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Qual gestão governamental iniciou o sucateamento das ferrovias no Brasil?

30 de novembro de 2022 às 13:04
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Qual presidente brasileiro iniciou o sucateamento das ferrovias no Brasil
Qual presidente brasileiro iniciou o sucateamento das ferrovias no Brasil (Foto/divulgação)

Historicamente, o uso de ferrovias no Brasil sempre foi favorável, especialmente para o escoamento de grandes cargas. No entanto, paralelo a isso, diversas políticas públicas visavam favorecer o sistema rodoviário e, dessa forma, vamos te mostrar qual presidente brasileiro iniciou o sucateamento das ferrovias no Brasil.

Neste sentido, desde a década de 1950, a falta de investimentos no setor ferroviário levou o segmento a colapso. Isso porque as malhas ferroviárias existentes começaram a se danificar, sem qualquer tipo de ação ou planejamento para reverter essa situação.

Além disso, a iniciativa de privatização das ferrovias, em meados da década de 1990, foi uma aposta para salvar o setor ferroviário brasileiro. No entanto, mesmo com investimentos consideráveis, o país não evoluiu no segmento, além de perder uma parte considerável da malha que já possuía.

Qual presidente começou a sucatear as ferrovias no Brasil?

Qual presidente brasileiro iniciou o sucateamento das ferrovias no Brasil / Canal BBC News Brasil
 

A princípio, é necessário mencionar que muitos atribuem o sucateamento das ferrovias brasileiras a épicos da ditadura militar. No entanto, desde o governo de Juscelino Kubitschek, 10 anos antes, que o transporte ferroviário foi abandonado em prol do sistema rodoviário, o que implicou nos investimentos na indústria automobilística para expandir as rodovias.

Dessa forma, a ditadura militar somente reforçou esse processo, sendo a privatização da RFFSA um golpe econômico para nossas ferrovias que, atualmente, possuem ínfima participação na logística de transporte nacional. Além disso, é irrisório o número de passageiros transportados sobre trilhos no Brasil, nas poucas linhas que ainda existem.

Na prática, o desmanche das linhas férreas brasileiras foi planejado pelo governo de JK. Nessa época, para viabilizar e convencer os investidores estrangeiros a implantarem suas montadoras automobilísticas no país, o governo federal se comprometeu a desmontar a rede ferroviária e transferir o transporte de toda a produção nacional através de rodovias.

Na época, Juscelino tinha como lema a promessa de “50 anos em 5 anos”. No entanto, em relação ao setor ferroviário brasileiro, parece que não havia espaço para o segmento nesse tema. Dessa forma, ao invés de avançar, as ferrovias brasileiras pareceram se destruir em apenas 5 anos.

Curiosamente, hoje, o Brasil é um dos poucos países de dimensão continental que promoveu tal sucateamento do sistema modal ferroviário. Sendo assim, mesmo que diversas pesquisas apontem os benefícios das ferrovias para o país, não há investidos suficientes para reanimar esse setor que, um dia, já foi tão próspero.

Por que as ferrovias não são valorizadas no Brasil? 

Existem diversos problemas que levam as rodovias a não serem valorizadas no Brasil, sendo a primeira delas a falta de extensão dos trilhos. Dessa forma, com investimentos escassos e equivocados ao longo das últimas décadas, muitas regiões que precisam das ferrovias para escoamento das produções não possuem, ou seja, precisam optar pela malha rodoviária.

Paralelo a isso, uma parte considerável da malha ferroviária nacional já apresenta problemas que impedem ou dificultam sua utilização. Dessa forma, um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que, mesmo com os investimentos feitos, o Brasil ainda conta com 65% das suas entregas feitas pelo sistema rodoviário.

Como mencionado, outro problema fundamental para a desvalorização das ferrovias nacionais é a presença de falta de incentivo governamental. Na verdade, não somente os governos atuais são omissos sobre a questão, mas também políticas públicas antigas são diretamente responsáveis por esse sucateamento.

Sendo assim, mesmo que os trens tenham capacidade três vezes superior aos caminhões, estes últimos representam 65% dos transportes de cargas conduzidos no país. Ou seja, pouco adiante apontar os benefícios desse sistema, uma vez que não é possível mudar esse cenário a curto prazo, já que a instalação e reforma de sistemas ferrovias costuma levar anos, ou até décadas.

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