Saiba como o MED – sistema de devolução do Banco Central – pode ajudar vítimas de fraudes ou falhas em transferências via Pix. Veja prazos, regras e quando é possível recuperar o dinheiro após uma transferência Pix errada
O MED (Mecanismo Especial de Devolução) é uma ferramenta criada pelo Banco Central para aumentar a segurança nas transações feitas via Pix. Em vigor desde novembro de 2021, o sistema tem o objetivo de permitir o bloqueio e possível devolução de valores em casos de fraudes ou falhas operacionais.
Ou seja, se você foi vítima de um golpe ou houve algum erro técnico durante uma transferência, o MED pode ser acionado para tentar recuperar o dinheiro. O recurso é obrigatório para todas as instituições financeiras que oferecem Pix, e segue regras e prazos definidos pelo próprio Banco Central. O sistema surgiu como resposta ao aumento dos golpes envolvendo transferências instantâneas e tem ajudado, ainda que com limitações, a proteger os usuários.
Em quais casos o MED pode ser usado
O MED pode ser utilizado principalmente em dois contextos:
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Quando há fraude ou golpe, como, por exemplo:
- Engenharia social (fraudes emocionais, sequestro-relâmpago ou extorsão via aplicativos de mensagem);
- QR Code adulterado;
- Clonagem de perfis em redes sociais;
- Links falsos.
Em erros operacionais, como:
- Pagamentos duplicados por falhas do sistema do banco;
- Falhas técnicas que causam lançamentos indevidos.
Importante destacar que o MED não se aplica em casos de erro humano, como digitar a chave Pix errada ou enviar para o contato errado. Nesses casos, a devolução depende exclusivamente da boa vontade de quem recebeu o valor.
Como funciona o MED na prática?
O acionamento do MED deve ser feito diretamente no banco ou instituição financeira onde foi realizada a transferência Pix errada, ou fraudulenta. A solicitação pode ser feita pelo aplicativo, internet banking ou pelos canais de atendimento.
O passo a passo é o seguinte:
- Ao perceber o golpe ou erro, o cliente deve solicitar a abertura do processo de devolução imediatamente.
- O banco envia a solicitação ao banco do recebedor, que pode bloquear imediatamente os valores da conta suspeita, caso ainda estejam disponíveis.
- Após isso, começa o processo de análise, que pode levar até 7 dias úteis.
- Se confirmada a fraude ou falha, o dinheiro é devolvido em até 96 horas.
- Caso o valor já tenha sido sacado ou transferido, a conta do recebedor fica sob observação por até 90 dias, à espera de novos créditos que possam ser retidos para posterior devolução.
Prazo para acionar o sistema de devolução Pix
O pedido para ativar o MED deve ser feito em até 80 dias corridos após a realização da transferência via Pix. Depois desse período, o sistema não permite mais a solicitação, mesmo em casos de golpe comprovado.
Por isso, a agilidade do usuário é essencial. Quanto mais cedo o banco for comunicado, maiores as chances de bloquear o valor antes que ele seja movimentado pelo golpista.
Efetividade e estatísticas do MED
Apesar de ser uma ferramenta importante, o MED ainda enfrenta desafios em termos de efetividade. Segundo dados divulgados pelo Banco Central e pela Febraban:
- Apenas cerca de 9% das solicitações de devolução via MED são concluídas com sucesso.
- A maioria dos casos é inviabilizada pela ausência de saldo na conta do destinatário ou pelo encerramento da conta antes da análise.
- Um levantamento da empresa de segurança Silverguard aponta que 89% dos casos não resultam em recuperação de valores por esses motivos.
Esses números mostram que, embora o sistema exista e funcione, recuperar o dinheiro não é garantido. A rapidez no acionamento é o fator mais determinante para o sucesso do processo.
O que muda com o MED 2.0
Em desenvolvimento desde 2024, o chamado MED 2.0 promete ampliar as capacidades do sistema atual. A ideia é incluir novas camadas de proteção, permitindo o bloqueio em cadeias de transações que envolvam múltiplas contas — uma prática comum entre golpistas que rapidamente espalham o valor recebido por várias contas.
A nova versão do sistema está sendo elaborada pelo Banco Central em parceria com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e deve ser lançada entre o final de 2025 e o início de 2026.
A expectativa é de que o MED 2.0 aumente a efetividade da recuperação de valores em casos de golpes, já que hoje muitos criminosos conseguem driblar o sistema atual com movimentações rápidas e múltiplas contas.
O que fazer em caso de transferência Pix errada
Como o MED não cobre todos os tipos de erro, é essencial saber como agir caso você tenha enviado dinheiro para a pessoa errada por engano:
- Entre em contato com o recebedor e peça educadamente a devolução do valor.
- Guarde comprovantes da transação.
- Caso o recebedor se recuse a devolver, você pode registrar um boletim de ocorrência e buscar a Justiça.
Alguns bancos já oferecem ferramentas que facilitam esse processo, como botões de solicitação de estorno dentro do próprio aplicativo. No entanto, o retorno do valor não é obrigatório por lei nesses casos.
Por isso, atenção máxima antes de confirmar qualquer envio é a melhor forma de se proteger.
Dicas de segurança para evitar golpes no Pix
A melhor forma de não depender do MED é prevenir situações de golpe. Veja algumas recomendações essenciais:
- Verifique os dados antes de confirmar qualquer transferência.
- Desconfie de mensagens com tom de urgência ou apelos emocionais.
- Não compartilhe dados sensíveis, como senhas ou tokens de segurança.
- Cuidado ao escanear QR Codes em ambientes públicos ou compartilhados via redes sociais.
- Utilize autenticação em dois fatores (2FA) no aplicativo do banco e em aplicativos de mensagens.
Essas ações simples ajudam a reduzir consideravelmente o risco de cair em fraudes digitais.
Por que o MED é relevante para o usuário comum?
Mesmo com suas limitações, o MED representa um avanço importante na proteção dos consumidores brasileiros que usam o sistema Pix diariamente. Com o crescimento exponencial do Pix no Brasil — que já superou 160 milhões de usuários cadastrados até o início de 2025 —, a preocupação com segurança e confiança nas transações é cada vez maior.
O sistema ainda está em evolução, mas oferece um caminho formal e institucionalizado para tentar recuperar o dinheiro perdido em situações de golpe ou erro técnico.
Com a chegada do MED 2.0, espera-se que esse caminho fique mais eficaz e abrangente. Para o usuário comum, entender como o MED funciona é uma forma de se proteger e agir rapidamente, caso algo saia do controle.