Tecnologia modular promete reduzir custos e acelerar instalação de turbinas eólicas nos EUA, com apoio do fundo de Bill Gates.
Uma nova tecnologia pode transformar a energia eólica nos Estados Unidos. A Airloom Energy deu início à construção de um local piloto para sua turbina retangular em Rock River, no estado de Wyoming.
O projeto, apoiado pela Breakthrough Energy Ventures, fundo de investimentos em energia limpa fundado por Bill Gates, promete ser mais eficiente, barato e rápido de instalar do que as turbinas tradicionais.
Design inovador e promessa de agilidade
Ao contrário das turbinas convencionais de três pás que giram em círculo, as turbinas da Airloom capturam o vento em um formato retangular.
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Essa estrutura permite aproveitar melhor o vento em espaços menores, tornando a tecnologia ideal para áreas com restrições de altura, como bases militares ou aeroportos.
A Airloom afirma que, enquanto turbinas tradicionais levam até cinco anos para serem instaladas, seu modelo pode ser montado e entrar em operação em menos de um ano.
As peças, fabricadas em série dentro dos Estados Unidos, são menores e mais fáceis de transportar. Isso reduz custos e acelera a implantação.
Demanda crescente por energia
O momento do lançamento do piloto é estratégico. A rede elétrica americana vive um período de pressão crescente. Segundo a North American Electric Reliability Corporation (NERC), metade do país pode enfrentar escassez de energia até 2035. Já a consultoria Gartner alerta que, até 2027, 40% dos data centers do mundo terão dificuldade para acessar energia suficiente.
Para o CEO da Airloom, Neal Rickner, o modelo atual não dá conta da demanda: “Precisamos de sistemas mais flexíveis que possam ser construídos rapidamente e em escala”, afirmou. Segundo ele, só assim será possível garantir segurança e independência energética.
Primeiros testes e planos futuros
O local piloto em Wyoming vai servir para testar o desempenho das turbinas em escala real. A meta é comprovar a eficiência da tecnologia, validar a economia de custos e desenvolver estratégias de manutenção antes dos lançamentos comerciais, previstos para começar em 2027.
Além da produção em larga escala, a empresa avalia usar as turbinas em outras situações, como resposta a desastres naturais, defesa e até projetos eólicos offshore.
Em outubro passado, a Airloom levantou US$ 7,5 milhões em financiamento inicial, com apoio de diversos investidores. Também recebeu US$ 5 milhões do Estado de Wyoming e um contrato de US$ 1,25 milhão do Departamento de Defesa dos EUA.
Paul Judge, ex-executivo da GE e hoje conselheiro da Airloom, afirmou: “Este piloto é mais do que um local de teste; é o início de uma nova abordagem para geração de energia renovável, eficiente e preparada para os desafios futuros.”