Campo de Bumerangue, na Bacia de Santos, tem mais de 300 km² e pode alterar cenário energético global
A britânica BP anunciou nesta segunda-feira a maior descoberta de petróleo e gás da companhia em 25 anos, localizada na costa do Brasil. O campo de Bumerangue, situado na Bacia de Santos, cobre mais de 300 km², uma área cinco vezes maior que Manhattan, e pode representar um novo marco na exploração do pré-sal.
Segundo comunicado oficial da empresa, trata-se do maior achado desde 1999, superando inclusive Shah Deniz, no Mar Cáspio. O campo foi arrematado pela BP em leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2022, dentro do modelo de partilha de produção.
Qual é a importância da nova descoberta da BP?
O campo de Bumerangue está localizado a cerca de 400 km da costa do Rio de Janeiro e pertence integralmente à BP. A área foi adquirida durante o 1º Ciclo de Oferta Permanente da ANP, no regime de partilha, no qual uma parte do lucro da produção é destinada à União. A proposta vencedora da BP ofereceu 5,9% do lucro óleo ao governo brasileiro.
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A descoberta, que inclui gás natural, condensado e petróleo, ainda está em estágio preliminar de avaliação. A empresa alerta que, embora os sinais sejam promissores, há presença de altos níveis de CO₂ nos reservatórios, o que pode elevar os custos de processamento e impactar a viabilidade econômica do projeto.
O que muda para o Brasil com a descoberta do campo de Bumerangue?
O campo de Bumerangue pode se tornar um ativo estratégico para o país, tanto em termos de produção quanto de arrecadação. Por estar em águas profundas, sua entrada em operação pode levar entre quatro e dez anos, de acordo com especialistas do setor. Ainda assim, o anúncio fortalece o posicionamento do Brasil como uma das fronteiras globais de exploração de petróleo.
Além disso, o modelo de partilha garante que uma parte do petróleo excedente (lucro óleo) seja revertida em benefício direto da sociedade brasileira, aumentando a participação do Estado nos ganhos da atividade exploratória.
Há riscos ou desafios para a exploração do campo?
Sim. Os principais desafios envolvem o alto teor de dióxido de carbono encontrado nos reservatórios. Isso demanda infraestrutura especializada para separação e reinjeção, o que pode elevar os custos operacionais. A BP ainda não divulgou previsões sobre volume estimado ou data de entrada em produção, mas afirmou que o processo está em estágio de avaliação sísmica e testes de perfuração.
Outro fator de atenção é a pressão de investidores sobre a BP. O fundo americano Elliott, conhecido por exigir mudanças estratégicas nas empresas em que investe, entrou recentemente no capital da petrolífera. A empresa também está sob escrutínio após rumores de possível fusão com a Shell, o que pode impactar sua política de investimentos.
Como essa descoberta se compara a outras na história da BP?
Segundo a própria BP, a última descoberta com impacto comparável foi em 1999, no campo Shah Deniz, no Mar Cáspio, que concentra cerca de 990 bilhões de metros cúbicos de gás. A nova descoberta no Brasil marca um retorno significativo da empresa ao protagonismo exploratório global, desta vez em território brasileiro.
A descoberta do campo de Bumerangue consolida o Brasil como uma potência energética em ascensão, capaz de atrair gigantes como a BP mesmo em meio à transição energética global. Apesar dos desafios técnicos, o projeto tem potencial de gerar empregos, arrecadação e reforçar a balança energética nacional nas próximas décadas.
Você acredita que essa descoberta fortalece o protagonismo do Brasil no setor de energia? Quais impactos isso pode trazer para o país nos próximos anos? Comente abaixo com sua opinião técnica ou vivência no setor — queremos ouvir quem acompanha isso de perto.