Historicamente, o sistema ferroviário sempre foi responsável pelo crescimento econômico e estrutural de muitos países, especialmente porque oferece a possibilidade de levar muitas cargas. Neste sentido, vamos te mostrar qual é a importância do transporte ferroviário de cargas.
Atualmente, mesmo com os novos meios de transportes, as ferrovias ainda representam uma oportunidade interessante para deslocar pessoas e bens. Neste sentido, os vagões podem comportar até 90 toneladas, diferente dos caminhões, que não chegam a um terço desse valor.
Sendo assim, mesmo que a malha ferroviária brasileira, por exemplo, seja sucateada, as ferrovias ainda possuem grande importância para a economia do país. Inclusive, é esperado alguns investimentos a curto prazo para tentar modificar essa triste realidade.
A importância histórica do transporte ferroviário de cargas
As estradas ferroviárias revolucionaram o transporte, especialmente por encurtar as distâncias entre os polos de produção industrial e os consumidores. Dessa forma, elas proporcionam o desenvolvimento em diversos setores, colaborando para o crescimento econômico dos países que adotaram as ferrovias.
No Brasil, o modal também teve sucesso, desde a sua primeira ferrovia construída, em 1854, no Rio de Janeiro. Na época, lá abriu portas para que outras ferrovias fossem construídas no Brasil, ao ponto de estimular o crescimento da produção cafeeira, o produto de maior importância para a economia brasileira na época.
Sendo assim, a Estrada de Ferro Mauá foi considerada o primordial para que o transporte ferroviário de cargas evoluísse no país, tanto que, em 1930, o modal ferroviário era predominante até mesmo no transporte urbano, contribuindo para o crescimento de cidades às margens das linhas.
Na época, os investimentos nos trens ocorrem devido a sua maior capacidade de transportar toneladas de produtos, com alta eficiência em longas distâncias, além do baixo custo energético, especialmente quando comparado a caminhões.
No entanto, com o investimento maciço em rodovias desde o início do século XX, a malha ferroviária passou por um sucateamento e, com a falta de investimentos, muitas delas se deterioraram, resultando no desequilíbrio que sobrecarrega as ferrovias brasileiras até hoje.
Quais tipos de cargas o transporte ferroviário costuma transportar?
Embora haja um desequilíbrio entre as matrizes do transporte brasileiro, as ferrovias de cargas ainda possuem relevância para o escoamento de produtos agrícolas, industriais, siderúrgicos e até mesmo para exportação, já que a malha ferroviária dá acesso aos portos nacionais.
Hoje, existe uma demanda pelo transporte ferroviário de cargas de baixo valor agregado, que dependem de veículos que suportam altas cargas, deslocando-os em médias e longas distâncias.
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os principais produtos transportados sobre trilhos são:
- Minério de ferro;
- Cimento;
- Cal;
- Derivados de petróleo;
- Calcário;
- Açúcar;
- Cimento Clínquer;
- Grãos;
- Carvão mineral;
- Produtos siderúrgicos.
Como estão os investimentos brasileiros no setor ferroviário de cargas?
Atualmente, é esperado que o transporte ferroviário de carga retomar sua potência, como era até o começo do século XX. Na década de 1990, as concessões ferroviárias garantiram um alívio ao poder público, devido às privatizações e novos investimentos no setor. Contudo, a iniciativa não teve longa vida.
Hoje, a expectativa do governo é que o crescimento das ferrovias seja fomentado por investimentos do setor privado, para aumentar a malha ferroviária, inserir cargas não dependentes e regulamentar a tecnologia e materiais necessários para compor os trens e trilhos.
Com essa iniciativa do Governo Federal com o Projeto de Parcerias e Investimentos (PPI), duas grandes ferrovias estão em fase de crescimento através das concessões. A primeira é a Ferrovia de Integração Leste-Oeste (Fiol), que concedeu o direito de operação da superestrutura à Bahia Mineração em um enorme trecho, no fim do ano passado.
Por fim, estima-se que até 2023, outros dois trechos sejam leiloados para empresas do setor de transporte ferroviário de cargas. Coexistindo ao crescimento da Fiol, a Ferrogrão se ampliará em um projeto ainda maior, com expectativa de ligar commodities agrícolas do norte do Mato Grosso ao Pará, com mais de R$20 bilhões investidos.