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BRICS pode ganhar nova potência nuclear com entrada do Paquistão, apoiada pela Rússia e desaprovada pela Índia!

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 22/09/2024 às 16:03
BRICS, Paquistão, potência nuclear, Rússia
Foto: Reprodução

A Rússia está apoiando a entrada do Paquistão no BRICS, uma nova potência nuclear que já gera tensões com a Índia. Descubra como essa possível expansão do grupo pode alterar o equilíbrio geopolítico global!

O anúncio recente de que a Rússia apoia a entrada do Paquistão, uma potência nuclear, no grupo BRICS causou um intenso debate entre os países-membros, especialmente a Índia, que tem um relacionamento histórico tenso com o Paquistão. Esse apoio russo pode redefinir a dinâmica de poder dentro do bloco, com analistas apontando para a possibilidade de uma maior influência chinesa, caso a adesão paquistanesa se concretize.

Durante uma conferência de imprensa em Islamabad, no Paquistão, o vice-primeiro-ministro russo, Alexei Overchuk, expressou claramente o apoio à candidatura do Paquistão ao BRICS, destacando que Moscou está comprometida em fortalecer os laços comerciais e culturais com Islamabad. “Estamos contentes que o Paquistão se tenha candidatado… Apoiaremos isto“, afirmou Overchuk, após conversas com o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar.

(Captura de tela / Ministério das Relações Exteriores do Paquistão / Facebook)

Apoio da Rússia ao Paquistão

O apoio russo surge em um momento de crescente isolamento econômico da Rússia, agravado pelas sanções ocidentais em função da guerra na Ucrânia, e reflete uma estratégia para ampliar suas parcerias econômicas e geopolíticas na Ásia.

Entretanto, a inclusão do Paquistão no BRICS pode provocar desconforto na Índia, que já demonstrou reticência em relação à expansão do bloco nos próximos anos. Abhishek Sharma, assistente de pesquisa da Observer Research Foundation, com sede em Nova Deli, comentou que é improvável que a Índia apoie a adesão paquistanesa, citando os critérios rigorosos que os países candidatos precisam atender.

Além disso, Sharma ressaltou que qualquer novo membro deve manter relações amistosas ou ter um comércio significativo com todos os membros existentes, uma condição complicada no caso das tensões entre Índia e Paquistão.

História dos BRICS

O BRICS, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem buscado expandir sua influência global como uma alternativa às instituições financeiras e políticas dominadas pelo Ocidente. Recentemente, o bloco convidou cinco novos membros: Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos.

A possível entrada do Paquistão, uma potência nuclear com forte aliança com a China, poderia mudar o equilíbrio de poder dentro do grupo, favorecendo ainda mais a agenda sino-russa.

A relação econômica entre Rússia e Paquistão também tem ganhado força nos últimos anos, mesmo diante das sanções impostas a Moscou.

Parceria econômica

Em 2023, o comércio bilateral entre os dois países atingiu a marca de US$ 1 bilhão, com expectativas de crescimento contínuo. O ministro paquistanês das Relações Exteriores, Ishaq Dar, mencionou durante a coletiva de imprensa que ambas as nações estão comprometidas em superar as restrições bancárias que dificultam as transações financeiras internacionais, buscando fortalecer ainda mais os laços econômicos.

Essa movimentação russa também pode ser vista como parte de uma estratégia mais ampla de Moscou para reforçar suas alianças regionais, em meio ao isolamento econômico imposto pelo Ocidente.

A Rússia e o Paquistão estão trabalhando para expandir o comércio bilateral, com foco em superar as barreiras impostas pelas sanções. Para além das questões econômicas, a possível adesão do Paquistão ao BRICS abre um novo capítulo nas relações internacionais, especialmente no que diz respeito à competição por influência no cenário geopolítico global.

O futuro da candidatura do Paquistão ao BRICS, no entanto, ainda está envolto em incertezas, com muitos fatores a serem considerados, especialmente o papel que a Índia desempenhará nas discussões internas do bloco.

A inclusão de um país historicamente adversário da Índia poderia intensificar as divisões dentro do BRICS, colocando à prova a coesão do grupo, que já lida com desafios geopolíticos complexos. Por outro lado, para a Rússia e a China, a entrada do Paquistão poderia ser vista como uma oportunidade de ampliar sua influência regional e global.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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