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Capital no Nordeste pode dominar o futuro do Brasil ao se tornar novo centro de tecnologia brasileiro com R$ 20 bilhões em investimentos, 15 mil empregos e apoio de Lula para atrair Google e TikTok

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 14/09/2025 às 22:30
Ceará atrai R$ 20 bi em data centers no Pecém, gera 15 mil empregos e mira Google e TikTok com energia renovável.
Ceará atrai R$ 20 bi em data centers no Pecém, gera 15 mil empregos e mira Google e TikTok com energia renovável.
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Complexo do Pecém, no Ceará, recebe aporte bilionário e pode se tornar segundo maior polo de data centers do Brasil, impulsionado por energia renovável, empregos qualificados e atração de gigantes como Google, Amazon e TikTok.

Um projeto de grande porte no Complexo do Pecém, em Caucaia, coloca uma capital do Nordeste no radar para se firmar como novo polo de tecnologia do País.

O plano reúne a instalação de data centers na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), exigência de energia renovável e a projeção de R$ 20 bilhões em investimentos em novos parques solares e eólicos.

A expectativa é de 15 mil empregos na fase inicial das obras, de acordo com o Diário do Nordeste, que publicou a reportagem neste sábado (13).

O movimento tem apoio do governo federal, por meio da MP 1.307/2025, e mira a atração de multinacionais como ByteDance (TikTok), Google, Amazon e Apple.

Data center âncora e cronograma de obras

O complexo receberá um data center da Casa dos Ventos, empresa de grande porte no setor de energia renovável, com aporte estimado em R$ 150 milhões.

A planta ficará dentro da ZPE e tem início de construção previsto até dezembro, segundo o Diário do Nordeste.

Além desse empreendimento, a ZPE atraiu o interesse de ao menos outras cinco companhias do segmento, conforme informou Fábio Feijó, diretor-presidente da ZPE Ceará.

Propostas internacionais e foco em hiperescala

Ceará atrai R$ 20 bi em data centers no Pecém, gera 15 mil empregos e mira Google e TikTok com energia renovável.
Ceará atrai R$ 20 bi em data centers no Pecém, gera 15 mil empregos e mira Google e TikTok com energia renovável.

Empresas estrangeiras apresentaram ofertas para erguer data centers de hiperescala, voltados a processar volumes maciços de dados, padrão exigido por operações como as de Google, Facebook e Amazon.

Esses projetos, segundo a administração da ZPE, endereçam demandas de alto desempenho computacional típicas da inteligência artificial.

A avaliação das propostas está em curso e a definição de boa parte delas é esperada até o primeiro semestre de 2026, disse Feijó ao Diário do Nordeste.

Nas palavras do executivo, “estamos analisando as ofertas, mas o mais importante disso é que entramos no mapa mundial dos data centers”.

Ainda conforme Feijó, a procura atual parte majoritariamente de grupos internacionais e está associada a uma regra da ZPE:

Antigamente, a gente via empresas de data center do Brasil, mas quem está nos procurando são empresas internacionais, até porque a legislação exige que 100% do faturamento na ZPE tem que ser exportado”.

Ceará mira o posto de 2º maior polo de data centers

A possibilidade de novos empreendimentos reposiciona o Estado na disputa por relevância nacional.

Rodrigo Porto, professor titular de Telecomunicações da Universidade Federal do Ceará (UFC), avalia que o Ceará pode caminhar para se tornar o segundo maior polo de data centers do País, caso as iniciativas se confirmem.

Hoje, a quantidade de equipamentos coloca o Estado atrás de Rio de Janeiro e São Paulo.

A análise foi publicada pelo Diário do Nordeste.

Para além da contagem de instalações, chama atenção a escala dos investimentos propostos.

Na visão do especialista, a tendência é que as futuras estruturas já nasçam preparadas para sustentar o crescimento do processamento computacional e a IA, o que deve irradiar efeitos para a cadeia de suprimentos.

A expectativa é estimular a produção local de equipamentos e serviços de ponta.

Energia limpa, segurança jurídica e a MP 1.307

O impulso regulatório veio com a Medida Provisória nº 1.307/2025, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita ao Ceará.

A MP determina que novas empresas instaladas em ZPEs utilizem fontes de energia renovável e permite que prestadoras de serviços, como data centers, acessem o regime especial alfandegário.

Segundo o Diário do Nordeste, Feijó destaca que a medida ofereceu segurança jurídica para a atração de projetos e consolidou a exigência de compromisso com energia limpa.

Outro ponto mencionado pelo executivo é que a regra reduz o risco de competição direta por eletricidade entre data centers e usinas de hidrogênio verde.

A ZPE projeta que a obrigatoriedade de fontes limpas pode alavancar R$ 20 bilhões em novos parques solares e eólicos, de acordo com informações publicadas pelo Diário do Nordeste.

Especialistas, no entanto, alertam que a chegada de unidades de grande porte exige reforços na transmissão para evitar sobrecarga na rede.

Conectividade estratégica: cabos submarinos e infraestrutura local

A vocação do Ceará para telecomunicações e energia é apontada como diferencial.

Rodrigo Porto observa que, na Praia do Futuro, a presença de cabos submarinos e de data centers já instalados permite aproveitar de imediato a infraestrutura de conectividade.

A expansão prevista no Complexo do Pecém reforça esse ecossistema, que soma condições naturais e logísticas para sustentar operações de baixa latência e alta disponibilidade, segundo avaliação repercutida pelo Diário do Nordeste.

Empregos, qualificação e efeitos na economia local

Os data centers são unidades críticas para processamento, armazenamento e distribuição de grandes volumes de dados.

A construção dessas instalações mobiliza cadeias de serviços e gera postos de trabalho.

Eduardo Tude, presidente da Teleco, explica que esses investimentos criam oportunidades de emprego já na obra e, depois, na operação cotidiana, que demanda profissionais qualificados.

O data center bilionário da Casa dos Ventos prevê 500 empregos diretos na operação plena, além de 15 mil empregos diretos e indiretos na primeira fase das obras.

A Prefeitura de Caucaia trabalha com a expectativa de firmar parcerias com instituições de ensino para capacitar jovens dos municípios do entorno, preparando mão de obra aderente ao perfil técnico exigido pelo setor.

A planta em projeto foi concebida com 10 salas de dados, cada uma com mais de 2.000 m², e pode atender grandes multinacionais, como ByteDance (TikTok), Google, Amazon e Apple.

Por que o Ceará tem condições de acelerar?

Há, segundo os entrevistados, uma confluência de fatores. O ambiente regulatório, com exigência de energia renovável, favorece operações intensivas em eletricidade e alinhadas a metas de descarbonização.

A posição geográfica, com cabos submarinos conectando o Brasil a outros continentes, reduz distâncias digitais.

A ZPE do Pecém oferece regime aduaneiro especial e impõe a exportação de 100% do faturamento, atraindo operadores globais com perfil voltado a clientes internacionais.

E a presença de um projeto âncora — o data center da Casa dos Ventos — tende a catalisar fornecedores e serviços correlatos, conforme publicou o Diário do Nordeste.

O conjunto de iniciativas, se confirmado nos prazos indicados, pode elevar o Ceará a um patamar de protagonismo no mapa brasileiro de infraestrutura digital, em um momento em que a IA e aplicações baseadas em nuvem ampliam a demanda por processamento e armazenamento de dados.

A partir desse cenário, que área da economia local deve se transformar primeiro com a chegada de data centers de hiperescala?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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