Com 44,9% das exportações ligadas aos EUA, Ceará decreta emergência e libera recursos para sustentar empresas e preservar empregos.
O Governo do Ceará decretou situação de emergência em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O estado é um dos mais impactados pelas medidas e a decisão busca garantir recursos imediatos para enfrentar os efeitos da crise.
Decreto publicado e acesso a recursos
O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado e autoriza o uso de verbas de reserva de contingência. Essa rubrica orçamentária é específica para situações de emergência e permitirá executar medidas de apoio às empresas cearenses afetadas.
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Segundo a Secretaria da Casa Civil, o objetivo é assegurar a manutenção dos empregos e minimizar os impactos econômicos.
O governo reforça que o acesso a essa reserva garante agilidade no repasse dos recursos e na aplicação das medidas.
Lei de agosto já havia preparado terreno
Antes do decreto, o governo estadual sancionou em 7 de agosto uma lei que autorizava diversas ações de apoio às empresas.
Entre elas estão auxílio financeiro, compra de produtos para uso em equipamentos do governo, antecipação de créditos e aumento de incentivos fiscais.
A mesma lei também criou um Comitê Estratégico para acompanhar a aplicação das medidas.
Já naquela época, o governo havia deixado claro que os custos seriam bancados com créditos extraordinários, ou seja, não previstos inicialmente no orçamento.
Alteração de artigo e nova fonte de recursos
Com o novo decreto, um artigo da lei de agosto foi alterado.
A mudança define que a execução das medidas será garantida por meio da reserva de contingência. Dessa forma, o estado tem segurança jurídica e orçamentária para viabilizar as ações.
Entre as primeiras iniciativas já em andamento está um edital lançado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). Ele prevê a compra de produtos agrícolas de empresas cearenses atingidas pelas tarifas americanas.
Dependência do Ceará em relação aos EUA
O impacto das tarifas é grande porque o Ceará mantém forte ligação comercial com os Estados Unidos. O principal produto exportado pelo estado é o aço e derivados.
A explica que a siderurgia responde por 76,5% das exportações cearenses destinadas aos EUA. Trata-se de produtos semi-acabados, lingotes e formas primárias de ferro e aço.
No primeiro semestre de 2025, o Ceará exportou mais de US$ 1,1 bilhão. Desse total, US$ 528 milhões foram do setor de siderurgia, quase metade de tudo que o estado vendeu no período.
Balanço de 2024 confirma padrão
De janeiro a dezembro de 2024, os números seguiram a mesma lógica.
Os principais produtos exportados do Ceará para os EUA foram ferro e aço (US$ 441,3 milhões), pescados e crustáceos (US$ 52,8 milhões), preparações de hortícolas e frutas (US$ 37,2 milhões), calçados (US$ 36,9 milhões) e óleos ou gorduras animais e vegetais (US$ 16,7 milhões).
Esses dados confirmam que a pauta de exportações do estado para o mercado americano é concentrada e, portanto, mais vulnerável.
Estado mais dependente, mas não maior vendedor
Embora seja o estado proporcionalmente mais dependente dos EUA, o Ceará não é o maior vendedor.
Em 2024, 44,9% das exportações cearenses tiveram como destino os americanos. O segundo colocado nesse ranking, o Espírito Santo, registrou 28,6%.
Apesar disso, o volume absoluto exportado pelo Espírito Santo foi maior: US$ 3,1 bilhões contra US$ 659 milhões do Ceará. Isso mostra que, em números totais, outros estados ainda superam a participação cearense.
Mesmo com essa alta proporção, o Ceará foi apenas o 12º maior exportador do Brasil para os EUA em 2024. São Paulo liderou a lista, com US$ 13,6 bilhões exportados, equivalentes a 19% das vendas paulistas no ano.
Alternativas e desafios para a economia
Em meio às tarifas, especialistas e governo apontam a diversificação de mercados como alternativa. A estratégia busca reduzir a dependência dos EUA e abrir espaço em novos destinos.
No entanto, a mudança exige tempo e adaptação. Enquanto a diversificação pode levar meses ou até anos, os efeitos das tarifas já atingem empresas e trabalhadores em poucas semanas.
Portanto, a decretação da emergência surge como resposta imediata. Ela permite ao governo estadual agir rapidamente e tentar reduzir as perdas do setor produtivo.
Expectativas para os próximos passos
Com o decreto, empresas esperam que os recursos sejam liberados sem entraves burocráticos. O governo, por sua vez, aposta que a medida dará segurança para manter empregos e assegurar o funcionamento das exportações.
Além disso, a criação de instrumentos como o edital de compras mostra que o estado tenta atuar em várias frentes. O objetivo é equilibrar os impactos no curto prazo, enquanto busca alternativas comerciais para o médio e longo prazo.
O cenário, contudo, segue desafiador. O Ceará continua exposto às tarifas americanas e depende da eficácia das medidas locais para evitar prejuízos maiores.
País administrado por comunista e ditadores da nisso, não valorizam aos brasileiros e querem culpar os EUA, tirem os impostos abusivos que foi tirado por Bolsonaro e o Lula colocou de volta, concerteza muita coisa vai melhorar no país, e parem de culpa os países de primeiro mundo, pela incompetência de um presidente faccionado e protetor de ****.