1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Bombardeiro B-2 Spirit voa por 37 horas sem pousar em missão real de ataque ao Irã: entenda como a Força Aérea dos EUA consegue manter a aeronave no ar por quase dois dias inteiros
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Bombardeiro B-2 Spirit voa por 37 horas sem pousar em missão real de ataque ao Irã: entenda como a Força Aérea dos EUA consegue manter a aeronave no ar por quase dois dias inteiros

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 26/06/2025 às 16:07
B-2 Spirit sendo reabastecido por avião KC-46 durante voo sobre o Oriente Médio
Bombardeiro B-2 Spirit sendo reabastecido em voo por um KC-46 durante missão de longa distância
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

No dia 22 de junho de 2025, sete bombardeiros B-2 Spirit da Força Aérea dos Estados Unidos decolaram da base de Whiteman, no Missouri, e permaneceram no ar por 37 horas ininterruptas, realizando um ataque de precisão contra alvos nucleares no Irã antes de retornar sem qualquer pouso intermediário.

Projetado pela Northrop Grumman, o B-2 Spirit é um bombardeiro estratégico furtivo com autonomia de mais de 11 mil quilômetros. A missão recente, porém, exigiu o dobro dessa distância. O feito só foi possível graças ao apoio aéreo de aviões-tanque especializados, responsáveis por abastecer os bombardeiros durante o voo.

Os B-2 foram reabastecidos diversas vezes ao longo da missão por modelos como o KC-135 Stratotanker, o KC-10 Extender e o moderno KC-46 Pegasus. Esses aviões operam como postos de combustível aéreos, permitindo que aeronaves militares realizem longas travessias globais sem a necessidade de pousar.

O reabastecimento em voo é um processo de altíssima precisão. Durante o procedimento, a aeronave de apoio conecta uma mangueira ou lança retrátil ao bombardeiro em pleno voo, transferindo dezenas de toneladas de combustível a centenas de quilômetros por hora. A operação exige extrema coordenação entre pilotos e operadores de reabastecimento.

Aviões-tanque: a espinha dorsal da projeção de poder

O KC-135, em operação desde a Guerra Fria, pode transportar até 90 toneladas de combustível. Já o KC-10, baseado no jato comercial DC-10, comporta 160 toneladas, capacidade suficiente para reabastecer dois B-2 integralmente. O mais recente, KC-46 Pegasus, é equipado com cockpit digital, sistemas defensivos e maior alcance, permitindo operações próximas a zonas hostis.

KC-46 Pegasus

Esses aviões são fundamentais não apenas para a autonomia dos bombardeiros, mas também para preservar o sigilo das operações. Caso os B-2 precisassem pousar em solo estrangeiro, a missão perderia o fator surpresa e colocaria em risco a estratégia de ataque furtivo.

Com reabastecimento aéreo, os EUA conseguem executar missões de ataque partindo diretamente de seu território continental, sem depender de bases avançadas. Isso amplia significativamente o alcance de sua força aérea e reforça sua capacidade de dissuasão estratégica global.

Missão sigilosa com apoio logístico de ponta

Durante a operação, os B-2 lançaram 14 bombas GBU-57, conhecidas como “bunker busters”, capazes de perfurar alvos fortificados sob camadas de rocha e concreto. As aeronaves sobrevoaram diversos países, cruzaram oceanos e retornaram em segurança para os Estados Unidos sem serem detectadas, reforçando seu papel como peça central da doutrina de ataque de longo alcance.

YouTube Video

Além da engenharia furtiva, o B-2 conta com itens de conforto para os dois tripulantes, como micro-ondas, cafeteira, banheiro e espaço para repouso. Isso permite a alternância entre os pilotos durante voos prolongados, garantindo segurança e eficiência durante missões intercontinentais.

As informações foram divulgadas pelo canal especializado “Hoje no Mundo Militar”, que destacou os detalhes técnicos da missão e os bastidores do apoio logístico necessário para manter uma aeronave de 172 milhões de dólares operando por quase dois dias sem interrupção.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Felipe Alves da Silva

Profissional com formação militar pelo Exército Brasileiro e experiência em gestão administrativa e logística no setor industrial. Escreve sobre defesa, segurança, geopolítica, indústria automotiva, ciência e tecnologia. Sugestões de pauta: fa06279@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x