Café e carne ficam fora da lista do governo por terem outros mercados, diz Paulo Teixeira. Ministro afirma que produtos têm alta demanda internacional e devem ser absorvidos mesmo com sobretaxa dos EUA.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, explicou nesta segunda-feira (25) ao Valor Econômico que café e carne não foram incluídos na lista de produtos passíveis de compra pelo governo em programas de apoio. Segundo ele, esses itens possuem canais de escoamento no mercado internacional e, portanto, não necessitam do mesmo tipo de suporte emergencial concedido a outras commodities.
O governo publicou, na última sexta-feira (22), uma portaria interministerial autorizando compras públicas de alimentos brasileiros impactados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A medida tem validade inicial de 180 dias, mas poderá ser prorrogada.
Por que café e carne ficaram de fora
De acordo com Teixeira, tanto o café quanto a carne bovina continuam com forte procura em outros mercados. A valorização internacional, especialmente nos EUA, reduz o risco de perda para os produtores.
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“O fato de o café não ter entrado é porque há outros mercados que querem o café brasileiro. A carne igualmente, porque há outros mercados que quererão a carne brasileira”, disse o ministro.
Ele destacou ainda que a expectativa é de que esses produtos sejam futuramente incluídos em exceções às sobretaxas americanas. “Eles passaram a fazer hambúrguer com carne de primeira, o que encareceu o preço da carne nos EUA. O mesmo aconteceu com o café, que também subiu de preço”, afirmou.
A portaria do governo e os produtos contemplados
A portaria autoriza a aquisição de itens como açaí, água de coco, castanhas, manga, mel e pescados, em diferentes formatos. A intenção é absorver parte da produção afetada pelas barreiras comerciais, garantindo renda mínima a agricultores e cooperativas familiares.
Segundo o governo, as compras públicas não podem ser feitas com base no preço de exportação, mas será possível revisar a tabela de valores caso haja queixas dos produtores prejudicados. O Congresso também poderá analisar a transformação da medida em política permanente.
Impactos para o agronegócio brasileiro
Enquanto café e carne seguem competitivos no mercado externo, outros setores sentem mais fortemente os efeitos da sobretaxa americana. A inclusão de frutas, oleaginosas e pescados na lista busca evitar que produtores enfrentem perdas financeiras graves.
O desafio agora é equilibrar o apoio emergencial sem distorcer preços internos, mantendo o Brasil competitivo no cenário global. Café e carne permanecem estratégicos, mas com maior resiliência frente ao impacto das tarifas.
A decisão do governo mostra que, embora afetados, café e carne ainda possuem espaço garantido no comércio internacional, ao contrário de outras cadeias produtivas mais vulneráveis.
E você, acha que o governo deveria incluir café e carne na lista de compras públicas, ou concorda que esses produtos têm força suficiente para se manterem no mercado? Deixe sua opinião nos comentários.