Relação entre Brasil e China ganha novos contornos diante de avanços no comércio exterior, investimentos e movimentos estratégicos na geopolítica global. O impacto dessas transformações provoca reflexões sobre o futuro da economia nacional.
O avanço da China como principal parceiro comercial do Brasil voltou ao centro do debate econômico nesta terça-feira (30), após análise do professor Roberto Dumas, especialista em economia chinesa do Insper, durante sua participação no programa WW, da CNN Brasil.
Segundo Dumas, embora a China desempenhe papel fundamental para o comércio exterior brasileiro, é necessário atenção redobrada aos interesses que movem essa relação bilateral.
O especialista lembrou que, atualmente, a China se consolidou como o maior destino das exportações brasileiras, superando até mesmo os Estados Unidos, tradicional parceiro histórico do país.
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De acordo com Roberto Dumas, essa forte dependência está diretamente ligada ao perfil das vendas: “A maior parte da pauta comercial entre Brasil e China está concentrada em commodities como minério de ferro, soja, petróleo e outros produtos de baixo valor agregado”, explicou o economista ao vivo no WW.
Ele ainda destacou que, enquanto cerca de 70% das exportações brasileiras para a China são compostas por commodities, os embarques para os Estados Unidos são formados majoritariamente por produtos manufaturados com maior valor agregado.
Diversificação das exportações brasileiras
Esse cenário, conforme analisou o professor do Insper, limita as opções brasileiras para diversificação das exportações, especialmente com a própria China.
Ele questionou o argumento apresentado no debate televisivo sobre a possibilidade de ampliar a variedade dos produtos vendidos ao gigante asiático.
“Diversificar exportações justamente com o país que já é o principal comprador, concentrando-se em commodities, é um desafio. O ideal seria buscar outros mercados para ampliar as opções e reduzir riscos”, observou Roberto Dumas na CNN Brasil.
Ainda de acordo com o especialista, o contexto atual mostra que as tentativas brasileiras de elevar a participação de produtos de valor agregado nas exportações para a China têm sido pouco efetivas.
“A discussão sobre aumentar o envio de produtos industrializados ocorre há anos, mas na prática, o Brasil permanece com sua pauta ancorada em recursos naturais”, comentou o economista, reforçando que setores como o aeroespacial têm peso muito menor na balança comercial com os chineses.
O papel dos BRICS e a desdolarização
O tema dos BRICS – bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – também foi abordado na entrevista.
Conforme pontuou Roberto Dumas, movimentos recentes como o debate sobre a desdolarização, ou seja, a tentativa de usar moedas locais em vez do dólar nas transações internacionais entre países do bloco, têm colocado o Brasil sob holofotes internacionais.
O professor destacou que, enquanto China e Rússia já vêm adotando alternativas ao dólar em seus negócios globais, o governo brasileiro foi um dos primeiros a vocalizar publicamente essa intenção: “Foi o Brasil que tomou a dianteira ao defender a desdolarização, enquanto outros membros do BRICS avançam em silêncio nesse processo”, analisou Dumas durante o programa.
Investimentos chineses e impactos geopolíticos
Outro ponto de atenção destacado pelo economista do Insper diz respeito à influência geopolítica que a China pode exercer no Brasil.
Segundo Roberto Dumas, é crescente o interesse chinês em ampliar investimentos em setores estratégicos no país, como energia e transição energética.
“Os chineses vêm investindo de forma consistente em áreas-chave da economia brasileira. O movimento de aproximação é benéfico do ponto de vista comercial, mas exige cautela em relação ao chamado ‘Sharp Power’, ou seja, estratégias de influência política e econômica indireta”, explicou o especialista, ressaltando que o governo brasileiro deve estar atento a essas movimentações.
Futuro das relações comerciais Brasil China
Em sua análise no WW, Roberto Dumas ainda comentou que a aproximação entre Brasil e China traz oportunidades de negócios, mas demanda acompanhamento criterioso para evitar desequilíbrios nas relações bilaterais.
“A China busca consolidar sua presença e seu protagonismo global. Por outro lado, o Brasil precisa encontrar meios de agregar mais valor à sua pauta exportadora e reduzir a dependência de commodities”, acrescentou.
Conforme enfatizado pelo professor do Insper, a discussão sobre o futuro das relações comerciais Brasil China é fundamental para entender os rumos da economia nacional e os desafios que o país enfrenta diante do novo cenário internacional.
Ele reforçou a necessidade de um olhar estratégico do governo e das empresas brasileiras diante do avanço do comércio Brasil China, especialmente diante das mudanças globais na geopolítica e na economia.
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