Banco Central prepara sistema de alerta no Pix para identificar contas bloqueadas, ampliar transparência nas transferências e reforçar a segurança contra fraudes no sistema financeiro nacional.
O Banco Central avalia colocar em operação um alerta automático no Pix que informe, ainda na consulta da chave, quando a conta de destino está bloqueada por suspeita de fraude.
A medida, hoje em análise técnica, criaria um aviso claro antes da confirmação do envio e deve levar grandes bancos, como Banco do Brasil, Caixa e Bradesco, a exibir mensagens de bloqueio ao usuário em casos sinalizados.
A iniciativa dialoga com a Resolução BCB nº 501, publicada em 11 de setembro de 2025, que obrigou instituições a rejeitar transações destinadas a contas com fundada suspeita de envolvimento em fraudes.
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Alerta no Pix e impacto para usuários
Pelo desenho estudado, o aviso apareceria no momento em que o pagador consulta a chave Pix do recebedor.
Se o sistema identificar que a conta está bloqueada por suspeita, o próprio ambiente do banco mostrará uma mensagem preventiva, permitindo desistir da operação antes do débito.
A proposta, tratada como solução intermediária, busca reduzir perdas sem impedir automaticamente toda e qualquer transferência, ampliando a transparência no ponto de decisão.
A indicação de que o alerta está em avaliação foi relatada por veículos especializados com base em informações do setor e atribuições ao BC.
Resolução 501: novas regras para bancos
A Resolução BCB nº 501/2025 alterou a Resolução 142/2021 e determinou que instituições financeiras, de pagamento e demais autorizadas pelo regulador rejeitem pagamentos quando houver suspeita fundada de fraude no destino.
A obrigação vale para contas de depósito e de pagamento, alcançando instrumentos como Pix, TED, DOC, boletos e transferências internas.
O objetivo declarado é interromper fluxos ilícitos, facilitar a recuperação de valores e fortalecer a segurança do Sistema Financeiro Nacional.
As instituições devem adequar sistemas e processos até 13 de outubro de 2025, prazo de conformidade divulgado por comunicados jurídicos que detalharam a norma.
Reforços nas chaves Pix
Mudanças de julho de 2025 já exigem que bancos validem dados de chaves junto à Receita Federal para evitar inconsistências exploradas por golpistas, como a vinculação de nomes divergentes a CPFs ou CNPJs.
Segundo a Agência Brasil, as medidas atingem uma fração pequena do total de chaves e têm como foco coibir fraudes de cadastro, sem relação com inadimplência tributária.
Esse reforço se soma às regras mais recentes e prepara terreno para alertas mais assertivos na consulta de chaves.
Contas laranja: punições em debate
Enquanto o pacote de prevenção avança, segue em debate a proposta do setor de banir por até cinco anos CPFs e CNPJs usados em contas laranja.
A defesa da medida parte de parte dos bancos, que argumentam que a restrição desestimularia o aluguel de contas para golpes.
A autarquia, porém, tem resistências.
Técnicos demonstram cautela com o risco de atingir vítimas de roubo de identidade e levantam dúvidas sobre o amparo legal para uma sanção dessa natureza sem discussão no Congresso.
Em paralelo, ganha espaço a estratégia de reforçar controles sobre as contas suspeitas, com avaliação caso a caso e comunicação ao titular quando uma transação for recusada por suspeita.
Adaptação de bancos e clientes
Para as instituições, a combinação de alerta preventivo na consulta de chaves e rejeição de pagamentos nos termos da Resolução 501 exigirá ajustes em telas de confirmação, integrações com bases internas e critérios objetivos para a fundada suspeita.
A orientação é que a experiência do usuário permaneça fluida: o aviso precisa ser visível e direto, sem criar barreiras desnecessárias em operações regulares.
Para o cliente, a principal mudança é ter informação antecipada sobre o risco associado ao recebedor e compreender que a rejeição automática se aplica quando os controles apontam indícios consistentes de fraude.
Comunicação clara e padronizada entre participantes tende a reduzir dúvidas e recorrências de tentativas de envio a contas já marcadas.
Efeitos no curto prazo
No horizonte imediato, a expectativa é de queda nas transferências para contas bloqueadas, por efeito comportamental e pelo fortalecimento dos filtros.
Operações legítimas que acionarem indevidamente os gatilhos deverão ser analisadas e liberadas com prioridade, sob pena de aumentar atritos e reclamações.
O cumprimento do prazo regulatório de outubro e a eventual adoção do alerta automático nas interfaces devem criar um padrão de resposta mais homogêneo entre bancos, o que reforça a previsibilidade para o usuário final.
A convergência de telas e mensagens reduz a margem para erro na etapa mais sensível do Pix.
Transparência e proteção a vítimas
O BC tem sinalizado preferência por medidas proporcionais, que fortaleçam a detecção e a comunicação de risco sem penalizar indevidamente quem teve dados apropriados por terceiros.
A publicação da Resolução 501 direciona a responsabilidade para os participantes na análise de risco e na rejeição de pagamentos quando necessário, além de exigir a notificação do titular da conta de destino afetada.
Esse arranjo busca equilibrar eficiência de prevenção com segurança jurídica, enquanto o debate sobre sanções diretas a CPFs e CNPJs permanece aberto.
Próximos passos no Pix
Com a norma já publicada e o prazo de adequação em curso, bancos ajustam seus sistemas para cumprir as novas obrigações.
Se implementado, o aviso na consulta da chave deve aparecer em etapas de digitação ou confirmação, indicando que a conta está bloqueada por suspeita e orientando a interromper o envio.
A tendência é que, somadas, essas medidas reduzam a exposição a contas fraudulentas e ampliem a rastreadilidade de tentativas de golpe, sem paralisar o uso cotidiano do Pix.
Além disso, o histórico recente de reforços cadastrais sugere continuidade de aperfeiçoamentos graduais, com novas camadas de verificação no ecossistema de pagamentos instantâneos.
Qual redação objetiva e compreensível você considera essencial ver na tela de confirmação quando a chave consultada estiver associada a uma conta bloqueada por suspeita de fraude?
Minha chave pix, fica aparecendo que meu contato foi denunciado por suspeita de fraude devido ao cliente aciona o med de má fé. Meus recebimentos seram rejeitados por isso? Sou autônomo