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BYD alerta para crise nas montadoras elétricas na China após fim dos descontos; economista vê risco de falência em massa e necessidade de consolidação no setor

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 18/09/2025 às 19:38
Montadoras elétricas na China: BYD alerta para crise e possível falência em massa após fim dos descontos
Montadoras elétricas na China: BYD alerta para crise e possível falência em massa após fim dos descontos
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Segundo o economista Fernando Ulrich, o alerta da BYD expõe um desequilíbrio estrutural que pode levar montadoras elétricas à consolidação forçada no maior mercado do mundo.

A BYD soou o sinal amarelo para as montadoras elétricas na China ao projetar uma onda de falências com o fim das promoções agressivas. Para Ulrich, o término dos descontos, somado a anos de sobreinvestimento e subsídios, cria uma pressão insustentável nas margens e acelera a depuração do setor.

O quadro descrito por Ulrich parte de um cenário de excesso de capacidade e competição intensa. Mesmo com tecnologia avançada e preços competitivos, o setor de montadoras elétricas na China enfrenta estoque elevado, rentabilidade baixa e uma dependência de incentivos que, na prática, mascaravam fragilidades operacionais.

Quem acende o alerta e por que isso importa

A vice-presidência da BYD afirmou que o mercado precisará eliminar muitas fabricantes após o fim da guerra de preços.

Ulrich reforça que o corte nos descontos retira a principal muleta de caixa de dezenas de marcas menores, reduzindo o tráfego de clientes e a conversão de vendas em um ambiente já saturado.

Para o economista, a mensagem da BYD é relevante porque vem de uma líder global em elétricos.

Quando a maior vencedora da competição sugere enxugamento drástico, a leitura é de que a fase de expansão indiscriminada acabou.

Ulrich interpreta o movimento como um passo rumo a um mercado mais racional, porém doloroso no curto prazo.

Quanto é o excesso e onde ele aparece

O setor abriga um volume inédito de concorrentes.

Ulrich cita estimativas de que 129 marcas venderam elétricos ou híbridos na China, mas apenas cerca de 15 devem ser viáveis até 2030, segundo projeções de consultorias mencionadas no debate.

Isso significa uma seleção natural profunda, com impacto direto em emprego, rede de fornecedores e concessionárias.

O excesso não está só no número de marcas.

A capacidade instalada seria suficiente para produzir aproximadamente o dobro dos 27,5 milhões de veículos fabricados no último ano, um descompasso claro entre oferta e demanda.

Ao mesmo tempo, a China já vende mais de 7 milhões de elétricos por ano, com marcas chinesas respondendo por cerca de 69% das vendas no país, o que mostra dominância industrial, mas não garante rentabilidade ampla.

Por que a política pública distorceu o mercado

Ulrich destaca que anos de subsídios, metas e créditos direcionados impulsionaram a produção, mas nem sempre a demanda real.

Governos locais ofereceram terra barata e benefícios para atrair fábricas, amarrando metas de produção e arrecadação.

O resultado foi uma corrida por volume, não por lucro, com efeitos colaterais na distribuição.

Nas lojas, apenas uma minoria das concessionárias opera no azul, segundo levantamentos citados por Ulrich na análise.

Há relatos de práticas para acelerar o giro de estoque, como registrar veículos como vendidos para cumprir metas e habilitar bônus de fábrica.

Essa dinâmica pressiona preços, corrói margens e cria a ilusão de tração comercial em segmentos onde ela não existe.

O que muda com o fim dos descontos

Com o governo restringindo promoções agressivas, várias marcas perdem a principal alavanca para competir em preço.

Para Ulrich, o fim da guerra de preços aumenta a probabilidade de consolidação, pois quem dependia de cortes permanentes verá queda de volume e mais dificuldade para cobrir custos fixos.

Ao mesmo tempo, um choque abrupto é improvável. Ulrich pondera que governos locais tendem a sustentar empresas estratégicas por mais tempo, o que pode alongar a limpeza do mercado por anos.

Ainda assim, o vetor é claro: menos players, mais disciplina de capital e foco em rentabilidade.

Impactos para o Brasil e para o consumidor

O Brasil já sente a onda. Ulrich observa que as marcas chinesas dominam as vendas de elétricos no país, com participação próxima a 92% nas novas compras desse segmento.

Isso pressiona rivais tradicionais e mantém ofertas agressivas no curto prazo, beneficiando quem busca preço e pacote tecnológico robusto.

Por outro lado, a incerteza sobre a consolidação na China levanta dúvidas sobre valor de revenda e depreciação.

Se marcas menores saírem do jogo, o suporte a longo prazo pode ficar restrito a fabricantes mais fortes.

Ulrich recomenda avaliar rede de assistência, garantia e consistência do importador antes de fechar negócio, principalmente em modelos recém-lançados.

Vale a pena apostar nas montadoras elétricas agora

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Para o investidor do setor automotivo, Ulrich enxerga um ciclo de seleção natural. Líderes com escala, integração em baterias e acesso a capital tendem a sair mais fortes.

Para o comprador pessoa física, o custo total de propriedade continua sendo o critério central, considerando preço de entrada, manutenção, seguro, infraestrutura de recarga e potencial de desvalorização.

Na visão do economista, quem prioriza economia imediata pode se beneficiar das ofertas atuais, desde que escolha marcas consolidadas.

Já quem pensa em longo prazo deve preferir fabricantes com portfólio global, rede de pós-venda estruturada e histórico consistente de atualização de software e peças.

O alerta da BYD, interpretado por Fernando Ulrich, indica que o ciclo de expansão desenfreada das montadoras elétricas entrou em fase de ajuste.

O fim dos descontos escancara a necessidade de lucro e deve acelerar fusões, saídas e reestruturações.

Para o Brasil, os preços seguem competitivos, mas a decisão de compra exige atenção à solidez da marca escolhida.

Você concorda com a leitura de que a consolidação é inevitável no curto prazo ou acha que os governos locais ainda manterão muitas marcas vivas por anos? Na sua opinião, quais montadoras elétricas têm mais chance de permanecer no topo e por quê? Conte como você decide entre preço agressivo e segurança de longo prazo nos comentários.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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