Decisão marca o fim de uma era: Bradesco encerra emissão de cheques após queda de 96% no uso desde 1995 e consolida o Pix como principal meio de pagamento entre clientes.
O Bradesco encerra emissão de cheques para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs) a partir de dezembro. A medida simboliza a transformação completa do sistema de pagamentos no Brasil, que hoje é dominado pelo Pix e pelas transações digitais. Apenas as contas corporativas seguirão com acesso ao produto tradicional.
De acordo com o portal UOL, a decisão do banco acompanha uma mudança estrutural no comportamento dos consumidores, que deixaram o cheque no passado. Segundo a Febraban, o uso do cheque caiu 96% desde 1995, passando de 3,3 bilhões de compensações anuais para apenas 137 milhões em 2024. O Bradesco afirma que “a iniciativa acompanha a preferência dos clientes por soluções digitais, mais rápidas e acessíveis”.
Fim do talão de cheques e consolidação do Pix
O banco enviou comunicados aos clientes informando a descontinuação do serviço e recomendando o uso de meios eletrônicos como Pix, TED e transferências digitais.
-
‘Pegadinha no mercado’: empresas mudam fórmulas de produtos sem avisar e deixam consumidores revoltados com gosto, cheiro e textura diferentes
-
Ninguém quer sair dessas 5 cidades brasileiras que estão bombando em tecnologia, empregos e qualidade de vida e deixando as capitais comendo poeira no desenvolvimento
-
Cofundador da Wikipédia critica viés ideológico e inspira Elon Musk a lançar GrokiPedia, enciclopédia com IA rival do site original
-
Governo libera cartão de crédito de R$ 3 000 para 100 mil professores da rede pública; veja quem tem direito
O movimento reforça a posição do Bradesco como um dos maiores incentivadores da digitalização bancária, em linha com o avanço tecnológico do setor financeiro.
Criado em 2020 pelo Banco Central, o Pix se tornou o principal instrumento de pagamento do país, com transações instantâneas, gratuitas e disponíveis 24 horas por dia.
A própria instituição reconhece que o método oferece “mais comodidade e segurança” em relação ao uso do cheque físico, que envolve impressão, compensação e risco de extravio.
Queda histórica do uso do cheque no Brasil
Os números confirmam o que a decisão do Bradesco representa: o cheque praticamente desapareceu do cotidiano financeiro brasileiro.
De acordo com a Febraban, em 1995 o país compensava cerca de 3,3 bilhões de cheques por ano. Trinta anos depois, esse volume despencou para 137 milhões.
Os dados do Banco Central mostram que, apenas no segundo trimestre de 2025, foram compensados 35,8 milhões de cheques, enquanto o Pix registrou 19,4 bilhões de operações no mesmo período.
Cartões de crédito, débito e pré-pago somaram 12,7 bilhões de pagamentos consolidando o domínio dos meios digitais.
Em valores, o contraste é ainda mais expressivo: cheques movimentaram R$ 173,3 milhões no segundo trimestre de 2025, contra R$ 84 bilhões via Pix.
A última vez em que os cheques superaram o Pix em volume financeiro foi no quarto trimestre de 2020, ano de lançamento do sistema de pagamentos instantâneos.
O que muda para os clientes do Bradesco
A partir de dezembro, clientes pessoa física e MEIs não poderão mais solicitar novos talões de cheque. Quem ainda possuir folhas em uso poderá utilizá-las até o esgotamento, respeitando os prazos normais de compensação.
Contas empresariais, contudo, continuarão a ter acesso ao produto, dada sua utilização em contratos e operações específicas.
Para compensar a mudança, o banco intensifica o incentivo ao uso do aplicativo e dos canais digitais, onde é possível realizar transferências, pagamentos e até parcelar transações via Pix.
O Bradesco também reforça que o atendimento em agências segue disponível para auxiliar clientes em adaptação.
Pix e o futuro dos meios de pagamento
O avanço do Pix transformou não apenas os hábitos de consumo, mas também a estrutura operacional dos bancos tradicionais. Com mais de 150 milhões de usuários ativos no Brasil, o sistema se consolidou como ferramenta universal de transferência e pagamento, reduzindo custos e eliminando barreiras de horário e fronteira.
O fim do cheque para pessoas físicas e MEIs reflete uma tendência irreversível: a digitalização total das transações financeiras.
O instrumento que já simbolizou status e confiança nas décadas de 1980 e 1990 agora cede espaço à conveniência e à velocidade do ambiente online.
Com o Bradesco encerrando a emissão de cheques, o Brasil dá mais um passo rumo à consolidação definitiva dos meios digitais.
O talão, que por décadas foi sinônimo de credibilidade e poder de compra, agora se torna peça de museu na história bancária nacional.
E você, ainda usa cheques ou já migrou totalmente para o Pix? Acha que esse tipo de pagamento ainda tem espaço no futuro ou está vivendo seus últimos capítulos? Conte nos comentários.


Seja o primeiro a reagir!