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Brasileiros revelam que a autonomia já não compensa e que a carteira assinada permanece como símbolo de segurança econômica

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 10/11/2025 às 09:32
Atualizado em 09/11/2025 às 23:39
Trabalhadores autônomos e formais lado a lado em ambiente de seleção, representando a busca por estabilidade e a retomada da carteira assinada no Brasil.
Profissionais de diferentes áreas reunidos em ambiente formal simbolizam a mudança de percepção sobre autonomia e o interesse crescente pela CLT.
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Um panorama direto do avanço da informalidade e da força crescente da estabilidade no mercado de trabalho brasileiro

A pesquisa nacional realizada pela CUT em parceria com o Vox Populi e o Dieese expõe, com clareza, como a percepção sobre a autonomia mudou rapidamente e passou a revelar contradições profundas entre o discurso do empreendedorismo e a realidade vivida pelos trabalhadores brasileiros.

Crescimento da informalidade e reversão no interesse pela autonomia

Embora a narrativa da autonomia tenha crescido nos últimos anos, 56% dos trabalhadores autônomos que já tiveram carteira assinada desejam retornar ao modelo CLT. Além disso, apesar de 53,4% afirmarem que a maioria dos brasileiros prefere empreender, o estudo mostra que a busca pela estabilidade ainda domina a decisão dos trabalhadores, especialmente diante das dificuldades associadas ao trabalho informal.

Além disso, Sérgio Nobre, presidente da CUT, destaca que montadoras oferecem salários muito baixos, mesmo exigindo experiência e qualificação. Ele ainda compara esses valores aos ganhos de motoristas de ônibus biarticulados, que enfrentam desafios semelhantes. Por isso, muitas pessoas acabam migrando do registro formal para atividades em aplicativos.

Precarização, baixa renda e o avanço do “empreendedorismo de necessidade”

Como a informalidade alcança 37,8% dos trabalhadores ocupados, o fenômeno é visto como consequência direta da precarização. Nesse cenário, Adriana Marcolino, diretora técnica do Dieese, explica que muitos acreditam que não conseguem pagar as contas como assalariados, o que reforça a busca por alternativas autônomas.

Além disso, Nelson Marconi, pesquisador da FGV, afirma que a “pejotização” se expandiu entre trabalhadores com menor escolaridade. Embora pareça mais vantajosa, a remuneração por hora costuma ser menor, mesmo quando o total recebido aumenta. Assim, o fenômeno passou a ser identificado pelos sindicalistas como “empreendedorismo de necessidade”, impulsionado pelas redes sociais e debatido em tribunais e ambientes acadêmicos.

Ainda por isso, a CUT discute o tema com o governo federal e com ministros do Supremo Tribunal Federal, reforçando a necessidade de revisões estruturais.

Preferências profissionais e o peso da estabilidade

Enquanto muitos defendem a suposta liberdade da autonomia, 17,8% dos entrevistados preferem um emprego formal com carteira assinada, e 17,6% desejam seguir trabalhando como autônomos. Além disso, o concurso público ainda atrai 7,6% dos participantes, que destacam a estabilidade como principal vantagem.

Limites da autonomia, riscos previdenciários e desafios estruturais

Ainda que a flexibilidade seja valorizada — 35% citam horários livres, 25% desejam ser “seu próprio patrão” e 18% dizem buscar prazer no que fazem —, especialistas alertam para riscos importantes associados ao avanço do trabalho autônomo entre os menos escolarizados. Isso ocorre porque a CLT continua oferecendo proteção social essencial.

Além disso, Marconi reforça que é necessário discutir limites para o enquadramento no regime MEI, evitando substituições indevidas de contratações formais por modelos mais baratos. Ele ainda destaca que o grande contingente de autônomos sem contribuição previdenciária pode comprometer o futuro de milhões, já que muitos não conseguirão se aposentar, o que ameaça a sustentabilidade do sistema.

O que você acredita ser mais urgente para o país: fortalecer a proteção do trabalho formal para conter a precarização ou redesenhar o modelo autônomo para garantir mais segurança aos trabalhadores?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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