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Bahia estabelece regras para usinas solares comunitárias em ilhas ribeirinhas do São Francisco

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 31/10/2025 às 09:00
Vista panorâmica de um parque eólico sob um céu azul com nuvens suaves.
A imagem mostra um parque eólico em meio a um cenário natural, com turbinas de vento alinhadas sob um céu parcialmente nublado.
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Governo da Bahia regulamenta usinas solares comunitárias para levar energia limpa e sustentável às ilhas ribeirinhas do Rio São Francisco

A Bahia deu um passo importante no desenvolvimento de energia sustentável, pois estabeleceu regras para implantar usinas solares comunitárias em ilhas ribeirinhas do Rio São Francisco.

Assim, o Governo do Estado busca levar eletricidade de forma segura e confiável a comunidades que enfrentam dificuldades de acesso à energia elétrica há décadas.

Além disso, este projeto se destaca não apenas pela inovação tecnológica, mas também pelo compromisso social e ambiental, integrando soluções modernas às necessidades das populações locais.

Historicamente, o Rio São Francisco desempenhou um papel central na formação econômica e social da região Nordeste do Brasil.

Suas águas permitiram o surgimento de comunidades ribeirinhas que dependem da pesca, da agricultura familiar e de atividades de pequeno porte.

Entretanto, essas localidades sempre enfrentaram limitações estruturais, incluindo a ausência de redes de distribuição de energia elétrica adequadas.

Durante décadas, as famílias dessas ilhas utilizaram geradores improvisados, iluminação a querosene ou antigos kits solares individuais.

A eficiência desses equipamentos já não atendia à demanda moderna. Portanto, a falta de eletricidade regular prejudicava diretamente a qualidade de vida, a educação e as atividades econômicas locais.

Diante desse cenário, o Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e da Superintendência de Energia e Comunicações (SUPEC), elaborou uma instrução de serviço que estabelece os requisitos técnicos e operacionais para instalar as usinas solares comunitárias.

Com isso, a proposta viabiliza soluções de geração distribuída, integradas a microrredes isoladas, conhecidas como sistemas off-grid.

Essa configuração garante autonomia e confiabilidade no fornecimento de energia. Assim, essa iniciativa marca um avanço significativo na universalização do acesso à eletricidade em regiões historicamente desfavorecidas.

Além de atender à demanda residencial, o projeto busca estimular atividades econômicas locais e o desenvolvimento sustentável.

Consequentemente, o fornecimento contínuo de energia permitirá que pequenos negócios prosperem, gerando renda e aumentando a autonomia das comunidades.

Dessa forma, as usinas solares comunitárias se tornam instrumentos de transformação social, pois combinam tecnologia, economia e bem-estar.

Escolha das ilhas e consumo estimado

O projeto prioriza quatro ilhas do Rio São Francisco localizadas nos municípios de Ibotirama e Xique-Xique: Ilha da Grande Ibotirama, Ilha da Gado Bravo/Saco, Ilha da Champrona e Ilha da Pestana.

Nessas localidades, cada unidade consumidora utiliza em média 250 kWh por mês. Esse volume é suficiente para atender às necessidades domésticas, iluminação pública eficiente e ainda permitir o desenvolvimento de atividades produtivas, como a agricultura familiar irrigada.

Assim, o enfoque na inclusão social e na sustentabilidade ambiental evidencia a preocupação do governo em alinhar tecnologia, economia e bem-estar comunitário.

O aproveitamento da energia solar fotovoltaica se mostra estratégico para a região, considerando os altos índices de radiação solar.

Portanto, a instalação das usinas comunitárias permitirá que as famílias utilizem energia limpa de forma constante, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e preservando o meio ambiente.

Além disso, a integração com bancos de baterias estacionárias (BESS) garante autonomia mínima de 24 horas. Isso mantém a energia disponível mesmo em períodos sem sol.

Outro ponto fundamental do projeto envolve a observância das normas técnicas e de certificação.

Módulos fotovoltaicos, inversores, controladores e luminárias LED devem seguir as normas da ABNT e do INMETRO.

Dessa maneira, essa atenção à padronização e qualidade técnica assegura a eficiência energética das usinas solares comunitárias.

Ela também prolonga a vida útil dos equipamentos, reduz custos de manutenção e aumenta a segurança operacional.

Além disso, o projeto prevê monitoramento contínuo do desempenho das usinas.

Isso permite que técnicos identifiquem rapidamente eventuais falhas.

A tecnologia de monitoramento remoto possibilita ajustes em tempo real, aumentando a confiabilidade do sistema e evitando interrupções prolongadas no fornecimento de energia.

