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China libera chips e evita apagão industrial no Brasil: acordo histórico garante fôlego às montadoras e impede colapso na produção automotiva

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 04/11/2025 às 14:40
Linha de montagem automotiva com placa de chip semicondutor sobre o motor de um carro, simbolizando o acordo Brasil-China para garantir o fornecimento de componentes.
Placa de semicondutores em uma fábrica de automóveis no Brasil representa o impacto direto do acordo diplomático que evitou a crise de fornecimento.
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Governo brasileiro assegura canal direto com Pequim para liberar importações de semicondutores e impedir colapso

Em 1º de novembro de 2025, o governo brasileiro firmou um acordo direto com a China para garantir o fornecimento contínuo de chips automotivos.
Esses componentes são essenciais para a produção nacional e sua falta causaria grandes prejuízos à economia e à geração de empregos.
A medida, articulada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, evitou a paralisação das montadoras, que dependem quase integralmente de semicondutores importados.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o acordo assegura estabilidade na cadeia produtiva e fortalece o diálogo estratégico entre os dois países.

Interferência política acelerou a negociação

Desde outubro de 2025, a Anfavea alertava para o risco de falta de chips na indústria automotiva.
O impasse começou após os Países Baixos nacionalizarem a Nexperia, fabricante chinesa de semicondutores, alegando riscos à segurança nacional.
Em resposta, Pequim suspendeu exportações de chips, afetando diretamente o Brasil, que depende quase totalmente desses componentes.
Os chips controlam motores, freios, airbags e sistemas eletrônicos, sendo indispensáveis à produção de veículos modernos.
Diante do risco de paralisação, Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, iniciou negociações emergenciais com a China para restabelecer o fornecimento.

China cria canal direto para liberar exportações

Com a nova medida, confirmada pelo embaixador Zhu Qingqiao em Brasília, empresas brasileiras poderão solicitar licenças especiais de exportação “caso a caso” junto ao governo chinês.
Dessa forma, o processo será conduzido pelo Ministério do Comércio da China, o que permitirá maior agilidade na análise dos pedidos de importação.
Essa iniciativa, por sua vez, permitirá que montadoras e fornecedores nacionais mantenham o fornecimento regular de semicondutores, evitando, portanto, prejuízos na cadeia de autopeças, siderurgia, plásticos e borracha.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, destacou que a resposta rápida do governo federal foi decisiva para conter os impactos da crise.
Além disso, ele reforçou a importância da cooperação diplomática para garantir a segurança produtiva e a previsibilidade no mercado.
Segundo Calvet, “essa parceria demonstra maturidade institucional e confiança mútua entre os dois países”, o que fortalece o ambiente industrial brasileiro e internacional

Crise global dos semicondutores expõe vulnerabilidade do setor

A escassez de chips não é um problema recente e, portanto, vem se agravando desde 2021.
Por causa da guerra comercial entre Estados Unidos e China, toda a cadeia mundial de semicondutores foi afetada.
Com isso, a crise se intensificou quando a Holanda interveio na empresa Nexperia, considerada estratégica para a indústria tecnológica chinesa.
Como resultado, a China proibiu temporariamente que a fabricante exportasse chips e também restringiu a compra de matéria-prima estrangeira.
De acordo com analistas do setor, embora os chips da Nexperia não sejam altamente complexos, eles são fundamentais pelo uso em larga escala na indústria automotiva.
Segundo estimativas da Anfavea, caso o impasse persistisse, as fábricas brasileiras poderiam parar em até três semanas, o que representaria enorme impacto econômico.
Além disso, essa interrupção colocaria em risco milhares de empregos e reduziria significativamente a arrecadação do setor industrial no país.

Importância econômica e perspectiva futura

A cadeia automotiva brasileira emprega 1,3 milhão de trabalhadores e representa um dos pilares da economia nacional.
Por isso, a mediação diplomática entre Brasil e China tem papel crucial para evitar um colapso produtivo e preservar empregos.
Apesar da trégua momentânea, especialistas afirmam que o principal desafio agora é garantir a implementação eficiente das licenças especiais.
Essas permissões serão acompanhadas pela Anfavea e pelos ministérios brasileiros, que supervisionam o andamento das solicitações.
O setor segue em alerta, já que as tensões comerciais internacionais ainda podem afetar o abastecimento global de chips.
Mesmo assim, o novo acordo bilateral representa um avanço na soberania industrial brasileira e reforça a importância da diplomacia econômica.
Será que a diplomacia industrial se tornará a principal ferramenta de defesa econômica do Brasil nos próximos anos?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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