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Calor extremo está deixando os alimentos menos saudáveis? Estudo britânico alerta para os efeitos das mudanças climáticas na sua dieta

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 17/07/2025 às 12:33
Pesquisas revelam que mudanças climáticas podem diminuir a qualidade nutricional dos vegetais e afetar diretamente sua dieta. Entenda os riscos e consequências para a saúde.
Pesquisas revelam que mudanças climáticas podem diminuir a qualidade nutricional dos vegetais e afetar diretamente sua dieta. Entenda os riscos e consequências para a saúde.
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Pesquisas revelam que mudanças climáticas podem diminuir a qualidade nutricional dos vegetais e afetar diretamente sua dieta. Entenda os riscos e consequências para a saúde.

Um estudo recente da Universidade John Moores, em Liverpool, revelou que as mudanças climáticas podem afetar diretamente a dieta da população mundial. A pesquisa mostrou que o aumento do dióxido de carbono (CO₂) e das temperaturas, fatores diretamente ligados ao aquecimento global, impactam a qualidade nutricional dos alimentos, especialmente vegetais folhosos como rúcula, couve e espinafre.

A descoberta foi feita pela doutoranda Jiata Ugwah Ekele, que conduziu experimentos em ambientes controlados.

As plantas foram cultivadas sob diferentes condições climáticas simuladas, semelhantes às que se prevê para o futuro no Reino Unido.

O resultado? Menos proteína, menos antioxidantes, menos minerais — e mais açúcar. Uma mudança preocupante que levanta um alerta global sobre o que colocamos no prato.

A pesquisa pode ser lida aqui.

Qual o impacto das mudanças climáticas na dieta?

A maioria das pessoas já sabe que as mudanças climáticas afetam o meio ambiente: furacões mais intensos, secas prolongadas e derretimento das calotas polares são apenas alguns exemplos.

Mas o que poucos percebem é que esses mesmos fenômenos estão alterando a composição dos alimentos.

Segundo o estudo britânico, o aquecimento global influencia a estrutura química dos vegetais.

Ao expor folhas como espinafre e couve a ambientes com mais CO₂ e calor, os cientistas identificaram que os vegetais ficam com mais açúcar, porém com menos valor nutricional.

Riscos reais: mais calorias e menos nutrientes

Os dados levantados são preocupantes. A redução de proteína e de minerais como cálcio, somada ao aumento de açúcares, pode favorecer dietas mais calóricas, porém pobres em nutrientes.

De acordo com Jiata Ekele, “esse desequilíbrio pode contribuir para dietas mais calóricas, mas com menor valor nutricional. O aumento do teor de açúcar nas plantações pode levar a maiores riscos de obesidade e diabetes tipo 2”.

Além disso, a falta de antioxidantes e minerais compromete o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a doenças.

Isso é ainda mais grave em países pobres, onde vegetais folhosos são a principal fonte de alimentação e os recursos para diversificar a dieta são limitados.

Efeitos globais e necessidade de novos estudos

Embora o estudo tenha sido conduzido com base nas previsões climáticas do Reino Unido, os pesquisadores reforçam que o fenômeno é global.

Isso significa que populações de diferentes países também podem enfrentar os mesmos desafios nutricionais nos próximos anos.

Por mais que a pesquisa tenha se concentrado em apenas alguns tipos de folhas, os resultados indicam que o risco de empobrecimento nutricional é real.

“É importante conectar a ciência das plantas com questões mais amplas de bem-estar humano”, afirma a autora.

A equipe de Liverpool defende que a comunidade científica precisa se unir para expandir os estudos.

Áreas como nutrição, agricultura e políticas públicas devem trabalhar em conjunto para garantir um sistema alimentar mais resiliente e nutritivo, mesmo diante das mudanças do clima.

Como se preparar para o futuro da alimentação?

Pensar no futuro da alimentação vai muito além de aumentar a produção. É preciso garantir que os alimentos mantenham sua qualidade nutricional.

Isso significa investir em pesquisa, adaptar as técnicas agrícolas e planejar políticas públicas que priorizem a segurança alimentar em tempos de instabilidade climática.

As mudanças climáticas não estão apenas mudando o planeta — estão moldando a forma como nos alimentamos. Cuidar da saúde do clima é também cuidar da sua dieta e do bem-estar das futuras gerações.

Com informações do site Olhar Digital.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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