Cansados de ver buracos e lama tomarem conta da rua Variante, os moradores de Mosqueiro se organizaram, arrecadaram R$ 200 mil e realizaram por conta própria a obra que a prefeitura prometia há anos.
Moradores do distrito de Mosqueiro, em Belém, decidiram agir por conta própria e custear o asfaltamento de um trecho da rua Variante, após anos aguardando obras prometidas pelo poder público.
O grupo investiu cerca de R$ 200 mil na compra de materiais e na execução dos serviços de terraplanagem, transformando parte da via com recursos arrecadados entre os próprios residentes.
O novo asfalto foi aplicado no dia 15 deste mês, entre a Rua Nova, esquina com a Escola Municipal Anna Barreau, e a Rua Paul Ledoux.
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A iniciativa melhorou a mobilidade local, mas também evidenciou a precariedade do trecho que continua sem pavimento.
Promessas não cumpridas
De acordo com os moradores, o trecho nunca havia recebido asfalto. A única parte pavimentada da Variante era a ligação da Rodovia Augusto Meira Filho, conhecida como PA-391, até a Escola Anna Barreau — um pedaço antigo e deteriorado, próximo a um supermercado.
“O trecho nunca havia sido asfaltado. Já colocaram várias vezes placas dizendo que iria ser asfaltado, com valores de mais de R$ 500 mil, R$ 800 mil, mas nunca tiravam do papel. As placas ficavam dois, três dias e depois sumiam”, contou outro morador ao G1.
Segundo ele, há ainda um projeto antigo de asfaltamento para a área, que incluiria a construção de uma ponte ligando o trecho a outros bairros de Mosqueiro, como São Francisco e Carananduba. No entanto, as obras nunca saíram do papel.
Prefeitura diz que obra não foi autorizada
Em nota enviada ao g1, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), informou que o asfaltamento foi feito por particulares, sem comunicação prévia ou autorização formal dos órgãos competentes.
A administração municipal afirmou que qualquer intervenção em via pública precisa ser previamente autorizada para garantir segurança, planejamento urbano e o cumprimento das normas técnicas.
Os moradores, por outro lado, afirmam que pediram autorização antes de realizar os serviços. “Não fizemos nada sem pedir permissão, sem ter documentos ou sem ter sido autorizados. Se fosse autorizado, faríamos. Se não, não faríamos. Foi feito porque havia autorização”, declararam.
Falta de saneamento ainda preocupa
Além da pavimentação, os moradores destacam que outros problemas estruturais continuam sem solução. “Hoje a gente entende que o asfalto é o mínimo pra conseguir transitar de forma digna. Aqui era muito buraco, muita lama. Esse asfalto foi feito da maneira que dava, dentro do orçamento, das coletas que a gente fez. Mas se for parar pra pensar, a gente não tem saneamento, não tem esgoto, não tem escoamento de água”, lamentou um dos participantes da iniciativa.
Mesmo com as limitações, a comunidade já sente os efeitos positivos da mudança. “Agora é notório. Não temos mais buracos, nem lama.
A velocidade em que as coisas fluem para nossos entregadores melhorou muito. Essa pequena agilidade vai refletir nas entregas, e nosso carro vai durar mais, porque antes vivia na oficina. É uma melhoria gigantesca para todos”, concluiu o morador.



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