Para Bill Gates, o futuro da energia não está nas renováveis nem na fusão nuclear, mas em uma usina nuclear de sais que opera a temperaturas mais altas que as centrais convencionais
Bill Gates, cofundador da Microsoft e visionário tecnológico, tem uma perspectiva clara sobre a energia do futuro. Para ele, a resposta não está nas energias renováveis tradicionais nem na fusão nuclear, mas sim no Natrium, um inovador projeto de reator nuclear de sódio desenvolvido pela sua empresa TerraPower. Este reator promete transformar a maneira como produzimos e armazenamos energia, oferecendo uma solução limpa, segura e econômica.
A revolução do Natrium: energia nuclear baseada em sais
O Natrium se diferencia dos reatores nucleares convencionais ao utilizar um núcleo de sal de fluoreto de sódio e sódio líquido em vez de água para controlar a reação nuclear. Este design permite que a usina opere a temperaturas mais altas, aumentando a eficiência e a capacidade de armazenamento de energia. O sódio líquido pode absorver até oito vezes mais calor do que a água, tornando o processo significativamente mais eficaz.
A abundância do sódio: um recurso globalmente acessível
Uma das grandes vantagens do Natrium é o uso de sódio, o quarto elemento mais abundante na crosta terrestre, composto por 2,6% deste metal alcalino. Diferente de outras fontes de energia que dependem de condições climáticas específicas, como o sol ou o vento, o sódio está amplamente disponível em todo o mundo. Embora o reator ainda necessite de uma pequena quantidade de urânio como combustível, a base em sal torna o projeto atraente e viável.
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Armazenamento de energia: a grande vantagem do Natrium
Além de ser uma fonte de energia limpa, o Natrium se destaca pela capacidade de armazenamento. O projeto inclui um sistema de armazenamento baseado em sais fundidos, que é capaz de reter energia sem perdas significativas. Este sistema funciona aquecendo sais fundidos durante a operação do reator. Quando há excesso de energia, os sais são mantidos aquecidos e armazenam o calor. Posteriormente, quando a demanda por energia aumenta, o calor armazenado é convertido novamente em eletricidade através de um ciclo térmico.
Segundo a TerraPower, a primeira planta terá uma capacidade de 345 megawatts, podendo chegar a 500 MW por mais de cinco horas e meia, suficiente para abastecer 400.000 lares. Esta capacidade de armazenamento resolve um dos maiores desafios das energias renováveis, como a eólica e a solar, cujas baterias ainda não são suficientemente eficazes.
Wyoming: o Berço do primeiro reator Natrium
O primeiro reator Natrium será instalado em Wyoming, Estados Unidos. Em maio deste ano, Bill Gates visitou o local, projetando que a produção deve iniciar até 2030. A TerraPower, em colaboração com a PacifiCorp e a GE-Hitachi, planeja desenvolver até cinco reatores Natrium antes de 2035, com três deles já em andamento, visando alcançar um total de 1.500 MW antes de 2033.
Expansão internacional e investimentos
A TerraPower não se limita aos Estados Unidos. A empresa assinou um acordo com o governo da Coreia do Sul e os grupos SK e Korea Hydro & Nuclear (KHNP) para expandir essa tecnologia. Até o momento, já arrecadou 758 milhões de dólares em quatro rodadas de financiamento, com 250 milhões de dólares provenientes do SK Group, a maior empresa de energia da Coreia do Sul.
Economia e eficiência: o custo do Natrium
De acordo com a TerraPower, o custo de um reator Natrium é cerca de 1 bilhão de dólares, significativamente mais baixo que os 25 bilhões de dólares necessários para um reator nuclear convencional nos Estados Unidos. Esta redução de custos deve-se ao fato de as usinas Natrium operarem a uma pressão inferior, necessitando de materiais mais econômicos e em menor quantidade.
O futuro da energia nuclear
Bill Gates descreve o projeto como “a energia nuclear mais avançada do mundo”. Ele acredita que o Natrium foi projetado para resolver problemas críticos de custo e segurança, oferecendo uma alternativa viável para a transição energética global. Com vantagens como a utilização de sódio, a capacidade de armazenamento e a eficiência operacional, o Natrium tem o potencial de revolucionar a produção de energia.