Investimentos acima de US$ 20 bilhões em IA e robótica, aliados à cooperação entre China e Rússia, reposicionam o bloco como força estratégica no setor.
Os subsídios bilionários chineses e o apoio russo estão pavimentando o caminho para que os BRICS assumam um papel central no mercado global de inovação tecnológica. Segundo informações do China Daily, Pequim destina cifras superiores a US$ 20 bilhões em 2024 para impulsionar startups de inteligência artificial (IA) e robótica, enquanto Moscou articula mecanismos de integração entre capital de risco e novos empreendedores.
Esse movimento ocorre em um momento de recuperação gradual do setor de venture capital, que após registrar queda de 50% em 2023 voltou a crescer 25% no primeiro semestre de 2025.
A combinação entre investimentos maciços da China e articulação institucional da Rússia coloca o bloco em uma posição estratégica diante da disputa global por protagonismo tecnológico.
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China como motor financeiro da inovação
A China mantém posição de destaque como terceiro maior destino global de capital de risco, ao lado dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Com foco em áreas sensíveis como robôs humanoides e IA generativa, o país busca acelerar a transição de seu ecossistema tecnológico para a liderança mundial.
De acordo com Alexander Vedyakhin, vice-presidente do Sberbank, o fluxo de capital tem se tornado cada vez mais seletivo, priorizando setores com maior potencial de retorno.
Nesse cenário, a IA já responde por quase um terço de todos os aportes globais em 2024, reforçando a aposta chinesa como movimento estratégico e não apenas conjuntural.
Recuperação do capital de risco
Após atingir US$ 643 bilhões em 2021 e cair pela metade em 2023, o mercado global de venture capital se estabilizou em US$ 330 bilhões em 2024.
O crescimento de 25% no início de 2025 é interpretado como sinal de confiança renovada, com os BRICS tentando aproveitar essa nova fase para atrair startups de ponta.
O destaque vai para o foco em governança e cooperação multipolar, uma vez que o capital não depende apenas do número de transações, mas de onde os recursos são aplicados.
Nesse ambiente, a aliança entre China e Rússia se torna essencial para ampliar o espaço dos BRICS na geopolítica da inovação.
Moscou como palco estratégico
O Sberbank, em parceria com o governo russo, organiza para outubro o Moscow Startup Summit, evento que reunirá mais de 600 investidores e 150 palestrantes internacionais.
O encontro pretende conectar startups a corporações globais, investidores e autoridades públicas, além de estimular parcerias entre os países do BRICS e da Organização para Cooperação de Xangai (OCS).
Além das rodadas de negócios, haverá exposição de soluções tecnológicas e premiação de projetos de destaque. A intenção é consolidar Moscou como ponto de convergência entre capital, tecnologia e inovação dentro do bloco.
Expansão chinesa no ecossistema BRICS
Entre os programas de aceleração do Sber500, cerca de 13% das startups optaram pela China como destino de expansão internacional.
Esse dado reforça a atratividade do mercado chinês, que aparece entre os dez maiores polos de fundadores inscritos em programas de aceleração promovidos pelo banco russo.
Combinados, esses movimentos revelam a intenção clara dos BRICS de transformar a cooperação política em protagonismo econômico no setor de tecnologia, reduzindo a dependência de hubs tradicionais como Vale do Silício e Londres.
O avanço dos subsídios bilionários chineses e o apoio russo mostra que o mercado de inovação está se tornando cada vez mais multipolar, e os BRICS querem ocupar espaço de destaque.
A questão é se essa estratégia será suficiente para superar barreiras estruturais e rivalizar com Estados Unidos e União Europeia nos próximos anos.
Você acredita que os BRICS conseguirão liderar a próxima onda de inovação global? Ou os desafios internos do bloco ainda são um obstáculo?
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