Assim, essa abordagem fortalece o conceito de resiliência energética nas comunidades ribeirinhas, tornando-as menos vulneráveis a problemas técnicos ou climáticos.

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental

O projeto incorpora princípios de responsabilidade socioambiental.

Dessa forma, a gestão do fim de vida útil dos equipamentos segue a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Fabricantes, importadores e fornecedores devem implementar sistemas de logística reversa.

Dessa maneira, módulos fotovoltaicos, baterias e luminárias LED não vão parar em aterros comuns ou áreas de preservação. Isso evita impactos ambientais negativos e incentiva a economia circular.

Historicamente, iniciativas de eletrificação de áreas remotas no Brasil sempre enfrentaram desafios relacionados à extensão de redes convencionais.

Por isso, a impossibilidade técnica e econômica de levar linhas de transmissão até ilhas isoladas do Rio São Francisco tornou a geração distribuída uma solução viável e necessária.

Além disso, a experiência adquirida em projetos anteriores de energia solar comunitária em outras regiões do país ajudou a desenhar esta política na Bahia. Isso garante que as soluções se adaptem às condições locais.

O impacto social das usinas solares comunitárias vai além do fornecimento de eletricidade.

Com energia confiável, escolas e postos de saúde funcionam plenamente, oferecendo serviços essenciais de educação e saúde.

Além disso, a iluminação pública eficiente melhora a segurança das comunidades, enquanto o acesso contínuo à energia permite atividades econômicas antes limitadas, como a refrigeração de pescados, irrigação de pequenas propriedades e processamento de alimentos para a agroindústria familiar.

A implementação das usinas também gera oportunidades de integração com programas de educação ambiental.

Consequentemente, crianças e jovens das ilhas aprendem sobre energia renovável, sustentabilidade e conservação de recursos naturais. Isso os torna agentes de transformação em suas comunidades.

Assim, o projeto atende às necessidades energéticas e contribui para a formação de uma nova geração consciente e preparada para desafios futuros.

Capacitação e desenvolvimento local

O projeto cria oportunidades de capacitação tecnológica para as populações locais.

Assim, a manutenção e operação das usinas exigem conhecimento técnico, promovendo a formação de profissionais na área de energia renovável.

Além disso, essa transferência de tecnologia garante a sustentabilidade do projeto a longo prazo, tornando as comunidades protagonistas do próprio desenvolvimento energético.

A Bahia, ao regulamentar a implantação de usinas solares comunitárias, se torna referência no aproveitamento de energia solar em contextos de isolamento geográfico.

Dessa forma, a iniciativa moderniza a infraestrutura energética das ilhas ribeirinhas e reforça compromissos com a justiça social, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento regional.

Portanto, esse modelo inspira outros estados brasileiros, mostrando que a tecnologia, aliada a políticas públicas estruturadas, pode transformar a vida de comunidades historicamente marginalizadas.

Além disso, a adoção de microrredes inteligentes permite que diferentes fontes de energia se integrem futuramente.

Isso abre caminho para sistemas híbridos que combinem solar, eólica ou biomassa.

Assim, essa flexibilidade garante que as comunidades ampliem sua capacidade energética sem depender exclusivamente de uma única fonte.

Isso aumenta a segurança e a resiliência do fornecimento.

Impacto social e futuro sustentável

Em resumo, as usinas solares comunitárias nas ilhas do Rio São Francisco combinam inovação tecnológica, planejamento estratégico e responsabilidade social.

Ao integrar geração distribuída, microrredes off-grid e armazenamento em baterias, o projeto oferece uma solução técnica eficiente, economicamente viável e ambientalmente sustentável.

Dessa forma, o foco na universalização do acesso à eletricidade fortalece a inclusão social, melhora a qualidade de vida e promove o desenvolvimento econômico das comunidades ribeirinhas.

Ao mesmo tempo, a atenção às normas técnicas, à certificação de equipamentos e à gestão de resíduos garante a durabilidade e segurança do sistema.

O histórico de desafios enfrentados pelas comunidades ribeirinhas evidencia a importância de políticas públicas voltadas para a energia renovável.

Portanto, a Bahia, ao implementar essas medidas, reafirma seu compromisso com sustentabilidade, inovação e desenvolvimento humano.

Assim, as usinas solares comunitárias não representam apenas um projeto de infraestrutura, mas uma estratégia de transformação social.

Elas são capazes de impulsionar a economia local, fortalecer a educação e a saúde, e garantir um futuro mais justo e sustentável para as populações do Rio São Francisco.

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Como funciona uma usina solar? | Agência Nacional de Energia Elétrica

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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