A captura tecnológica de CO₂ orienta o debate sobre transição energética e manejo de carbono no Brasil
Embora o debate sobre transição energética avance rapidamente, Fernando Luiz Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), afirmou em 5 de novembro de 2025 que a prioridade precisa ser a neutralidade das emissões, e não a eliminação direta das fontes fósseis.
Ele reforçou essa posição durante o seminário Energia e desenvolvimento regional: convergência para o Brasil do Futuro, promovido pela Eneva em Brasília.
Assim, ele destacou que o carvão mantém presença histórica no Sul do Brasil, embora dependa de tecnologias modernas para permanecer compatível com metas ambientais.
Dessa forma, ele explicou que a solução envolve captura, uso e armazenamento de CO₂, o que garante manejo contínuo e viável.
Processos de captura e exemplos internacionais
Zancan comparou o CO₂ liberado na geração de energia a carvão ao produzido durante um churrasco, e afirmou que ambos liberam dióxido de carbono.
Contudo, ele ressaltou que tecnologias modernas permitem capturar o CO₂, separar esse gás de outras substâncias e direcionar o material para usos específicos.
Dessa maneira, ele explicou que o carbono pode seguir dois destinos: aplicação industrial ou armazenamento seguro. Além disso, ele destacou que, em outubro de 2025, a China apresentou fertilizantes produzidos a partir de CO₂, demonstrando a viabilidade prática do reaproveitamento.
Assim, ele lembrou que os Estados Unidos reinjetam CO₂ em formações geológicas há décadas, segundo registros de agências ambientais norte-americanas, o que reforça a maturidade dessas soluções. Por isso, ele afirmou que essas tecnologias não são recentes e já possuem robustez suficiente para uso ampliado.
Além disso, ele mencionou que estudos brasileiros avaliam a reinjeção do CO₂ em camadas geológicas não mineradas, garantindo segurança e continuidade operacional.
Participação do carvão na matriz energética brasileira
Zancan apontou que o carvão representa aproximadamente 1,2% da matriz energética nacional, e destacou que esse percentual permanece estável porque outras fontes cresceram rapidamente.
Portanto, ele afirmou que o objetivo não deve ser eliminar essa fonte, mas neutralizar suas emissões. Além disso, ele reforçou que a captura e o manejo adequado do CO₂ tornam possível o uso contínuo de combustíveis fósseis.
Ele sintetizou essa visão ao declarar: “O problema é resolver o CO₂. Se você capturar e manejar o carbono, você pode usar fósseis eternamente.”
Dessa forma, ele defendeu que a transição energética deve priorizar a neutralização, e não a eliminação das fontes tradicionais.
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