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Brasil tem que ficar de olho na China? Especialista diz que chineses são bom para comércio, mas interesses com o Brasil são ponto de atenção

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 30/07/2025 às 16:11
Especialista analisa relações comerciais Brasil China e alerta para interesses estratégicos e desafios no comércio, exportações e investimentos.
Especialista analisa relações comerciais Brasil China e alerta para interesses estratégicos e desafios no comércio, exportações e investimentos.
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Relação entre Brasil e China ganha novos contornos diante de avanços no comércio exterior, investimentos e movimentos estratégicos na geopolítica global. O impacto dessas transformações provoca reflexões sobre o futuro da economia nacional.

O avanço da China como principal parceiro comercial do Brasil voltou ao centro do debate econômico nesta terça-feira (30), após análise do professor Roberto Dumas, especialista em economia chinesa do Insper, durante sua participação no programa WW, da CNN Brasil.

Segundo Dumas, embora a China desempenhe papel fundamental para o comércio exterior brasileiro, é necessário atenção redobrada aos interesses que movem essa relação bilateral.

O especialista lembrou que, atualmente, a China se consolidou como o maior destino das exportações brasileiras, superando até mesmo os Estados Unidos, tradicional parceiro histórico do país.

De acordo com Roberto Dumas, essa forte dependência está diretamente ligada ao perfil das vendas: “A maior parte da pauta comercial entre Brasil e China está concentrada em commodities como minério de ferro, soja, petróleo e outros produtos de baixo valor agregado”, explicou o economista ao vivo no WW.

Ele ainda destacou que, enquanto cerca de 70% das exportações brasileiras para a China são compostas por commodities, os embarques para os Estados Unidos são formados majoritariamente por produtos manufaturados com maior valor agregado.

Diversificação das exportações brasileiras

Esse cenário, conforme analisou o professor do Insper, limita as opções brasileiras para diversificação das exportações, especialmente com a própria China.

Ele questionou o argumento apresentado no debate televisivo sobre a possibilidade de ampliar a variedade dos produtos vendidos ao gigante asiático.

“Diversificar exportações justamente com o país que já é o principal comprador, concentrando-se em commodities, é um desafio. O ideal seria buscar outros mercados para ampliar as opções e reduzir riscos”, observou Roberto Dumas na CNN Brasil.

professor Roberto Dumas, especialista em economia chinesa do Insper, durante sua participação no programa WW, da CNN Brasil. (Imagem: reprodução Youtube CNN Brasil)
professor Roberto Dumas, especialista em economia chinesa do Insper, durante sua participação no programa WW, da CNN Brasil. (Imagem: reprodução Youtube CNN Brasil)

Ainda de acordo com o especialista, o contexto atual mostra que as tentativas brasileiras de elevar a participação de produtos de valor agregado nas exportações para a China têm sido pouco efetivas.

“A discussão sobre aumentar o envio de produtos industrializados ocorre há anos, mas na prática, o Brasil permanece com sua pauta ancorada em recursos naturais”, comentou o economista, reforçando que setores como o aeroespacial têm peso muito menor na balança comercial com os chineses.

O papel dos BRICS e a desdolarização

O tema dos BRICS – bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – também foi abordado na entrevista.

Conforme pontuou Roberto Dumas, movimentos recentes como o debate sobre a desdolarização, ou seja, a tentativa de usar moedas locais em vez do dólar nas transações internacionais entre países do bloco, têm colocado o Brasil sob holofotes internacionais.

O professor destacou que, enquanto China e Rússia já vêm adotando alternativas ao dólar em seus negócios globais, o governo brasileiro foi um dos primeiros a vocalizar publicamente essa intenção: “Foi o Brasil que tomou a dianteira ao defender a desdolarização, enquanto outros membros do BRICS avançam em silêncio nesse processo”, analisou Dumas durante o programa.

Investimentos chineses e impactos geopolíticos

Outro ponto de atenção destacado pelo economista do Insper diz respeito à influência geopolítica que a China pode exercer no Brasil.

Segundo Roberto Dumas, é crescente o interesse chinês em ampliar investimentos em setores estratégicos no país, como energia e transição energética.

“Os chineses vêm investindo de forma consistente em áreas-chave da economia brasileira. O movimento de aproximação é benéfico do ponto de vista comercial, mas exige cautela em relação ao chamado ‘Sharp Power’, ou seja, estratégias de influência política e econômica indireta”, explicou o especialista, ressaltando que o governo brasileiro deve estar atento a essas movimentações.

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Futuro das relações comerciais Brasil China

Em sua análise no WW, Roberto Dumas ainda comentou que a aproximação entre Brasil e China traz oportunidades de negócios, mas demanda acompanhamento criterioso para evitar desequilíbrios nas relações bilaterais.

“A China busca consolidar sua presença e seu protagonismo global. Por outro lado, o Brasil precisa encontrar meios de agregar mais valor à sua pauta exportadora e reduzir a dependência de commodities”, acrescentou.

Conforme enfatizado pelo professor do Insper, a discussão sobre o futuro das relações comerciais Brasil China é fundamental para entender os rumos da economia nacional e os desafios que o país enfrenta diante do novo cenário internacional.

Ele reforçou a necessidade de um olhar estratégico do governo e das empresas brasileiras diante do avanço do comércio Brasil China, especialmente diante das mudanças globais na geopolítica e na economia.

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Aguinaldo Valdevino Torres
Aguinaldo Valdevino Torres
03/08/2025 19:39

Este site petroleoegas são um cachorrinho abanando r4b0 pros EUA.

Aguinaldo Valdevino Torres
Aguinaldo Valdevino Torres
03/08/2025 19:36

Este site petroleoegas.com.br é cachorrinho abanando o **** pros EUA.

Fernando
Fernando
02/08/2025 14:18

👏👏👏

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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