BRICS Pay promete reduzir o uso do dólar no comércio internacional, baratear transações e fortalecer o bloco no cenário global.
O BRICS está acelerando a implementação de um sistema de pagamentos que pode transformar o comércio global e reduzir a dependência histórica do dólar. Chamado de BRICS Pay, o projeto é descrito por alguns especialistas como um “Pix internacional” entre países que juntos concentram mais de 40% da população mundial e respondem por cerca de 26% do PIB global.
A ideia é simples no papel, mas complexa na execução: criar uma plataforma que permita que transações comerciais entre os membros do BRICS sejam liquidadas diretamente nas moedas nacionais, evitando a conversão para dólares ou euros. Na prática, isso diminuiria custos de transação, reduziria exposição a sanções financeiras e daria mais autonomia econômica ao bloco.
O que é o BRICS Pay e como ele funciona
O BRICS Pay é um sistema de mensagens e liquidação financeira descentralizado, inspirado em soluções já existentes como o CIPS (da China) e o SPFS (da Rússia), mas com a proposta de interligar todos os membros do bloco.
-
Novo salário mínimo sobe 8%, ultrapassa R$ 2 mil e supera reajuste nacional e inflação medida pelo INPC
-
BNDES dá gás de R$ 240 milhões para embarcações híbridas e obra no Porto do Açu
-
Embraer se beneficia de tarifas dos EUA e acelera vendas no maior mercado aéreo do mundo com apoio de fábrica na Flórida
-
Tarifas: EUA prejudicam o Brasil, que prejudica os EUA — quem se beneficia? A China
Ele funcionaria como um canal seguro para que bancos, empresas e governos realizem pagamentos internacionais usando moedas como o real, yuan, rúpia, rublo, rand ou outras moedas de países recém-ingressos como Egito e Emirados Árabes.
Não se trata, neste momento, de criar uma moeda única — projeto que continua no campo das ideias. O foco é viabilizar o uso das moedas locais de forma prática, rápida e com taxas mais competitivas. Além disso, o sistema promete integração com plataformas bancárias nacionais, permitindo que empresas exportem ou importem sem passar obrigatoriamente pelo dólar como intermediário.
Por que o BRICS quer reduzir a dependência do dólar
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o dólar se consolidou como a principal moeda de comércio internacional. Hoje, cerca de 84% das transações globais usam a moeda americana. Isso dá aos Estados Unidos uma vantagem estratégica e econômica, além do poder de aplicar sanções financeiras que isolam países de sistemas como o SWIFT.
Para o BRICS, a dependência do dólar significa vulnerabilidade. Em cenários de tensão geopolítica, como guerras ou disputas comerciais, membros do bloco podem sofrer restrições no acesso ao sistema financeiro global. Além disso, a conversão cambial para dólar aumenta custos e torna as exportações menos competitivas.
Avanços recentes e países que lideram o projeto
Durante a cúpula do BRICS em julho de 2025, líderes reafirmaram o compromisso de acelerar a implantação do BRICS Pay.
China e Rússia são as nações mais avançadas na adoção de sistemas alternativos ao dólar e vêm conduzindo testes com transações bilaterais usando moedas locais. O Brasil, por sua vez, sinalizou interesse em integrar o sistema para ampliar as exportações agrícolas e de energia para outros países do bloco.
Além disso, a recente expansão do BRICS para incluir Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Indonésia aumenta o alcance do sistema e o potencial de movimentar centenas de bilhões de dólares em comércio anual — só que sem usar o dólar.
Impactos para o comércio brasileiro com a chegada do sistema Brics pay
Para o Brasil, o BRICS Pay pode ser um divisor de águas, especialmente para setores como agronegócio, mineração e energia. Atualmente, grande parte das exportações para China e Índia, por exemplo, passa pelo dólar, o que gera custos adicionais. Com o BRICS Pay, exportadores poderiam receber diretamente em yuan ou rúpias, convertendo para reais com menor perda cambial.
Outro benefício seria a abertura de novas rotas comerciais com países que hoje têm pouca participação nas exportações brasileiras, mas que, dentro do BRICS, ganhariam mais relevância. Emirados Árabes e Irã, por exemplo, são grandes importadores de alimentos e combustíveis, e poderiam aumentar compras sem barreiras cambiais impostas pelo dólar.
Desafios e riscos do BRICS Pay
Apesar do potencial, a implementação do BRICS Pay enfrenta desafios significativos. Entre eles:
- Infraestrutura tecnológica: garantir que o sistema seja seguro, rápido e compatível com os diferentes sistemas bancários nacionais.
- Volatilidade cambial: moedas de países emergentes sofrem mais com flutuações, o que pode dificultar a precificação de contratos.
- Confiança e adesão: convencer empresas e bancos a adotarem um sistema novo exige tempo e resultados concretos.
- Pressões geopolíticas: países fora do BRICS, especialmente os Estados Unidos e União Europeia, podem ver o projeto como uma ameaça e reagir politicamente.
Especialistas analisam o futuro do sistema do BRICS
Economistas apontam que, se o BRICS Pay for implementado com sucesso, ele pode representar a maior mudança no comércio internacional desde a criação do euro. No entanto, eles alertam que o projeto precisa ser gradual e transparente para ganhar credibilidade.
Segundo o economista russo Sergey Glazyev, “a independência financeira é um passo essencial para que países do Sul Global tenham mais voz nas decisões econômicas mundiais. O BRICS Pay é mais do que um sistema de pagamentos; é uma ferramenta de soberania”.
Um cenário de futuro: 2030
Em um cenário otimista, até 2030 o BRICS Pay poderia movimentar centenas de bilhões de dólares por ano em transações sem dólar, tornando-se o principal canal de comércio entre economias emergentes. Isso reduziria custos, aumentaria a competitividade e enfraqueceria a hegemonia do dólar em alguns mercados.
Por outro lado, se enfrentar resistência interna ou dificuldades técnicas, o sistema pode acabar restrito a acordos bilaterais entre poucos membros, perdendo força como alternativa global.
O BRICS Pay surge como um projeto ambicioso que, se implementado com sucesso, pode mudar as regras do comércio internacional. Mas ele também enfrenta obstáculos que exigem cooperação e confiança entre países com interesses nem sempre alinhados.
A pergunta que fica é: o Brasil está pronto para adotar um sistema que rompe com décadas de dependência do dólar e abre caminho para um comércio mais independente?
As vezes um socialista é mais confiável do que um capitalista falso
Se não fosse a corrupção do grupo e a ganância de outros,poria até da certo. Mas o coração do homem é enganoso.
A libertação do dólar e dos Exploradores EUA é tudo que o mundo precisa, especialmente quando um LOUCO DITADOR SE TORNA PRESIDENTE dos EUA. PRECISAMOS NOS LIVRAR DESSE VÍNCULO ALTAMENTE PREJUDICIAL PARA O BRASIL.
Será q é o presidente dos EUA quê é ditador?