Em uma manobra para reduzir a dependência do dólar, o Brasil aprofunda laços com a tecnologia financeira chinesa, gerando oportunidades e sérios riscos geopolíticos.
De acordo com análises de institutos como o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), o Brasil tem intensificado suas parcerias com a China no setor de tecnologia financeira, com um foco especial nos cartões inteligentes da China. Essa estratégia, impulsionada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa criar alternativas ao sistema financeiro dominado pelo dólar americano, alinhando o país ao bloco BRICS. Para o Brasil, isso representa uma busca por maior soberania econômica, mas também acende um alerta sobre os riscos de uma dependência tecnológica de Pequim e de possíveis retaliações dos Estados Unidos.
A movimentação ganhou força em meio a um cenário de tensões comerciais globais. A adoção de tecnologias como os cartões inteligentes da China, que integram chips para pagamentos digitais e blockchain, permite a realização de transações diretas entre os países do BRICS, sem a necessidade de passar por intermediários americanos como o sistema SWIFT. Essa aproximação, no entanto, é vista com desconfiança por Washington e gera um intenso debate sobre os rumos da política externa brasileira.
A rivalidade entre EUA e China como pano de fundo
A decisão brasileira de se aproximar da tecnologia financeira chinesa está diretamente ligada à crescente rivalidade entre Estados Unidos e China. Desde 2020, os EUA pressionam o Brasil a limitar a presença de empresas chinesas em setores críticos, como o 5G, sob o argumento de riscos à segurança nacional. Em outubro de 2020, o então secretário de Estado americano, Mike Pompeo, chegou a oferecer um pacote de investimentos de US$ 1 bilhão como alternativa à tecnologia da Huawei.
-
Por que o Brasil, dono de grandes reservas de minério e siderúrgicas avançadas, ainda depende da China para trilhos ferroviários de alta precisão?
-
Como Trump está ajudando a China, o Brasil e os BRICS
-
5 profissões técnicas pagam mais de R$ 8 mil por mês e expõem escassez de mão de obra qualificada no Brasil
-
Nova rodada de pagamentos do PIX de R$ 200 do Caixa Tem será pago a alunos de ensino fundamental, médio, técnico e superior da rede pública
No entanto, o governo Lula optou por aprofundar os laços com Pequim. Em outubro de 2024, durante uma cúpula dos BRICS na Rússia, o presidente brasileiro defendeu abertamente a criação de métodos de pagamento alternativos ao dólar. A consolidação dessa estratégia ocorreu em julho de 2025, com o início de operações comerciais entre Brasil e China sem o uso da moeda americana, um movimento que, segundo estimativas da CNN Brasil, pode gerar uma economia de bilhões em custos de transação.
Quem são os gigantes por trás dos cartões inteligentes da China?
Várias empresas chinesas e brasileiras estão na vanguarda dessa nova arquitetura financeira.
UnionPay: é o sistema de cartões chinês e o maior emissor do mundo, com mais de 10 bilhões de unidades. No Brasil, parcerias com fintechs locais, como a Left Fintech, permitem a integração com o PIX e a realização de pagamentos diretos.
Bank of China (BOC) e ICBC: gigantes bancários chineses que têm expandido sua atuação no Brasil. Em 2024, o BOC investiu mais de R$ 800 milhões em suas subsidiárias no país para facilitar transações na moeda chinesa, o renminbi.
BRICS Pay: lançada em 2024, é uma plataforma que utiliza blockchain para permitir transações seguras entre os países do bloco, evitando o sistema financeiro ocidental e possíveis sanções.
Do lado brasileiro, o Banco Central do Brasil (BCB) tem sido um ator fundamental, liderando a integração dessas novas tecnologias com o bem-sucedido sistema PIX.
Os números da parceria e os benefícios para os pagamentos digitais
A parceria com a China é sustentada por números robustos. O comércio bilateral entre os dois países atingiu quase US$ 200 bilhões em 2024. A adoção de sistemas de pagamento direto promete reduzir os custos dessas transações em até 30%.
Para o consumidor e para as empresas brasileiras, a integração dos cartões inteligentes da China com o PIX pode trazer benefícios como a possibilidade de realizar parcelamentos em compras internacionais sem as taxas de conversão do dólar. Além disso, segundo dados do Bank for International Settlements (BIS) de 2025, o uso de fintechs como os cartões inteligentes pode aumentar a inclusão financeira em até 40% para populações que não têm acesso a bancos.
Indicador | Situação Atual | Impacto da Parceria |
Comércio Brasil-China (2024) | Quase US$ 200 bilhões | Redução de custos de transação |
Investimento Chinês (Data Centers) | Mais de US$ 14 bilhões (Am. Latina) | Impulso para fintechs |
Inclusão Financeira (BRICS) | Populações sub-bancarizadas | Aumento de 40% no acesso |
Os riscos da aliança: vigilância, isolamento e a reação dos EUA
Apesar das vantagens econômicas, a crescente dependência da China gera sérios riscos. O principal deles é a questão da soberania digital. Sistemas financeiros centralizados como os da China permitem um nível de vigilância de dados que levanta preocupações sobre privacidade e controle.
Geopoliticamente, a aproximação com Pequim coloca o Brasil em uma posição delicada. Políticos americanos, como o Secretário de Estado Marco Rubio, criticaram duramente o acordo em janeiro de 2025, afirmando que ele cria um “sistema econômico duplicado” para contornar sanções. A reação mais forte veio do presidente Donald Trump, que em abril de 2025 impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em uma retaliação direta às parcerias do Brasil com a China.
Para o Brasil, o desafio é equilibrar os benefícios de uma maior autonomia financeira com os riscos de se alinhar a um dos lados da disputa global. A aposta nos cartões inteligentes da China pode modernizar o sistema de pagamentos, mas exige um debate profundo sobre as consequências de longo prazo para a soberania e as alianças estratégicas do país.
Você acredita que essa parceria com a China é benéfica para o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários.
Será um desastre para a nação Brasileira, ficaremos nas mãos dos Chineses!
É só ver o final da matéria e você vai entender que esse risco vai destruir de vez nosso país, pois os riscos não compensam.
Pois as sanções dos EUA só aumentariam e quase 100 % de tudo que é industrializados no Brasil tem alguma tecnologia americana e isso fará com que falte Td e passaremos necessidades de td!!!
Esperamos que o **** DO LULA sente e resolva com os EUA de maneira honesta, mas sabemos que ele não fará isso