 milhões), pescados e crustáceos (US$ 52,8 milhões), preparações de hortícolas e frutas (US$ 37,2 milhões), calçados (US$ 36,9 milhões) e óleos ou gorduras animais e vegetais (US$ 16,7 milhões).

Esses dados confirmam que a pauta de exportações do estado para o mercado americano é concentrada e, portanto, mais vulnerável.

Estado mais dependente, mas não maior vendedor

Embora seja o estado proporcionalmente mais dependente dos EUA, o Ceará não é o maior vendedor.

Em 2024, 44,9% das exportações cearenses tiveram como destino os americanos. O segundo colocado nesse ranking, o Espírito Santo, registrou 28,6%.

Apesar disso, o volume absoluto exportado pelo Espírito Santo foi maior: US$ 3,1 bilhões contra US$ 659 milhões do Ceará. Isso mostra que, em números totais, outros estados ainda superam a participação cearense.

Mesmo com essa alta proporção, o Ceará foi apenas o 12º maior exportador do Brasil para os EUA em 2024. São Paulo liderou a lista, com US$ 13,6 bilhões exportados, equivalentes a 19% das vendas paulistas no ano.

Alternativas e desafios para a economia

Em meio às tarifas, especialistas e governo apontam a diversificação de mercados como alternativa. A estratégia busca reduzir a dependência dos EUA e abrir espaço em novos destinos.

No entanto, a mudança exige tempo e adaptação. Enquanto a diversificação pode levar meses ou até anos, os efeitos das tarifas já atingem empresas e trabalhadores em poucas semanas.

Portanto, a decretação da emergência surge como resposta imediata. Ela permite ao governo estadual agir rapidamente e tentar reduzir as perdas do setor produtivo.

Expectativas para os próximos passos

Com o decreto, empresas esperam que os recursos sejam liberados sem entraves burocráticos. O governo, por sua vez, aposta que a medida dará segurança para manter empregos e assegurar o funcionamento das exportações.

Além disso, a criação de instrumentos como o edital de compras mostra que o estado tenta atuar em várias frentes. O objetivo é equilibrar os impactos no curto prazo, enquanto busca alternativas comerciais para o médio e longo prazo.

O cenário, contudo, segue desafiador. O Ceará continua exposto às tarifas americanas e depende da eficácia das medidas locais para evitar prejuízos maiores.

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Francisco wilker Sales de Vasconcelos
Francisco wilker Sales de Vasconcelos
05/09/2025 18:52

País administrado por comunista e ditadores da nisso, não valorizam aos brasileiros e querem culpar os EUA, tirem os impostos abusivos que foi tirado por Bolsonaro e o Lula colocou de volta, concerteza muita coisa vai melhorar no país, e parem de culpa os países de primeiro mundo, pela incompetência de um presidente faccionado e protetor de ****.

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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