Cidades aceleram a transição da frota e projetam milhares de novos veículos até 2028
O Brasil acaba de ultrapassar a marca de mil ônibus elétricos em operação no transporte público, impulsionado principalmente pela cidade de São Paulo. O dado foi confirmado pela diretora do ITDP Brasil, Clarisse Cunha Linke, durante o evento Caminhos do Brasil, que reuniu autoridades e especialistas em mobilidade urbana.
A nova fase de eletrificação da frota representa um avanço importante, embora ainda tímido em relação aos vizinhos Chile (2,6 mil ônibus elétricos) e Colômbia (1,7 mil). Mesmo com o ritmo de crescimento acelerado, os ônibus elétricos ainda são minoria diante da frota nacional a diesel. No entanto, a tendência é de crescimento sustentado, com investimentos previstos pelo governo federal e adesão crescente dos municípios.
São Paulo lidera, mas outras cidades avançam
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil registrou 306 novos emplacamentos de ônibus elétricos no primeiro semestre de 2025, crescimento de 141% em relação ao mesmo período de 2024. Desse total, 841 estão em São Paulo, que já conta com 6,3% de sua frota eletrificada e pretende chegar a 20% até 2028.
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Curitiba também já deu início ao seu processo de eletrificação, com 54 ônibus adquiridos no ano passado e R$ 380 milhões investidos em infraestrutura de eletromobilidade. Outros municípios como Campinas (250 veículos), Florianópolis, Palmas, Niterói e 13 cidades da região metropolitana de Salvador também participam da transição, com recursos federais via PAC.
Mudanças vão além da compra de veículos
A adoção dos ônibus elétricos exige mais do que a substituição da frota. Segundo Clarisse Linke, é necessário repensar marcos regulatórios, criar metas de descarbonização e adaptar garagens e infraestrutura de recarga elétrica. “A localização das garagens se torna um novo desafio logístico”, afirma a diretora do ITDP.
Além disso, a tecnologia exige novas soluções energéticas. Concessionárias de energia precisam se preparar para o aumento da demanda por carregamento simultâneo em horários estratégicos, o que exige investimentos e planejamento.
Ônibus elétrico ainda é caro, mas operação compensa
O alto custo inicial continua sendo uma barreira. Um ônibus elétrico custa até três vezes mais do que um convencional, sem contar a baixa valorização no mercado de revenda. No entanto, especialistas afirmam que o custo operacional é significativamente menor, o que pode compensar no médio prazo.
“A operação é mais barata, mais limpa e mais silenciosa. Mas é preciso um plano de transição bem estruturado. Não basta trocar veículos, é preciso mudar o sistema como um todo”, afirma Clarisse Linke.
Rio de Janeiro testa novo modelo em linha intermunicipal
No estado do Rio, a linha intermunicipal 417T, que liga Xerém à Barra da Tijuca, está testando um modelo de ônibus 100% elétrico desde junho. A avaliação inclui autonomia, conforto, abastecimento e viabilidade para trajetos longos. A ideia é que a experiência sirva de base para adoção em outras linhas da Região Metropolitana.
Segundo o Ministério das Cidades, 2.200 novos ônibus elétricos estão em processo de aquisição para 92 municípios. Os recursos disponíveis para 2025 somam R$ 4 bilhões, com seleção em andamento. Em 2023, os investimentos já somaram R$ 7 bilhões, abrangendo projetos em capitais e cidades médias.
Você acredita que os ônibus elétricos vão se tornar realidade nas ruas da sua cidade? Acha que o Brasil está no caminho certo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa transição no dia a dia.