Pesquisadores de Shenzhen criam cassete revolucionário que usa DNA em vez de fita magnética, com capacidade de 36 petabytes — equivalente a sete bilhões de músicas, mas ainda de custo proibitivo.
A fita cassete tradicional, lançada em 1962, marcou gerações nos anos 1970 e 1980. Permitia gravar músicas, criar coletâneas caseiras e ouvir canções em dispositivos portáteis como o walkman. Mas também tinha problemas técnicos: a fita se enroscava no gravador, perdia qualidade de som e exigia até uma caneta para rebobiná-la. Com o avanço dos CDs, do MP3 e do streaming, a fita virou objeto nostálgico, lembrança de uma era analógica. Agora, porém, cientistas da China propõem um salto surpreendente: o cassete baseado em DNA.
A revolução chinesa: DNA como mídia de armazenamento
Pesquisadores de Shenzhen desenvolveram uma tecnologia que substitui a fita magnética por DNA sintético como meio de gravação. O novo cassete não guarda minutos de áudio, mas sim petabytes de dados. Sua capacidade chega a 36 petabytes, o que equivale a sete bilhões de músicas — uma coleção impossível de caber em qualquer dispositivo digital convencional.
Ao contrário das mídias digitais, que registram dados em zeros e uns, o cassete de DNA utiliza as quatro bases nitrogenadas do código genético:
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- Adenina (A)
- Guanina (G)
- Citosina (C)
- Timina (T)
Esse sistema cria uma densidade de informação sem precedentes.
A incrível densidade do DNA
Para entender o potencial, basta olhar para a natureza:
- O DNA de uma célula humana pode armazenar cerca de 1,5 gigabytes de dados, o equivalente a dois CDs de música
- Um grama de DNA tem capacidade de até 450 exabytes, o que corresponderia a 1,8 bilhões de smartphones modernos
Essa densidade explica por que o DNA é visto como a mídia definitiva para o futuro do armazenamento de dados.
Vantagens sobre as mídias atuais
Enquanto hard disks, SSDs e até a nuvem têm limites de escala e durabilidade, o DNA oferece:
- Alta durabilidade: informação pode ser preservada por séculos sem perda.
- Miniaturização extrema: enormes bibliotecas caberiam em uma pequena cápsula de DNA.
- Segurança biológica: o material é estável e replicável.
Na prática, seria possível guardar todo o catálogo de filmes, músicas e documentos do planeta em alguns gramas de DNA.
O preço ainda é o obstáculo
Apesar do avanço, a tecnologia não chegará ao público tão cedo. O processo de síntese e leitura do DNA ainda é extremamente caro e lento. O próprio estudo reconhece que, neste momento, o cassete de DNA é apenas um protótipo experimental.
Mas há paralelos históricos. Assim como aconteceu com as fitas cassete convencionais — que no início eram caras e, depois, se popularizaram — o mesmo pode ocorrer com o DNA.
Especialistas acreditam que, com o aumento da demanda e a evolução das técnicas laboratoriais, os custos cairão rapidamente.
Nostalgia com inovação
A escolha de batizar o projeto como “fita cassete” não é acidental. Os cientistas buscaram associar a nostalgia dos anos 1980 com uma visão futurista da tecnologia. É como se a fita, antes símbolo da música portátil, voltasse em 2025 para guardar a memória digital da humanidade.
Se um dia chegar ao mercado, o cassete de DNA pode ser usado para:
- Arquivos de longa duração, como registros históricos e científicos;
- Centros de dados verdes, com menor impacto ambiental do que data centers tradicionais;
- Preservação cultural, garantindo que músicas, filmes e obras digitais não se percam.
Até lá, a tecnologia ainda ficará restrita a laboratórios e pesquisas acadêmicas. Mas o simples fato de transformar o código da vida em mídia de informação mostra que o futuro do armazenamento está apenas começando.