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Brasil e Índia miram US$ 20 bilhões em comércio bilateral e usam Pix e UPI como ‘armas’ contra hegemonia do dólar

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 07/08/2025 às 15:00
Trump impõe tarifa de 50% e força Brasil e Índia a reagirem com aliança estratégica contra pressão dos EUA
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Conversa entre líderes reforça aliança entre Brasil e Índia em meio à pressão dos EUA e visa ampliar cooperação econômica

O presidente Lula conversou por telefone nesta quinta-feira com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para discutir as novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos. A conversa ocorreu um dia após Donald Trump aumentar a tarifa sobre produtos indianos para 50%, igualando o nível já aplicado ao Brasil. Os dois líderes reafirmaram o compromisso com o multilateralismo e a busca por alternativas à pressão econômica americana.

Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, a ligação durou cerca de uma hora e abordou também estratégias de integração comercial, tecnologias financeiras como o Pix e o UPI, e a meta de ampliar o comércio bilateral. O gesto sinaliza um alinhamento diplomático crescente entre Brasil e Índia, ambos afetados por sanções tarifárias unilaterais dos EUA.

O que Lula e Modi discutiram na ligação?

Durante o diálogo, os líderes debateram o cenário internacional e os efeitos das tarifas unilaterais impostas pelos EUA, que afetaram diretamente as economias de Brasil e Índia. Ambos criticaram a medida e reforçaram a necessidade de fortalecer mecanismos multilaterais de negociação, defendendo um sistema internacional baseado em regras e cooperação.

Além disso, Lula confirmou que fará uma visita de Estado à Índia no início de 2026, enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin liderará uma missão empresarial ao país ainda em outubro, abordando temas como defesa, energia, minerais críticos e inclusão digital.

Qual a posição de Trump sobre Índia e Brasil?

Donald Trump justificou a nova tarifa contra a Índia com base em suas relações comerciais com a Rússia. Segundo ele, o país estaria “alimentando a máquina de guerra de Putin” ao comprar petróleo russo. O presidente americano também acusou a Índia de impor barreiras severas aos produtos dos EUA e de participar de alianças como os Brics, consideradas hostis à política externa americana.

A medida foi formalizada por meio de ordem executiva e entra em vigor em 21 dias. Com a nova taxação, os produtos indianos passam a enfrentar um total de 50% de sobretaxa nos EUA, mesmo patamar já aplicado ao Brasil. A decisão amplia o isolamento comercial dos dois países frente ao mercado norte-americano.

O que significa defender o multilateralismo?

Tanto Lula quanto Modi ressaltaram a importância de um sistema comercial internacional baseado em regras compartilhadas e decisões coletivas, ao invés de sanções unilaterais. Essa defesa do multilateralismo busca preservar o equilíbrio nas relações econômicas globais, especialmente entre países emergentes.

Na prática, o posicionamento é uma crítica direta ao modelo adotado por Trump, que usa tarifas como ferramenta geopolítica, punindo países por decisões estratégicas soberanas — como a compra de petróleo ou alianças diplomáticas.

Como o comércio entre Brasil e Índia deve avançar?

A meta dos dois governos é elevar o comércio bilateral para US$ 20 bilhões até 2030. Para isso, os líderes planejam ampliar o acordo entre Mercosul e Índia, criando novas oportunidades em setores estratégicos. A colaboração entre os sistemas de pagamento Pix (Brasil) e UPI (Índia) também está no radar, com potencial de facilitar transações internacionais e ampliar a integração financeira.

A movimentação reflete o interesse mútuo em reduzir a dependência de mercados ocidentais, diversificando parcerias em áreas como tecnologia, defesa e energia renovável.

Qual o impacto geopolítico desse alinhamento?

A aproximação entre Brasil e Índia representa uma resposta coordenada à pressão exercida pelos EUA, especialmente sob o governo Trump. Ambos são membros fundadores dos Brics e compartilham interesses em reformas nas instituições multilaterais, como a ONU e a OMC.

Ao estreitarem relações diplomáticas e econômicas, Lula e Modi reforçam uma frente sul-global que busca reequilibrar as forças geopolíticas atuais, desafiando a hegemonia americana em áreas estratégicas como comércio, finanças e segurança energética.

Você acredita que o Brasil deve se alinhar mais à Índia diante das pressões dos Estados Unidos? O multilateralismo ainda é viável nesse cenário? Deixe sua opinião nos comentários — seu ponto de vista é essencial para esse debate global.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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