Com um investimento bilionário em Minas Gerais, a McCain amplia sua presença no Brasil e prepara uma nova linha de produção em Araxá que promete transformar a cadeia nacional de alimentos congelados.
A McCain vai ampliar a fábrica de Araxá, no Alto Paranaíba, com um investimento de R$ 1,8 bilhão.
O projeto inclui uma nova linha de batatas fritas e outra de produtos pré-formados, com início de operação previsto para o segundo semestre de 2027.
Segundo a companhia, trata-se do maior aporte da McCain no Brasil, reforçando o papel de Minas Gerais na cadeia nacional de alimentos congelados.
-
A razão pela qual a China ainda não colapsou: controle total de bancos, informação e mobilidade social em um sistema à prova de crises
-
Governo lança plano de cursos gratuitos e fim da obrigatoriedade de autoescolas, o que pode mudar?
-
Brasil bate R$ 8 trilhões em dívida pública: entenda como isso pressiona os juros, encarece sua vida, trava investimentos e piora o consumo
-
Lula vira ‘amigo de Trump, se aproxima dos EUA e se torna o presidente mais popular da América do Sul
Expansão em Minas e foco na capacidade produtiva
Inaugurada em agosto de 2022, a planta de Araxá foi a primeira fábrica da McCain no país.
A ampliação deve atender ao aumento da demanda por batatas pré-fritas e produtos empanados.
A linha de pré-formados será incorporada pela primeira vez na unidade, sem alteração das atividades já existentes na produção de batatas.
De acordo com a empresa, a nova etapa tem como objetivo ampliar a capacidade de processamento e melhorar a eficiência operacional.
O projeto prevê integração entre logística, armazenagem e automação industrial.

A expectativa é que a estrutura ampliada contribua para reduzir prazos de entrega e aumentar a oferta ao mercado interno.
Empregos e fortalecimento da cadeia agrícola
O investimento deve gerar impacto na economia local.
Estimativas divulgadas por autoridades municipais e entidades do setor apontam a criação de aproximadamente 350 empregos diretos quando as novas linhas estiverem em operação, além de oportunidades temporárias durante a construção.
Na área rural, a McCain informou que pretende expandir contratos com produtores parceiros para garantir o fornecimento de matéria-prima.
Segundo a empresa, a medida proporciona previsibilidade de compra e incentiva o uso de tecnologias agrícolas para aumentar a produtividade e a qualidade das batatas cultivadas.
Aquisições e estratégia de mercado
A expansão ocorre após a conclusão da aquisição da Forno de Minas em 2023, tradicional fabricante de pães de queijo e congelados.
O negócio ampliou o portfólio local da McCain e sua rede de distribuição, especialmente no varejo.
De acordo com analistas do setor de alimentos, a movimentação faz parte de uma estratégia de diversificação, que busca reduzir a dependência de um único tipo de produto e equilibrar o portfólio com novas categorias de congelados.
O Brasil, segundo especialistas, vem se destacando como um mercado de crescimento para esse segmento, impulsionado pelo aumento do consumo fora de casa e pela maior procura por conveniência.
Por que Araxá se tornou um polo estratégico
A escolha de Araxá está relacionada, segundo a McCain, à localização geográfica e à infraestrutura da região.
O município está próximo a áreas produtoras de batata e a rodovias que ligam o Triângulo Mineiro e o Sudeste, o que facilita o transporte da matéria-prima e o escoamento da produção para grandes centros consumidores, como Belo Horizonte, São Paulo e Goiânia.
A fábrica, inaugurada há três anos, recebeu investimentos iniciais de cerca de US$ 150 milhões e foi projetada para futuras ampliações.
Isso permite, segundo a empresa, a instalação de novas linhas com menor tempo de obra e aproveitamento das estruturas já existentes, como sistemas de refrigeração e energia.
Cronograma e início das operações
O cronograma da McCain prevê a entrada em operação da nova linha no segundo semestre de 2027.
A fase de expansão inclui etapas de projeto executivo, aquisição de equipamentos e instalação industrial.
A nova linha de batatas fritas aumentará o volume de corte e congelamento, enquanto a linha de pré-formados permitirá a produção local de itens como empanados e nuggets, categorias com crescimento relevante no setor de alimentação fora do lar.
Segundo especialistas em indústria de alimentos, a nacionalização da produção reduz a dependência de importações e pode ajudar a mitigar variações cambiais que afetam o custo final dos produtos.
A McCain afirma ainda que a nova fase será implementada com foco em eficiência energética e reaproveitamento de água, alinhada às metas globais de sustentabilidade da companhia.
Impacto competitivo e oferta de produtos
A ampliação deve aumentar a disponibilidade de batatas e derivados no mercado brasileiro.
Segundo analistas, o aumento da capacidade produtiva pode intensificar a concorrência entre fabricantes e redes de fast food, impulsionando ajustes logísticos e de preços.
Para o consumidor, a mudança pode significar mais opções de produtos congelados nas gôndolas, com variações de corte e formato.
O setor industrial, por sua vez, avalia que a presença de uma planta ampliada tende a atrair fornecedores de insumos, embalagens e serviços de transporte refrigerado para a região, fortalecendo o polo mineiro.
O que esperar nos próximos anos
A execução do projeto seguirá etapas comuns em empreendimentos industriais, como licenciamento, obras civis e testes operacionais.
Fontes do setor avaliam que fatores como disponibilidade de matéria-prima, custo de energia e logística serão determinantes para o ritmo de implementação.
Para a McCain, o investimento reforça a aposta de longo prazo no país e amplia o papel do Brasil dentro de sua estratégia global.
Com o novo ciclo de expansão, Minas Gerais se consolida como um dos principais centros de produção de batatas e derivados na América Latina.



Seja o primeiro a reagir!