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Cientistas na China criam fita cassete feita de DNA com capacidade de 36 petabytes — equivalente a sete bilhões de músicas e milhões de celulares em um só dispositivo

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 17/09/2025 às 12:32
Cientistas na China criam fita cassete feita de DNA com capacidade de 36 petabytes — equivalente a sete bilhões de músicas e milhões de celulares em um só dispositivo
Cientistas na China criam fita cassete feita de DNA com capacidade de 36 petabytes — equivalente a sete bilhões de músicas e milhões de celulares em um só dispositivo
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Pesquisadores de Shenzhen criam cassete revolucionário que usa DNA em vez de fita magnética, com capacidade de 36 petabytes — equivalente a sete bilhões de músicas, mas ainda de custo proibitivo.

A fita cassete tradicional, lançada em 1962, marcou gerações nos anos 1970 e 1980. Permitia gravar músicas, criar coletâneas caseiras e ouvir canções em dispositivos portáteis como o walkman. Mas também tinha problemas técnicos: a fita se enroscava no gravador, perdia qualidade de som e exigia até uma caneta para rebobiná-la. Com o avanço dos CDs, do MP3 e do streaming, a fita virou objeto nostálgico, lembrança de uma era analógica. Agora, porém, cientistas da China propõem um salto surpreendente: o cassete baseado em DNA.

A revolução chinesa: DNA como mídia de armazenamento

Pesquisadores de Shenzhen desenvolveram uma tecnologia que substitui a fita magnética por DNA sintético como meio de gravação. O novo cassete não guarda minutos de áudio, mas sim petabytes de dados. Sua capacidade chega a 36 petabytes, o que equivale a sete bilhões de músicas — uma coleção impossível de caber em qualquer dispositivo digital convencional.

Ao contrário das mídias digitais, que registram dados em zeros e uns, o cassete de DNA utiliza as quatro bases nitrogenadas do código genético:

  • Adenina (A)
  • Guanina (G)
  • Citosina (C)
  • Timina (T)

Esse sistema cria uma densidade de informação sem precedentes.

A incrível densidade do DNA

Para entender o potencial, basta olhar para a natureza:

  • O DNA de uma célula humana pode armazenar cerca de 1,5 gigabytes de dados, o equivalente a dois CDs de música
  • Um grama de DNA tem capacidade de até 450 exabytes, o que corresponderia a 1,8 bilhões de smartphones modernos

Essa densidade explica por que o DNA é visto como a mídia definitiva para o futuro do armazenamento de dados.

Vantagens sobre as mídias atuais

Enquanto hard disks, SSDs e até a nuvem têm limites de escala e durabilidade, o DNA oferece:

  • Alta durabilidade: informação pode ser preservada por séculos sem perda.
  • Miniaturização extrema: enormes bibliotecas caberiam em uma pequena cápsula de DNA.
  • Segurança biológica: o material é estável e replicável.

Na prática, seria possível guardar todo o catálogo de filmes, músicas e documentos do planeta em alguns gramas de DNA.

O preço ainda é o obstáculo

Apesar do avanço, a tecnologia não chegará ao público tão cedo. O processo de síntese e leitura do DNA ainda é extremamente caro e lento. O próprio estudo reconhece que, neste momento, o cassete de DNA é apenas um protótipo experimental.

Mas há paralelos históricos. Assim como aconteceu com as fitas cassete convencionais — que no início eram caras e, depois, se popularizaram — o mesmo pode ocorrer com o DNA.
Especialistas acreditam que, com o aumento da demanda e a evolução das técnicas laboratoriais, os custos cairão rapidamente.

Nostalgia com inovação

A escolha de batizar o projeto como “fita cassete” não é acidental. Os cientistas buscaram associar a nostalgia dos anos 1980 com uma visão futurista da tecnologia. É como se a fita, antes símbolo da música portátil, voltasse em 2025 para guardar a memória digital da humanidade.

Se um dia chegar ao mercado, o cassete de DNA pode ser usado para:

  • Arquivos de longa duração, como registros históricos e científicos;
  • Centros de dados verdes, com menor impacto ambiental do que data centers tradicionais;
  • Preservação cultural, garantindo que músicas, filmes e obras digitais não se percam.

Até lá, a tecnologia ainda ficará restrita a laboratórios e pesquisas acadêmicas. Mas o simples fato de transformar o código da vida em mídia de informação mostra que o futuro do armazenamento está apenas começando.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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