Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração lança fábrica de ânodo de nióbio com produção de 2 mil toneladas/ano até 2027
A mobilidade elétrica vem conquistando o mercado mundial, e o Brasil não fica atrás nesse movimento, especialmente com o avanço da CBMM, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, que desponta como uma das pioneiras em inovação para baterias de veículos elétricos. Em uma iniciativa que promete transformar a indústria de armazenamento de energia, a CBMM iniciou uma nova fase de expansão com foco em óxidos de nióbio, um material que pode acelerar a transição para veículos elétricos mais eficientes e duradouros.
O Crescimento do setor de baterias na CBMM
Fundada na década de 1950 e controlada pela família Moreira Salles, a CBMM possui 70% do capital e conta ainda com a parceria de consórcios asiáticos. Tradicionalmente associada à produção de ligas de ferro-nióbio para a indústria siderúrgica, a CBMM, agora, volta seus esforços para o desenvolvimento de materiais inovadores para o setor de baterias.
Essa decisão reflete o crescente interesse global por soluções sustentáveis e, de acordo com Rodrigo Amado, diretor da divisão de Novos Materiais e Aplicações, projeta um faturamento de US$ 400 milhões para 2024.
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Esse avanço é impressionante, considerando que há cinco anos, a presença da CBMM no mercado de baterias era praticamente inexistente. Hoje, a produção de óxidos de nióbio para baterias atingiu mil toneladas, com uma receita estimada de US$ 23 milhões apenas neste segmento.
Além das baterias, a companhia também atua em outras indústrias de alta tecnologia, como a óptica, aeroespacial e médica, somando um total de 11 mil toneladas de ferro-nióbio equivalente vendidas este ano.
Nova planta para produção de Óxido de nióbio e a tecnologia XNO
Um marco importante na estratégia da CBMM é a nova planta de produção de óxidos de nióbio em Minas Gerais, a maior do mundo em capacidade de produção de ânodos à base de nióbio, com um volume anual de 2 mil toneladas.
Em uma área de 2 mil metros quadrados, essa unidade fabril tem potencial de produção equivalente a 1 GWh de células de íons de lítio. O ânodo desenvolvido com nióbio, batizado de XNO, tem uma capacidade única de carregamento ultrarrápido e é ideal para aplicações que exigem grandes quantidades de energia, como veículos pesados e infraestrutura de data centers.
Esse material revolucionário foi desenvolvido em colaboração com a Echion Technologies, empresa inglesa na qual a CBMM tem participação acionária. O ânodo XNO, patenteado pela Echion, visa aumentar a eficiência energética e reduzir o tempo de carregamento de veículos pesados como ônibus elétricos, veículos de mineração e ferroviários, além de aplicações industriais que exigem alto desempenho.
Impacto no mercado e perspectivas para o futuro
O avanço da CBMM no setor de mobilidade elétrica ocorre em um momento em que o mercado de baterias está em rápida expansão. A empresa projeta uma demanda global de cerca de 5 terawatts de capacidade para armazenamento de energia nos próximos dez anos, em comparação com 600 gigawatts registrados no ano passado. A CBMM visa capturar uma fatia relevante desse mercado, com a meta de atingir uma capacidade de 20 mil toneladas de óxido de nióbio até 2030, o que geraria uma receita anual estimada de US$ 500 milhões, a preços atuais.
A demanda esperada para o ânodo XNO equivale a 2% da capacidade global, e a CBMM busca captar 10% desse volume até 2028. A tecnologia de ânodo de nióbio apresenta vantagens competitivas significativas, como a capacidade de suportar mais de 10 mil ciclos de carga, vida útil longa e carregamento seguro em condições extremas. A cada kWh de potência, são necessários 2 quilos de nióbio, o que representa uma quantidade substancial de material no ânodo e permite o carregamento rápido sem comprometer a segurança.
Investimentos em pesquisa e desenvolvimento
A expansão da CBMM no mercado de baterias é sustentada por um orçamento robusto de R$ 250 milhões anuais dedicados a Pesquisa e Desenvolvimento, dos quais R$ 80 milhões são destinados exclusivamente ao desenvolvimento de novas tecnologias para baterias.
Essa verba tem financiado 42 projetos em colaboração com parceiros internacionais, reforçando o compromisso da empresa com a inovação e sua visão de um futuro mais sustentável.
Para garantir a competitividade no mercado global, a CBMM investe continuamente em pesquisa, explorando possibilidades para tornar o nióbio um elemento essencial na composição de baterias de íons de lítio, especialmente voltadas para o mercado industrial e comercial.
Os benefícios incluem maior durabilidade e segurança, o que é particularmente importante em ambientes industriais e para veículos pesados, onde os custos de manutenção e os riscos associados ao desgaste são elevados.
CBMM: Uma visão sustentável e o papel do nióbio no futuro da energia
A entrada da CBMM no setor de baterias reflete uma transição estratégica da companhia, que almeja que 30% de sua receita até 2030 provenha de produtos não relacionados à siderurgia. Em 2023, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 11,4 bilhões, impulsionada pela exportação de ferro-nióbio, cujo principal destino é a China. A nova divisão de negócios dedicada aos materiais de bateria não só diversifica as operações da CBMM, mas também contribui para a redução de emissões de carbono e para o avanço da mobilidade elétrica global.
O exemplo da CBMM demonstra como as indústrias de mineração e metalurgia podem se adaptar às demandas do século 21, oferecendo soluções para problemas globais e contribuindo para a transição energética. Ao investir em tecnologias inovadoras e ao colaborar com líderes internacionais do setor, a empresa reforça o papel do Brasil como um protagonista na era das energias renováveis.
A aposta da CBMM no mercado de baterias representa uma mudança de paradigma na indústria brasileira de mineração, provando que inovação e sustentabilidade andam de mãos dadas. A nova planta de óxidos de nióbio, junto com a tecnologia XNO, destaca o potencial do país para liderar a transformação global na mobilidade elétrica.
Com investimentos estratégicos e parcerias de peso, a CBMM não só contribui para o futuro dos veículos elétricos, mas também abre portas para o desenvolvimento de novas aplicações e tecnologias sustentáveis, tornando o nióbio um metal crucial para a economia verde do futuro.