Brasil tem grande potencial eólico, mas falta de regras e investimentos ainda trava o avanço da energia limpa.
Brasil desperdiça potencial eólico e precisa destravar investimentos
O Brasil vive um momento decisivo na geração de energia limpa.
Apesar do enorme potencial para energia eólica, especialistas alertam que o país corre o risco de perder investimentos estratégicos por falta de regras claras e estímulos ao setor.
Minas Gerais é um exemplo desse cenário.
O estado tem projetos eólicos em Monte Azul, Espinosa, Santo Antônio do Retiro, Rio Pardo de Minas e Mato Verde, no Norte mineiro.
Mesmo assim, ainda está longe de acompanhar o ritmo do Nordeste, que lidera a produção nacional.
O alerta é claro: sem estrutura e segurança jurídica, o Brasil não desbloqueia seu verdadeiro potencial energético.
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Potencial natural existe, mas falta segurança ao investidor
A Secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais confirma que o estado busca consolidar sua vocação na geração de energia eólica.
No entanto, especialistas defendem diversificação e fortalecimento das fontes renováveis.
O professor Victor Flores Mendes, da UFMG, reforça o papel da complementaridade das fontes.
“Durante o dia, temos energia gerada pelo sol; à noite, podemos contar com a eólica, que continua gerando”, diz.
Para ele, essa combinação garante eficiência e estabilidade na matriz energética.
Além disso, reduz a dependência de fontes poluentes e aumenta a segurança energética.
Energia limpa pode dominar metade da matriz até 2030
O professor Paulo Guerra, da Fundação Dom Cabral, destaca o avanço da energia eólica no país.
Segundo ele, o Brasil deve atingir 50% da matriz energética composta por fontes limpas até 2030.
Ele se baseia em estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética.
O número reforça o papel estratégico do país na transição para energia limpa.
Empresas investem, mas esbarram em entraves regulatórios
A Cemig já investe em parques eólicos no Ceará.
Em Beberibe, na praia de Pajuru, são 17 unidades geradoras em operação.
O avanço mostra a capacidade técnica do Brasil.
Porém, obstáculos regulatórios ainda assustam novos investidores.
A presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, defende uma regulamentação mais clara.
“Ao redor do mundo, não há nenhum país com o potencial do Brasil para atrair investimentos e liderar a transição energética”, afirma.
Ela destaca a importância das emendas 9 e 40.
Essas medidas podem definir regras sobre cortes de energia e quem paga pelos custos.
Energia desperdiçada ameaça o futuro do setor
Hoje, parte da energia eólica gerada no Brasil é cortada e não armazenada.
Isso representa desperdício direto de potencial energético.
Segundo especialistas, essa perda afasta investidores internacionais.
Além disso, limita a evolução da matriz renovável brasileira.
Gannoum reforça que regras claras são urgentes.
“É essencial saber o que é rede e o que é questão energética”, diz.
Brasil tem vocação natural para liderar a energia do futuro
O vice-presidente da Elera Renováveis, Francisco Galvão, resume a oportunidade.
“As energias renováveis são um caminho natural, e o Brasil tem um enorme benefício pelo potencial solar, eólico e hidrelétrico”, afirma.
De fato, o país reúne condições únicas para expansão da energia eólica.
Mas precisa agilizar políticas e garantir segurança jurídica para não ficar para trás.
Se fizer isso, o Brasil pode se tornar referência mundial em energia limpa.
Caso contrário, verá seu potencial ser desperdiçado enquanto concorrentes avançam.

 
                         
                        
                                                     
                         
                         
                         
                        

 
                     
         
         
         
         
         
         
         
        
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