BMW aposta no iX3 e na plataforma Neue Klasse, com supercérebros e autonomia de 800 km, para disputar espaço no mercado global
Ainda distante da liderança no mercado mundial de veículos elétricos, a BMW tenta mudar esse cenário. A partir de sexta-feira, 5 de setembro, no Salão do Automóvel de Munique, a montadora alemã apresenta sua aposta tecnológica: a plataforma Neue Klasse. O investimento chegou a € 10 bilhões ao longo de quatro anos de desenvolvimento.
O primeiro fruto desse trabalho é o utilitário esportivo iX3. Ele inaugura uma linha de 40 modelos previstos para os próximos dois anos.
Todos serão controlados por software e equipados com os chamados “supercérebros”, centrais eletrônicas que substituem o hardware como recurso essencial.
-
O segredo do sucesso chinês no Brasil: BYD dispara e deixa Honda para trás no mercado brasileiro
-
Simulação de financiamento do BYD Dolphin Mini 2026 mostra parcelas de R$ 1.877,05 em 48 meses e custo total R$ 30 mil acima do valor à vista
-
Honda tem scooter produzida no Brasil com quatro versões em cores distintas, equipada com transmissão CVT automática e freios CBS: nova Elite 125 tem preço abaixo de R$ 14 mil e consumo médio de 45 km/l
-
Kawasaki tem linha 2025 no Brasil com quatro modelos até R$ 35 mil: KLX110R para iniciantes, Ninja 300 esportiva de 39 cv, Versys-X 300 aventureira com ABS e Z500 naked com motor 451 cc
Supercérebros e poder de computação
A BMW afirma que a nova plataforma amplia em mais de 20 vezes o poder de computação dos carros atuais.
Essa centralização também reduz a complexidade da eletrônica e prepara o terreno para veículos mais conectados. Além disso, a Neue Klasse servirá de base para modelos a combustão interna e híbridos.
“Com a Neue Klasse, estamos fazendo grandes avanços em todos os campos tecnológicos relevantes”, disse o CEO Oliver Zipse. “O novo BMW iX3 será a referência em nosso setor.”
Autonomia e carregamento
O projeto traz números ambiciosos. A frota planejada poderá rodar até 800 quilômetros com uma única carga. O carregamento rápido deve permitir mais de 350 quilômetros adicionais em apenas 10 minutos.
Outro destaque está na integração entre os quatro supercérebros, que elevam a eficiência de comunicação interna, as telas de infoentretenimento e as funções de direção automatizada.
Essa mudança inaugura uma nova tendência. Com computadores centrais, as montadoras poderão atualizar o desempenho dos veículos após a venda e oferecer serviços adicionais, criando novas fontes de receita.
Salto científico
Frank Weber, membro do Conselho de Administração da BMW AG, reforça o discurso de inovação. Segundo ele, os supercérebros representam o próximo salto científico da condução automatizada.
“São computadores de alto desempenho que trabalham em conjunto de forma inteligente no que, até agora, se processam por separado”, afirmou.
Weber destacou ainda a precisão. “Integram todo o sistema de motorização e a dinâmica de condução com até dez vezes mais eficiência”, completou.
Ele citou também a sexta geração da tecnologia BMW eDrive. Além de unidades melhoradas, a novidade traz células de bateria de íon de lítio redondas, com densidade de energia volumétrica 20% superior às prismáticas usadas antes.
Mercado e concorrência
A BMW tem mostrado cautela no ritmo da transição para os veículos elétricos. A estratégia multienergética contrasta com o avanço agressivo das montadoras chinesas, como BYD, que dominam o setor.
Mesmo assim, a empresa alemã registrou crescimento no segmento. Veículos a bateria representaram 18% das entregas globais no primeiro semestre.
O novo foco deixa claro que a BMW deseja disputar espaço. Embora ainda atrás de Tesla, BYD, Geely e SAIC, a marca ultrapassou 1,5 milhão de veículos 100% elétricos vendidos no mundo. Em 2025, sua participação no mercado global de elétricos varia entre 2,5% e 3%.
Desempenho financeiro
Apesar das inovações, o cenário financeiro não foi favorável no primeiro semestre de 2025. A receita global caiu para € 67,6 bilhões, retração de 8% em relação a 2024.
No segundo trimestre, o faturamento ficou em € 33,9 bilhões, uma queda de 8,2% frente ao mesmo período do ano passado.
A retração foi atribuída à demanda mais fraca na China e aos efeitos negativos da variação cambial. Por outro lado, os números de vendas mostram avanço.
O BMW Group, que inclui Mini e Rolls-Royce, comercializou 109.516 veículos elétricos no primeiro trimestre, crescimento de 32,4% em relação ao ano anterior.
BMW: olhar para o futuro
Portanto, mesmo diante de quedas na receita, a BMW sinaliza claramente sua aposta no futuro elétrico. O iX3 e a plataforma Neue Klasse mostram que a empresa pretende acelerar e disputar espaço em um mercado cada vez mais competitivo.
Além disso, as inovações em autonomia, carregamento e poder de computação colocam a montadora em posição de destaque na corrida tecnológica global.
Com informações de NEO Feed.