Instituição presidida por Dilma Rousseff já aprovou bilhões de dólares em investimentos para o Brasil desde 2016, com foco em infraestrutura, transição energética e tecnologias, ampliando presença internacional e atraindo novos países para o bloco.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como banco dos Brics e presidido atualmente por Dilma Rousseff, já aprovou quase US$ 7 bilhões em investimentos para projetos no Brasil desde sua fundação, em 2016.
Segundo a ex-presidente da República, à frente da instituição desde 2023, o montante corresponde a 29 iniciativas em território nacional, com cerca de US$ 4 bilhões já desembolsados até julho de 2025.
Os dados foram apresentados por Dilma durante a 10ª reunião anual do banco dos Brics, realizada no Rio de Janeiro, evento que também contou com a participação de representantes dos países membros do bloco econômico.
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No encontro, Dilma detalhou que os investimentos aprovados para o Brasil representam 17,5% do total financiado pelo banco em todos os países associados, o que corresponde a um percentual considerado expressivo pela atual administração.
No acumulado desde sua criação, o banco dos Brics já financiou 122 projetos em diferentes nações, atingindo a marca de US$ 40 bilhões em aprovações. Deste valor, US$ 22,2 bilhões já foram efetivamente pagos.
As iniciativas brasileiras concentram-se principalmente nos setores de infraestrutura, logística, transição energética e tecnologias emergentes, como inteligência artificial, conforme relatou a presidente do banco.
Investimentos e áreas prioritárias no Brasil
Um dos objetivos centrais do NDB é aumentar o financiamento e a captação de recursos em moedas locais dos países membros.
A estratégia visa reduzir a exposição do banco à volatilidade internacional de juros e câmbio, além de fortalecer o mercado de capitais doméstico.
Dilma Rousseff destacou a importância dessa diretriz, argumentando que o suporte a projetos nacionais depende da capacidade de oferecer linhas de crédito com menor risco tanto para governos quanto para o setor privado.
“Esse item é muito importante para o banco.
Precisamos agregar empréstimos soberanos e privados, garantindo o menor risco possível”, explicou a dirigente durante conversa com jornalistas.
Outro ponto enfatizado pela presidência do NDB é a necessidade de utilizar moedas locais nas transações financeiras.
De acordo com Dilma, o uso de diferentes moedas é fundamental para cumprir as metas da instituição junto ao setor privado, pois reduz o risco para investidores.
Ela destacou que, embora exista uma tendência de aumento no uso de moedas nacionais nas trocas comerciais entre países, não há um movimento claro de desdolarização do mercado internacional.
O dólar norte-americano, segundo Dilma, permanece como principal ativo de reserva de valor.
Moedas locais e debate sobre desdolarização
O tema da diversificação das moedas foi reforçado também pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da reunião do NDB no dia anterior.
Em discurso, Lula defendeu a busca de alternativas à moeda dos Estados Unidos para as transações entre os integrantes do Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Lula mencionou a importância de ampliar o uso de moedas locais, mas reconheceu que a criação de uma moeda comum para o bloco ainda enfrenta resistência interna, especialmente diante de posicionamentos recentes de autoridades norte-americanas.
A discussão sobre a moeda própria para o grupo dos Brics ganhou destaque após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro de 2025.
O norte-americano ameaçou impor tarifas de 100% aos países do bloco caso avancem na criação de uma unidade monetária exclusiva, o que aumentou a cautela dos integrantes.
Apesar disso, China e Rússia mantêm o apoio ao uso crescente de moedas nacionais como forma de minimizar dependências do dólar, especialmente diante de sanções econômicas e financeiras impostas ao governo russo por Estados Unidos e União Europeia.
Expansão do banco e novos membros
Além dos avanços nos financiamentos e da discussão sobre moedas, o NDB também ampliou recentemente seu quadro de países associados.
Durante a reunião no Rio de Janeiro, o conselho de governadores da instituição aprovou a inclusão do Uzbequistão e da Colômbia como novos membros.
Com isso, o NDB passa a contar com sete países integrantes, além dos fundadores e dos já associados Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito, Uruguai e Argélia.
Dilma Rousseff enfatizou que a expansão do banco dos Brics é uma prioridade estratégica.
A entrada de novos membros fortalece o alcance internacional do NDB e diversifica as possibilidades de cooperação financeira entre economias emergentes e em desenvolvimento.
Para a presidência do banco, a adesão de mais países é fundamental para consolidar o papel do NDB como alternativa às instituições financeiras tradicionais e para impulsionar projetos de infraestrutura e inovação tecnológica.
Papel do banco dos Brics no desenvolvimento brasileiro
No cenário global, o banco dos Brics se destaca como uma das principais instituições multilaterais criadas no século XXI para financiar o desenvolvimento sustentável e reduzir desigualdades regionais.
O foco em infraestrutura, energias renováveis e tecnologias inovadoras tem atraído a atenção de países que buscam alternativas ao financiamento convencional e desejam fortalecer seus mercados internos diante das oscilações do cenário econômico internacional.
No contexto brasileiro, os projetos apoiados pelo banco dos Brics envolvem desde obras de mobilidade urbana até investimentos em fontes limpas de energia, com impacto direto na geração de empregos e no crescimento sustentável.
O avanço desses financiamentos é visto como uma oportunidade estratégica para o Brasil diversificar suas fontes de recursos e estimular a modernização de setores-chave da economia.
Diante desses dados, como você avalia o papel do banco dos Brics, sob a liderança de Dilma Rousseff, no desenvolvimento de projetos estratégicos para o Brasil?
Qual setor deveria ser priorizado nos próximos anos para fortalecer ainda mais a presença do país no cenário internacional?