Brasil mira produtividade recorde com biotecnologia e manejo de precisão
Desde 1965, quando a produtividade nacional de soja era de apenas 11 sacas por hectare, o país passou por transformações notáveis.
Hoje, a média nacional gira em torno de 60 sacas por hectare, com lavouras tecnificadas atingindo até 100 sacas.
Além disso, pequenos campos experimentais do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo CESB, já ultrapassaram 144 sacas por hectare.
Esses resultados comprovam o potencial produtivo do solo brasileiro, desde que aliado ao uso de tecnologias adequadas.
Cientista prevê cenário inédito para a agricultura brasileira
Durante o 10.º Congresso da Embrapa, realizado em Campinas em julho de 2025, o agrônomo Tuneo Sediyama fez uma previsão ousada.
Com mais de 60 anos de atuação no setor, ele afirmou que o Brasil pode chegar a 300 sacas por hectare.
Para alcançar essa meta, será essencial integrar ferramentas como genômica, proteômica, bioquímica e fisiologia vegetal.
Além disso, Sediyama defende o uso intensivo da fixação biológica de nitrogênio.
Segundo ele, esse avanço será apenas o início de uma nova revolução agrícola.
Estratégias incluem genética, IA e fertilizantes alternativos
Para atingir esse nível inédito de produtividade, especialistas defendem o uso de práticas modernas e sustentáveis.
Entre as ações recomendadas estão o manejo eficiente do solo e das culturas, o aumento da matéria orgânica e a utilização de biorreguladores.
Outro ponto essencial envolve o uso de drones, inteligência artificial e robótica nas etapas de monitoramento e aplicação.
A adoção de fertilizantes alternativos também é considerada estratégica, especialmente em áreas com desafios de solo.
O desenvolvimento de cultivares mais tolerantes ao estresse climático completa a lista de prioridades.
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Mercado vê potencial, mas reconhece os desafios
Pesquisadores destacaram os avanços obtidos nos 50 anos da Embrapa Soja, mas alertaram para obstáculos no caminho.
Fatores como preços instáveis, mudanças climáticas e altos custos operacionais ainda dificultam a expansão das tecnologias.
Na Argentina, por exemplo, Rodolfo Rossi (ACSoja) criticou a falta de incentivos governamentais, que têm travado o investimento em inovação.
A edição gênica será o próximo passo.
Essa tecnologia, segundo eles, permitirá ganhos expressivos de produtividade com menor impacto ambiental.